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Os Conceitos básicos de Antropologia

Por:   •  11/12/2018  •  1.931 Palavras (8 Páginas)  •  316 Visualizações

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Podemos afirmar que existem dois tipos de mudança cultural: uma interna, resultante de mudanças ideológicas e culturais e outra externa, tal qual é o resultado do contato de um sistema cultural com um outro e outras circunstâncias, como revoluções e novos métodos científicos (aculturação). Essa mudança cultural externa, é a mais atuante na maior parte das sociedades humanas pois é praticamente impossível pensar em um povo que viva isolado dos demais e que por isso seja afetado somente pela sua própria mudança interna. No entanto, é importante ressaltar que tanto as mudanças mais brutas como as mudanças menos latentes estão vinculadas ao caráter dinâmico da cultura.

O tempo é um elemento importante na dinâmica da cultura, uma vez que é a partir dele que é possível reconhecer que a cultura está sempre mudando. Por mais que quem se encontra inserido na sociedade não consiga perceber essa mudança, aquele que vê de “fora”, consegue. Em união com o tempo, há nas sociedades humanas um embate entre as tendências modernas e conservadoras, em que a primeira visa mudar a ordem regente e a segunda procura mantê-la.

A dinâmica da cultura, assim é extremamente importante para atenuar o choque entre as gerações passadas, presentes e futuras, além de evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental para a humanidade seguir a lógica do relativismo cultural e compreender que existem povos de diferentes culturas, com diferentes histórias e nem por isso pode ser feita uma escala civilizadora em torno disso.

2 - Considerando a segunda parte do curso (“Antropologia do Consumo”), o aluno deverá ler a bibliografia indicada abaixo e desenvolver um texto que explique – no seu entendimento – as três teorias sobre o consumo que o autor apresenta.

Logo de inicio, Canclini realiza uma critica à teoria de Indústria Cultural de Adorno ao dizer que os meios de comunicação de massa não são dominadores e que os receptores não são apenas telespectadores manipulados pela mídia. O autor por sua vez, acredita que para haver uma comunicação eficaz é necessário existir canais de colaboração e transação entre o emissor e o receptor. Dessa maneira, para avançar em sua linha de raciocínio, o autor aborda suas teorias e investigações sobre o consumo, tanto nas vertentes dos consumidores como na dos produtores.

Para abordar suas teorias e investigações sobre o consumo, o autor apresenta uma conceitualização global sobre o tema, na qual possam ser incluídos os processos de comunicação e recepção de bens simbólicos. Dessa maneira, o consumo é o conjunto de processos socioculturais em que se realizam a apropriação e os usos dos produtos. Ele é compreendido pela sua racionalidade econômica por possuir um ciclo de produção e reprodução social, haverá sempre um processo iniciado na produção do produto, que depende da força de trabalho e culmina na expansão do capital. Além disso, esse processo do consumo não depende das necessidades e nem dos gostos individuais para existir e/ou funcionar, ele simplesmente acontece.

Canclini alega que no consumo existem diversos processos que fogem das mãos do consumidor. A força de trabalho, a maneira de distribuição dos produtos, a forma com que os industriais tentam sempre aumentar a lucratividade dos produtos, além das ofertas de bens e da agressiva publicidade em torno deles. No entanto, essa racionalidade de tipo macrossocial, definida pelos grandes agentes econômicos, não é a única que modela o consumo. Há também, uma racionalidade sociopolítica interativa, como podemos ver na proliferação de objetos e de marcas impulsionadas pelas redes de comunicação e novas formas de acesso ao consumo. É possível perceber que a distinção entre os diferentes grupos da sociedade, a expansão educacional e as inovações tecnológicas e no ramo da moda também intervêm nesses processos.

O autor por sua vez, critica a maneira como a estrutura produtiva na sociedade é desigual e mostra como isso se reflete nos conflitos entre as classes que o consumo gera em relação à diferente distribuição e apropriação de bens. O consumo ele passa a ser um lugar de diferenciação e distinção de classes e grupos, tais quais são percebidos através de aspectos simbólicos e estéticos já conhecidos pela racionalidade consumidora. Esse simbolismo, por sua vez, apresenta uma lógica de signos, tais quais são comunicados e apropriados por essa racionalidade, tal qual construirá uma disputa em relação à apropriação dos meios de distinção simbólica, os signos de status.

Essa briga por status, abrirá uma concorrência entre membros de classes diferentes e até de mesma classe, mas de frações diferentes. Há uma diferenciação nos lugares habitados, restaurantes, leituras, moda, como se informam e o que transmitem aos outros. Apesar dessa “diferenciação”, se os membros da sociedade não tivessem um mesmo repertório em comum, ou seja, não partilhassem o sentido de bens, não serviriam como instrumento de diferenciação/status. Assim como um carro de luxo ou roupas de grife atribuem um significado sociocultural de status, elite, eles só o fazem pelo fatos de que toda a sociedade sabem da necessidade de um alto poder aquisitivo para conquistá-los. Ao mesmo tempo, porém, um objeto sem valor material, mas de valor simbólico sagrado, mítico para aqueles que acreditam, pode tornar-se também um elemento de distinção na medida em que outros setores compartilhem do seu significado, independente da crença ou não. Com isso, o autor concluiu que no consumo se constrói parte da racionalidade integrativa e comunicativa de uma sociedade.

O consumo, não é algo privado, atomizado e passivo, mas sim eminentemente social, correlativo e ativo, subordinado a um certo controle político das elites. Essa classe social então, funciona como um espécie de classe reguladora dos modelos político-culturais. Devido a isso e a uma reorganização pós globalização dos sistemas simbólicos, feita sob um sistema neolibeal, exclui as maiorias das correntes mais criativas da cultura contemporânea. Não é a estrutura dos meios de comunicação e muito menos a sua influência no receptor a causa do achatamento cultural e do desinteresse político do cidadão. Para o autor, o consumo tornou-se um lugar irrefletido e de gastos inúteis.

O consumo tornou-se um lugar

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