Livro 1984 George Orwell

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bem servido, existiam teteletas em todos os lugares possíveis, monitorando cada passo de cada membro do partido, e monitorando de uma maneira geral as proles. Com o advento da tecnologia no século XXI, não são raras notícias de casos de espionagem, somos monitorados o tempo todo, todas nossas mensagens, conversas, e-mails, lugares que frequentamos e etc são gravados, esse tipo de informação quando se trata de um membro do baixo escalão não tem valor, mas é muito valorizada quando são informações de alguém no poder, tanto que vários são os casos de espionagem entre governos ao redor do mundo.

A forma que a sociedade atual se estrutura, não chega nem ao menos perto de ser como o livro retrata, porém não diverge totalmente, como no livro, o poder está na mão de uma pequena parcela da sociedade, bancos e corporações bilionárias ao redor do mundo detém a maior parte do poder, controlando a política e a população no geral, assim como no livro, a pobresa e a miséria é necessária para que haja o outro extremo (a riqueza), e esses que detem o poder, administram as coisas ao seu interesse para que tudo permaneça como está. Educação em excesso é uma arma perigosa contra a pequena parcela no poder, entra ai a política do pão e circo, vigente desde a época da roma antiga, que é responsável por manter a população entretida, para que não saia da ignorância e da miséria, que é onde devem estar para que tudo se mantenha como está.

Fazendo uma analogia com os dias atuais, o ministério da verdade seria como a mídia, que é responsável por levar informações, porém distorce as mesmas da melhor maneira para os seus interesses. Na obra, o ministério da verdade era de suma importância, assim como os outros dois (Ministério do amor e Ministério da paz), ele mantinha controle sobre os registros históricos, tirando o contato da população com o passado, já que o mesmo só existe na memória e nos registros, e já que o partido controlava a mente de todos com o duplipensar, e controlava todos os registros, eles controlavam o passado. O Ministério da paz era responsável pelas guerras contínuas. E o ministério do amor era o responsável por espionar e identificar possíveis ameaças ao partido, tal como convertê-los e depois matá-los.

Essa parte merece uma atenção especial, pois foi o que mais me chamou atenção no livro, quando o ministério do amor pegava alguém por crimepensar, eles não simplesmente matavam-la e a faziam desaparecer, mas sim faziam questão de torturá-la até que se convertesse, e passasse a amar o Grande Irmão, foi assim com o nosso protagonista Winston, que foi pego por vários crimes, mas principalmente por tentar se juntar a Fraternidade, uma oposição ao partido cuja existência não era 100% certa. O partido entendia a importância de não se criar mártires, por isso convertiam-las primeiro, para depois matá-las. Porém as pessoas pegas pelo ministério da verdade não corriam risco de se tornarem mártires, pois ao menor deslise de comportamento já passavam a ser suspeitas, e eram pegas muito precocemente, muito antes de tentar difundir qualquer tipo de ideia contra o partido por aí, se fossem mortas e tivessem todos os registros apagados como se nunca existisse, que era como faziam, não faria a menor diferença se antes de morrer acreditavam nos ideais do partido ou não, por isso, eu interpreto esses atos, simplismente como a necessidade de expressão da dominação do partido, para que todos temessem serem apanhados pelo ministério do amor, já que era extremamente provável correrem boatos das torturas que se passavam lá dentro.

Por fim, na minha concepção, o que o comercial da Apple quis dizer com: “Aí você verá porque 1984 não será como “1984””, é que o avanço tecnológico, que trouxe consigo o produto anunciado ‘Macintosh’, não ajudaria a transformar a sociedade no modelo criado no livro 1984, pelo contrário, só traria benefícios e facilidades aos seus usuários.