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O restabelecimento da ordem (maio de 1848-junho de 1849)

Por:   •  17/7/2018  •  2.961 Palavras (12 Páginas)  •  281 Visualizações

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Em seguida, o autor aborda a ligação das oficinas com as ferrovias (20§). Essa ligação se dá principalmente devido a Lamartine, que viu uma possível catástrofe na tentativa de acabar com as oficinas. Para tentar salvá-las pensa em empregar os trabalhadores desempregados das oficinas na construção das ferrovias que passariam a ser da iniciativa pública. Esse projeto conseguiu alguns apoiadores, mas ainda tinham pessoas que queriam acabar com as oficinas.

Esse fim ocorreu definitivamente e gerou uma revolta operária, tema abordado do parágrafo 22 ao 26. A tramitação do fim das oficinas não passou pela comissão, que dificilmente conseguia unanimidade. Passou, ao invés disso apenas pelos interessados em seu fim, que se deu no dia 21 de junho. A resposta dos operários a essa decisão foi uma concentração, liderada por Pujol, na praça da Bastilha no dia 23, com o objetivo de erguer barricadas nas ruas. Esse movimento ficou conhecido como as jornadas de junho.

As jornadas de junho tiveram como característico a não presença de grandes dirigentes políticos e uma espontaneidade. Elas “representaram na história da França a batalha de classes em estado puro” (p.74). Essas características também foram observadas por Marx e Engels, que acompanharam a manifestação. Outra característica marcante dela foi a violência que a seguiu.

O autor então trata da opinião pública sobre as jornadas de junho (27§ a 30§). Para ele havia uma polarização, em que ambas as partes possuíam determinações, o que gerou a grande violência nas manifestações, mas também gerava a dúvida sobre como agir. Para o autor, a determinação dos operários era a recepção que tiveram do fim das oficinas similar a recepção de um golpe de estado, já os burgueses tinham ideais tão fortes quanto os operários. Entre os dias 23 e 35 tiveram grandes lutas entre o proletariado, burguesia e o exército, assim tendo Cavaignac (ministro da guerra) grande atuação nesse episódio.

Nesse momento o autor aborda a substituição dos membros da comissão executiva por Cavaignac (31§ a 34§). Ele aborda o planejamento de Cavaignac de atacar com forças diferentes em diferentes dias para assegurar a vitória perante as manifestações. Diante disso, houve uma mistura da assembleia com o poder executivo até que Cavaignac se tornou o chefe do poder executivo, pois houve um “fracasso da conciliação” (p.76) que culminou com a saída dos cinco da comissão executiva. Para o autor, esse processo se assemelha a saída de Gambetta 30 anos depois.

Maurice Agulhon então entra na segunda parte do capítulo, na qual aborda o governo de Cavaignac. Ela é aberta com um resumo do que antes foi dito (35§) para então abordar os resultados das jornadas de junho (36§ e 37§). Nos dias 25 e 26 a ação do exército foi violenta, terminando com 15 mil homens presos levados para a Argélia, que tinha “certo papel de reserva na política interna das repúblicas francesas” (p.79).

O autor então explora mais a figura de Cavaignac e a república (38§ a 40§). Coloca que Cavaignac era republicano com uma ideologia parecida com a do grupo Le National, coloca que esse posicionamento o faz agir de maneira a preservar as instituições republicanas e ter um regime com características parlamentares. Também aborda a equipe de seu governo, que era republicana e composta por Lamoricière, Goudchaux, Sénard e Marrast na presidência da assembleia.

Entre os parágrafos 41 e 45 o foco é dado na assembleia constituinte e em sua reação. A assembleia, para o autor, tinha intenção reacionária, o que pode ser visto no fato de que as oficinas nacionais continuavam fechadas; na mudança de visão sobre as jornadas de junho o que acarretou no fechamento de clubes e barreiras a imprensa pois passaram a achar que as manifestações aconteceram por excesso de propaganda; e também na acusação de qualquer pessoa que já fora socialista a participação em conspirações e revoltas. Essas medidas, todavia, encontraram barreiras na assembleia, onde a “liberdade ainda contava com defensores, mas o mesmo não se podia dizer do socialismo” (p.81)

Tendo abordado essa visão sobre o socialismo, o autor a desenvolve melhor a partir da figura de Proudhon (46§ e 47§), que defendeu um novo sistema como uma diferente solução para a situação, sistema que ganhou apenas dois votos na assembleia. Todavia, Agulhon coloca que se conseguiu a redução da jornada de trabalho.

Tendo apresentado uma visão de que a época de Cavaignac era reacionária, o autor a modifica entre os parágrafos 48 e 52. Ele mostra a dedicação ao governo através da figura de Émile Ollivier e apresenta os frutos do sistema estabelecido em fevereiro, sendo eles o interesse pelo que é público gerado pelo sufrágio universal, o aprendizado da democracia, e a adoção do selo postal que aumentou e popularizou o tráfego postal.

Tendo abordado os efeitos desse novo sistema, o autor passa a tratar desses efeitos na província (53§ a 59§). Ele coloca que “começavam a delinear-se as diferenças regionais de opinião pública e talvez até das estruturas da política” (p.84), diz também que a consciência popular era favorável a nova forma da vida pública. O autor então coloca uma particularidade da província, com relação a Paris. A repressão não era forte fora de Paris, o que fez com que a província se mantivesse animada enquanto Paris estava traumatizada.

Agulhon passa, depois disso, a abordar a constituição que estava sendo feita nesse período (60§ a 70§). Para ele, seu significado é de um “grande acontecimento nacional” (p.85). Ela foi feita através da assembleia nacional constituinte desde maio por pessoas de correntes do Le National, “republicanos do amanhã” (p.85) e socialistas seguindo os modelos da constituição americana e da revolução francesa de 1789.

A contribuição da revolução francesa foi a unicameralidade, concretizada pela assembleia nacional legislativa com 750 membros. Ela não seguia a tradição do restante da Europa, onde uma segunda câmara existia para fiscalizar a câmara baixa. Já a contribuição americana foi a eleição do presidente, como figura que contém o poder executivo, por sufrágio universal.

O autor, então, se propõe a abordar os elementos da constituição que geraram grandes debates. O primeiro elemento que aborda é o direito ao trabalho e organização da produção pela sociedade (71§ e 72§), defendido pela esquerda, que não ganhou essa luta. O que estava presente era a assistência do estado aos que não podem trabalhar ou não têm família.

O segundo elemento que gerou debates era a possibilidade

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