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O Impacto da Robótica na Econômica

Por:   •  20/10/2018  •  1.628 Palavras (7 Páginas)  •  324 Visualizações

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do trabalho), na mudança tecnológica crescente e na aceleração do tempo de giro do capital, concentrado sobretudo nos mercados especulativos. Segundo o autor, o processo é responsável por uma organização ainda mais concistente da economia capitalista, estrutura na informação e internacionalização do mercado financeiro.

PRODUÇÃO E ROBÓTICA

A partir da breve introdução sobre o desenvolvimento do sistema capitalista, sua intrínseca relação com os sistemas técnicos e o consequente impacto na organização do sistema capitalista, passemos a análise da aplicação da robótica no mundo produtivo.

Em sua origem, o termo robô deriva do eslavo robota, significando trabalho forçado ou escravo, e teve sua divulgação em uma peça de 1921 de Karel Capek. Em relação ao surgimento literário, em detrimento de uma definição técnico-científica, a ideia relaciona-se no imaginário comum através de uma característica antropomórfica, definida por Capek. Já segundo a RIA (Robotics Industries Association) um robô é definido como “um manipulador reprogramável, multifuncional, projetado para mover materiais, peças, ferramentas ou dispositivos especializados através de movimentos programáveis variáveis a fim de desempenhar uma variedade de tarefas”. A despeito das diversas conceituações do termos, todos possuem em comum a definição de robô enquanto um “manipulador de tarefas”.

Segundo diagnóstico realizado por Rafael Leal , a crescente necessidade de competição entre as empresas por seus nichos de mercado deflagra maior demanda sobre a utilização de robôs em seus processos produtivos. Enquanto um “manipulador reprogramável” e mecânico, este tem maior potencialidade produtiva em relação ao trabalhador humano, assim como não sujeita-se a regulações normativas. Enquanto os salários médios possuem altas crescentes, a verificação dos custos na produção e implantação robótica diminuiram vertiginosamente, aliados a sua crescente capacidade e adaptabilidade as exigências produtivas, conforme os dados da Tabela 1.

Tabela 1 - Evolução dos aspectos ligados à robótica de 1990 em relação ao estado em 2000

Preço médio de um robô

Número de robôs produzidos

Número de variações dos produtos

disponíveis aos consumidores

Capacidade de manipulação total -43%

+782%

+400%

+26%

Fonte: World Robotics (2003), Organização das Nações Unidas.

Em decorrência das alterações na operacionalidade do capitalismo, como exposto acima, a transição do fluxo produtivo para os fluxos financeiros altera substancialmente as relações de produções. Se antes a produção visava propor uma resposta única e padronizada a uma demanda específica do mercado, hoje o processo inverte-se. Tem-se diferentes soluções para o mesmo problema, e cada uma adequada a um determinado contexto socioeconômico ou segmento do mercado. A exigência de maior flexibilidade produtiva demanda maior incrimento tecnológico, deslocando os trabalhadores de suas funções usuais dentro de uma estrutura produtiva rígida. Com a deflagração do desemprego estrutural, este passa a atingir crescentemente regiões e trabalhadores com determinados níveis de formação educacional, sobretudo aqueles ligados a atividades de baixa complexidade e adaptabilidade.

A despeito das consequências na implementação da robótica nos processos produtivos, estes se dão também no setor de serviços. Segundo estudo publicado por FREY e OSBORNE (2013) , a respeito da suscetibilidade da oferta de serviços ao processo de computadorização, 47% das atividades relacionadas a essa atividade econômica correm elevados riscos de substituição do elemento humano pelo robótico.

Figura 1- Risco a computadorização na oferta de serviços

Fonte: The Future of Employment: how susceptible are jobs to computerisation?

De acordo com os dados da Figura 1, a oferta de serviços como transportes, serviços administrativos, produção, construção e extração, e farmacêuticos são elencados como os mais suscetíveis a robotização. O lado oposto, serviços que necessitam de maior capacidade de autonomia, juízos de valores e improvisação encontram-se como os menos suscetíveis. As transformações dai subjacentes alteram de maneira substancial as relações entre capital e trabalho, assim como possuem potencial para aumentar as disparidades econômicas entre nações. De acordo com Larry Fink , presidente-executivo da empresa Blackrock, a tecnologia é o “cisne negro” da economia global, em decorrência de seu potencial disruptivo.

Posto isto, a competição por mercados em uma economia globalizada torna a adesão as inovações tecnológicas imperativos para sua sobrevivência no mercado. Consequentemente, as nações periféricas no sistema mundial de inovações tendem a perder e ou enfraquecer as vantagens competitivas de suas empresas em face das grandes corporações multinacionais, tanto na indústria como no comércio. Decorre-se então a diminuição no potencial de crescimento do Produto Interno Bruto nacionais, contribuindo sobremaneira na perpetuação das desigualdades globais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao consolidar sua hegemonia enquanto modo de produção dominante diante da derrocada dos regimes socialistas com o fim da guerra fria, o sistema capitalista passa por diversas transformações em sua operacionalidade. Intrinsecamente dependente das inovações tecnológicas para a articulação de uma rede global de trânsito de informações, as novas dinâmicas subjacentes ao sistema reverberam-se em todo o mundo social, alterando profundamente as relações humanas.

Com a aceleração

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