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Resenha - Adorno e Quijano

Por:   •  30/9/2018  •  1.247 Palavras (5 Páginas)  •  237 Visualizações

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Fichamento 2

QUIJANO, Aníbal. Dom Quixote e os moinhos de vento na América Latina. Estud. av. [online]. 2005, vol.19, n.55, pp. 9-31. ISSN 1806-9592. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142005000300002

Aníbal Quijano realiza em seu texto reflexões a respeito dos reflexos dos processos da colonização europeia na América Latina, incorporando às suas análises a história de Dom Quixote de La Mancha. O texto nos revela por meio da junção ficção/realidade, o quanto é relevante e significativo enfrentar os paradigmas que ainda permeiam as sociedades que compõem essa América.

As estruturas de poder e colonialidade disseminadas sobre as sociedades da América Latina no decorrer dos séculos deixaram amarras complexas de serem fragmentadas, sendo estas, fruto do aculturamento imposto pelo colonizador europeu. Todavia, é necessário persistir no combate a todas as ideias já estabelecidas e arraigadas. A Sociologia pode neste caso legitimar um discurso/diálogo com bases epistemológicas, ideológicas, políticas e sociais que contribuam na desconstrução dessas amarras.

Através do texto pode-se compreender que foi graças a América Latina que a Europa conquistou o poder dominante e assim tornou-se centro do mundo. É crucial destacar que tudo isto ocorreu através de um processo civilizatório extremamente violento. Resultando dessa maneira, na dependência da América Latina, dependência esta que, de certo modo, contribuiu para o então surgimento de um novo modelo social, conhecido como modernidade.

Isto é, a ideia de modernidade surgiu via Europa e posteriormente foi difundida para o restante do mundo. E apesar da referida “contribuição”, essa modernidade não se efetivou por completo na América Latina, isto por conta do histórico do colonialismo.

E qual a análise que se pode fazer da história de Dom Quixote com o desenvolvimento da América Latina? A América da época enfrentava [e talvez ainda enfrente, mesmo que de forma mais “branda”] um contexto de servidão e ainda presa às estruturas de colonização, e a luta de Dom Quixote contra possíveis “gigantes” [sendo estes na verdade os moinhos de vento], pode ser encarada como uma resistência de antigas ideologias [colonialidade] contra a vinda de um novo sistema econômico, político e social [surgimento da modernidade].

Entretanto, a princípio, a modernidade pode ser entendida como fruto de um diálogo desigual entre as nações, no caso a Europa e o restante do mundo. Talvez, a modernidade não foi alcançada de fato pela América Latina porque os europeus consideravam seu olhar superior e acreditavam serem os únicos protagonistas desta mesma modernidade, crença esta que foi difundida por todo o mundo. O que, eventualmente, provocou um atraso no desenvolvimento social, político e econômico dos povos latino americanos.

E é por isso que finalizo com a ideia de que é essencial e urgente que a América Latina busque abandonar os fantasmas históricos do colonialismo. Fantasmas estes, que deturpam sua visão e a impedem de conquistar a libertação da dependência e influência de poderes externos [sejam eles europeus e até norte americanos]. E dessa maneira consiga assumir sua identidade, sua história, e possa adquirir a autonomia necessária para lidar e solucionar seus próprios conflitos.

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