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A VISÃO SISTÊMICA INTERDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO

Por:   •  25/12/2018  •  2.087 Palavras (9 Páginas)  •  388 Visualizações

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Desde que o conhecimento começou a ser dividido, surgiu a questão de como reunir as partes resultantes dessa divisão. Desta forma Aristóteles, que buscava organizar e subdividir o conhecimento de acordo com seu tipo de objeto, propôs que esses conhecimentos deviam ser unidos numa totalidade explicativa (Dallabona e Dallabona, 2007).

A interdisciplinaridade é um tema bastante discutido no universo educacional. Desde a década de 60 esse termo tem sido foco de estudo de pedagogos, pesquisadores, cientistas, entre outros.

A interdisciplinaridade teve início a partir da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua participação no cenário educacional brasileiro tem se tornado mais presente e, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os PCNs ela se tornou a peça fundamental. Além da sua grande influência na legislação e nas propostas curriculares, a interdisciplinaridade tornou-se cada vez mais presente no discurso e na prática de professores.

A prática interdisciplinar consiste num diálogo com os conteúdos e um compartilhamento de informações entre os docentes com o objetivo de buscar novos recursos, técnicas e novos horizontes a partir do que já foi utilizado, para melhora seu conhecimento e poder passá-lo com mais eficiência ao educando (OLIVEIRA, 2010).

A característica marcante da interdisciplinaridade consiste no fato de que ela agrega os resultados de várias disciplinas, desta forma é necessário aprender e explorar as diversas áreas do saber, para não ocorrer dos discentes limitarem-se apenas dentro de sua disciplina, perdendo a oportunidade de fazer um trabalho diferenciado, uma junção e ligação entre elas.

Para Carvalho (1998), elaborar novas hipóteses, trocar as lentes do conhecimento frio por outras mais vivas, suspeitar do que se apresenta como óbvio, tudo isso faz parte de uma sensibilidade que é a base do que poderíamos chamar de uma postura interdisciplinar.

Essa nova postura depende do docente em deixar de lado o seu material dado como pronto e ir em busca de novos desafios, para isso é necessária coragem, disponibilidade de tempo, conviver com as diferenças e a pluralidade de pontos de vista.

MATERIAL E MÉTODOS

- Realizar uma intervenção junto aos docentes sobre a pratica interdisciplinar;

- Diagnóstico da realidade escolar por meio de questionário;

- Palestras orientativas sobre o tema em questão;

- Propor aos docentes que compartilhem os planos de aulas por meio de e-mail, pastas compartilhadas, redes ou qualquer outro meio que viabilize o acesso de todos, sempre com a preocupação de manter um ensino absolutamente integrado.

Desta forma, a intervenção será realizada na sala do educador, momento em que os docentes se reúnem para discutir suas práticas pedagógicas por meio da formação continuada e melhorar a qualidade do ensino aprendizagem. Conseqüentemente será feito um levantamento junto aos docentes, de quais formas e as dificuldades os mesmo vem trabalhando e enfrentando a interdisciplinaridade no ambiente escola.

A proposta da interdisciplinaridade é auxiliar de forma simples e precisa a compreensão de um determinado tema dentro de várias disciplinas, interagindo com as mesmas. Portanto, para um melhor desenvolvimento interdisciplinar, é necessário organizar, programar, delimitar, debater a questão ou tema escolhido em grupo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observando as questões relativas à ecologia profunda, a realidade da educação reclama por práticas efetivas que possam trazer o pensamento sistêmico para o ensino-aprendizagem. E nesse contexto apresenta-se a questão da interdisciplinaridade.

A interdisciplinaridade, como conceito aplicado ao processo ensino-aprendizagem, surge como uma resposta ao processo de fragmentação das disciplinas, o qual deriva do pensamento positivista. As ciências haviam-se dividido em muitas disciplinas e a interdisciplinaridade restabelece, pelo menos, o diálogo entre elas, devolvendo a identidade às diversas disciplinas, e desta forma fortalecendo-as.

Atualmente, a escola está organizada sobre a lógica dos saberes disciplinares, o resultado dá-se dessa forma: o professor de geografia não toca nos aspectos biológicos da formação de um relevo em estudo; o historiador não considera a influência dos fatores geográficos na compreensão do declínio de uma civilização histórica; o professor de biologia não recupera os processos históricos e sociais que interagem na formação de um ecossistema natural e assim por diante.

Na prática educativa, adotar uma proposta interdisciplinar implica uma profunda mudança nos modos de ensinar e aprender, bem como na organização das instituições de ensino. Por isso, uma postura interdisciplinar em educação vai exigir muita abertura para mudanças que podem passar, por exemplo, pela construção de novas metodologias, pela reestruturação dos temas e dos conteúdos curriculares, pela organização de equipes de professores que integrem diferentes áreas do saber.

Essa nova postura depende de uma vivência que as escolas muitas vezes preferem não experimentar, pois significa deslocar dos lugares habituais e aprender a olhar as coisas e identificá-las de um único ponto de vista. Pode parecer simples, mas na verdade isso exige uma imensa coragem e disponibilidade para deixar o porto seguro de nossas certezas e conviver com a imprevisibilidade.

O mundo atual precisa de pessoas com uma formação cada vez mais polivalente para enfrentar uma sociedade na qual a palavra mudança é um dos vocábulos mais freqüentes e onde o futuro tem um grau de imprevisibilidade como nunca em outra época da história da humanidade (Trindade, 2004).

O problema é que freqüentemente nos habituamos a pensar nossa realidade imediata, nossos valores, como sendo o retrato acabado do mundo. Mas uma primeira lição que a ecologia nos ensina é que somos apenas parte de uma grande teia, feita do entrelaçamento de cenários e vidas humanas.

Perceber que somos parte dessa teia é o grande dilema de todos nós, enquanto seres humanos, não estamos apenas cientes de nosso meio ambiente; também estamos cientes de nós mesmos e do nosso mundo interior. Em outras palavras, estamos cientes de que estamos cientes. Não somente sabemos; também sabemos que sabemos (CAPRA, 1996)

Seguindo a linha do pensamento sistêmico, educadores dotados de auto percepção precisam refletir sobre suas práticas pedagógicas, desenvolvendo um olhar

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