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O jornalismo é uma forma de conhecimento

Por:   •  24/3/2018  •  1.449 Palavras (6 Páginas)  •  307 Visualizações

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Pressupostos do jornalismo como conhecimento. A desmistificação do preceito positivista da infalibilidade da ciência demonstrou o caráter histórico e cultural das formas de conhecimento. Isso não significa que o irracionalismo da idade média vai dominar novamente a sociedade, mas que a complexidade do mundo, cada vez mais exposta a nós, necessita de uma razão mais refinada.

Neste ponto, o autor reflete sobre transmissão e a constante formação de conhecimento.

O saber não pode ser transmitido, já afirmava Paulo Freire. Quando uma informação é comunicada de uma pessoa a outra com sucesso, isto implica que que ela não foi simplesmente transferida, mas que foi re-conhecida pela pessoa que a recebeu. Desta forma, o conhecimento não se transmite, ele se reproduz. Diante de vários exemplos de quão complexos e diversos são os processos de gerar conhecimento, o autor afirma que não é aconselhável descartar qualquer forma de conhecer, re-conhecer o mundo, por mais singela ou limitada que ela possa parecer. O Jornalismo, como modo de conhecimento precisa ser compreendido, pois ele pode fornecer uma peça importante no grande quebra-cabeça que é a realidade.

Características do jornalismo como conhecimento. O jornalismo descende da mais antiga forma de conhecimento: o intuitivo, o senso comum, o empírico; porém apoiado por um fantástico aparato tecnológico; realizando para a coletividade (o público) o que a percepção realiza para o indivíduo. Desta forma, o modo de conhecimento do Jornalismo é tanto forte quanto frágil. É frágil enquanto método analítico, pois não representa a realidade baseando-se em teorias ou modelos. Por outro lado é forte pois, mesmo os cientistas e filósofos responsáveis pela teorização da realidade são orientados pelo senso comum ao saírem de seus campos finitos de significação. Outra característica importante do Jornalismo como forma de conhecimento reside na sua universalidade distinta da universalidade do modo de conhecimento das ciências, que é universal de direito, mas não de fato, uma vez que se resume a auditórios específicos. O ideal de universalidade do Jornalismo vislumbra um auditório universal, uma outra rede de circulação de conhecimento constituída pela comunicação. Embora precária, é uma universalidade de fato ao manter a comunicabilidade entre faces diversas da sociedade.

O Jornalismo, por estar preso ao censo comum, vincula-se ao contexto. “O texto só adquire sentido dentro de um contexto”, diferente da ciência que isola o texto do contexto. Assim, o conhecimento produzido pelo jornalismo é sintético e holístico, diferente do produzido pela ciência.

Problemas do jornalismo enquanto conhecimento. O conhecimento produzido pelo jornalismo está condicionado a inúmeras variantes. Assim, o Jornalismo não pode ser considerado uma imagem da realidade extraída unicamente desta realidade e a falta de transparência dos condicionantes é um dos principais problemas do Jornalismo como modo de conhecimento. Outro problema seria a velocidade de produção desse conhecimento que pode ser um limitante, mas também uma vantagem em reação à outras formas de conhecimento. Velocidade é característica da nossa civilização, não é exclusiva do Jornalismo. Por fim o autor reflete sobre a espetacularização como problema do conhecimento gerado pelo Jornalismo, uma vez que os textos jornalísticos necessitam de um incentivo à leitura, uma vez que o público escolhe o que quer ler. O problema de se aliciar o leitor reside na dificuldade de se distinguir se essa persuasão tem fins cognitivos ou são utilizados para uma luta comercial ou política.

Efeitos do jornalismo enquanto conhecimento. Pouco se sabe sobre os efeitos concretos do Jornalismo sobre os indivíduos e sobre a sociedade, mas é inegável que a comunicação tem um poder muito grande no meio social, só não se pode determinar se de forma autônoma ou como instrumento de outros meios. O jornalismo reflete a sociedade na qual está inserido, suas desigualdades e contradições, e isso também não é exclusividade do jornalismo.

O jornalismo eventualmente pode desinformar as pessoas, mas ensina-lhes muitas coisas úteis. Uma pessoa com formação superior tira muita mais proveito das notícias do que uma pessoa privada da escola básica e isso não é culpa só do Jornalismo.

Conclusão: a pertinência do jornalismo enquanto conhecimento. O autor em suas considerações finais afirma ter tentado responder à questão, transformando a indagação em uma afirmação. Tentou fazê-lo com bases teóricas não-jornalísticas, de campos como a epistemologia, teoria do discurso, sociologia do conhecimento e psicologia da cognição todas elas embasadas cientifica e filosoficamente.

Considerar o Jornalismo como modo de conhecimento tem a vantagem de aumentar a exigência sobre a qualidade desse conhecimento e sobre a formação do profissional da área que passará de um mero transmissor de informações a

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