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A NECESSIDADE DA BELEZA AO DORMIR

Por:   •  5/10/2018  •  1.935 Palavras (8 Páginas)  •  310 Visualizações

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simplesmente qualquer um que chegasse a partir das ruas: e um

homem sem um casaco, mesmo que tivesse um passe de entrada, era

simplesmente qualquer um. Sem seu casaco, Marx não estava, em uma

expressão cuja força é difícil de reproduzir, "vestido em condições em que

pudesse ser visto". (STALLYBRASS, 2008 pg. 48)

Assim é nossa sociedade, apesar de muitas pessoas poderem ir e vir com os trajes que

escolheram sair de casa, ainda verá a discriminação. Ela será feita através de olhares

atravessados, que enviaram ao cérebro um sinal de desconfiança. De que, aquele indivíduo

não faz parte do meio e da sociedade em que a pessoa bem vestida frequenta. O ser mal

vestido é um intruso, quase um parasita.

Felicidade, beleza e exclusividade

A busca por uma felicidade continua é feita diariamente. Mas, não podemos ter.

Felicidade é algo momentâneo e segundo Freud somos obrigados a ser feliz. É uma busca

incessante, onde a sociedade nos impõe esta condição.

Nos dias atuais o consumismo é feito pela busca de algo, consumimos para não sermos

consumidos por problemas ou pela falta de alguma sensação. Como citado por Laura:

Tais considerações não deixam de ser sugestivas, uma vez que um dos temas

principais de Madame Bovary é o consumo e o consumismo, entendendo-se

pelo segundo termo não tanto o ato de consumir exageradamente, mas em

função de algo que se busca e que nunca é completamente satisfeito e atingido

– o prazer, a felicidade. (GOMES, 2006 pg. 67)

A busca incessante por ser feliz vai ganhando aliados. A beleza sempre teve uma

ligação forte. Quando obtemos êxito em algo e essa conquista vem desta combinação nosso

nível de felicidade e do ego fica absurdamente maior. Como bônus, se a sociedade nota tal

façanha o status ganha mais um ponto e começamos a ser reconhecidos por mais pessoas.

Talvez por obter mais infelicidade o ser humano começa a buscar na sociedade um

meio de não fracassar. As lojas e os fabricantes notaram essa busca, e começaram a vendê-la

em forma de produto. O consumidor sai de sua casa e muitas vezes obtém uma mercadoria

apenas por prazer. Para impressionar a comunidade em que vive e mostrar que tem condições

financeiras para comprar qualquer objeto.

Em um trecho do livro O mal estar da civilização (1993), Freud faz uma relação de

como buscamos a felicidade na beleza:

Aqui podemos transitar para o caso interessante em que a felicidade na vida é

buscada sobretudo no gozo da beleza, onde quer que ela se mostre a nossos

sentidos e nosso julgamento, a beleza das formas e dos gestos humanos, de

objetos naturais e de paisagens, de criações artísticas e mesmo científicas.

Essa atitude estética para com o objetivo da vida não oferece muita proteção

contra a ameaça do sofrer, mas compensa muitas coisas. A fruição da beleza

tem uma qualidade sensorial peculiar, suavemente inebriante. Não há utilidade

evidente na beleza, nem se nota uma clara necessidade cultural para ela; no

entanto, a civilização não poderia dispensá-la. (FREUD, 1993 pg. 27)

Esta beleza nem sempre é agradável para nossos olhos, mas se a maioria da população

obtém um produto, ao longo do tempo você pode notar um novo pensamento, o que era feio

se tornará belo. Se nos sentimos belos e a massa nos nota como seres que possuem alguma

beleza, seja ela estética, por produto ou por conduta.

A felicidade é frequentemente medida pela compra de novas roupas

(STALLYBRASS, 1993). Mas não podemos ser felizes com o básico, com o simples.

Desejamos o inalcançável, o objeto ou sensação que é exclusivo.

Na verdade toda a nossa felicidade tem ligação com o exclusivo. Ao sair de casa,

buscamos a exclusividade e quando a achamos nasce à vontade de consumir, mesmo quando

não temos condição de compra-la. Podemos gastar todo o nosso dinheiro em uma única peça,

mas só se ela for única.

Quando compramos roupas, sempre buscamos estampas, formatos, cores, entre outros,

que a massa não tenha. Ou que poucas pessoas consigam comprar. E ao consumir obtemos a

felicidade de uma forma fácil, sem riscos. Tal sensação o comércio nos oferece e sabemos que

sempre vamos acha-la, mesmo que não seja na primeira loja ou na segunda.

Pijama Mickey Mouse

No ano de 2016, a Puket lançou em parceria com a Disney a coleção Mickey e Minnie

Mouse. A nova coleção é composta por pijamas, meias e lingeries (PUKET, 2016). A

empresa tem como estratégia a venda combinada. O objetivo é estimular a venda de um

número maior de peças a um único cliente.

Nos dias atuais o ser humano possui acesso à maioria dos produtos disponíveis no

mercado. Permitindo,

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