Carnaval de romans, resenha
Por: Kleber.Oliveira • 22/10/2017 • 7.107 Palavras (29 Páginas) • 390 Visualizações
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Então o autor explica que o erro dos populares foi crer que depois da “expulsão dos forasteiros” eles conseguiriam que houvesse uma taxação sobre os ricos (que só ocorreu em 1630) isso causou um encontro muito forte de forças contrarias os pobres e os ricos, onde a força dos ricos era muito maior, e foi desse choque que surgiram figuras como a de Paumier. Depois que foi descoberto o principal motivo para a cobrança de impostos por Henrique que era a de patrocinar as guerras na Itália e Espanha teve inicio um novo ciclo de reclamações causadas também pelas questões religiosas. Há também revoltas em 1567-70 e 1576-8 que tem um cunho voltado a cobrança de impostos que culminara no Carnaval de 1579-80. Outro agravante é a votação de novas talhas sem o consentimento real dos estados que seriam representados num Conselho do rei, que na verdade contou com “paus-mandados” para representar cada Estado o que agravou ainda mais a situação socioeconômica da região delfinesa em 1578.
Falemos agora da revolta moderado de Jacques Colas. Iniciou-se uma tentativa de organização de um movimento com objetivos medidas anti fiscais e anti privilégio. Esse movimento recebeu o nome de Liga, são pessoas defendendo os interesses corporativos da comunidade. Em Romans esta liga adquiriu características populares. Inicialmente as comunas foram criadas para combater o banditismo em Pont-en-Royans, contudo foi em Montélimar, na cidade e no campo, que o movimento se desenvolve, e deixa de se chamar comuna para ser denominado como Liga. Estas ligas eram católicas, como em Montélimar ou pró-protestantes, como em Romans. As ligas delfinesas foram criadas a priore para se defender do banditismo e do fisco.
Em 1578, quando da criação da Liga, houve o aumento de impostos, a Liga reage, não pleiteando aumento de salários, mas contestando a hierarquia dos funcionários dominantes na província , acusados de manipular o dinheiro recolhido em benefício próprio; e se recusam a pagar os impostos. Outras ligas são formadas para o combate ao banditismo.
O autor fala de um do líder da Liga de Montelimar, Jacques Colas, vem de uma família sapateiros que obtém ascensão social, o pai é advogado e ele inicialmente é estudante universitário, papista fervoroso. Jacques compra o cargo de vice-senescal e este se torna líder da Liga montiliana. Tinha posição favorável à burguesia, porém tinha uma atitude mais moderada, contudo, representava o terceiro estado, reprovando seus membros mais radicias. Em Montelimar, os burgueses urbanos e os artesãos citadinos estão unidos e Colas tem título oficial, em Romans os burgueses e artesãos estão em oposição e Paumier, líder plebeu é desprovido de autoridade oficial.
A justiça, na conjuntura das revoltas delfinesas estavam divididas: alguns magistrados tomam partido do movimento popular, como de Bourg e Colas e outros como Guérin e parlamentares de Grenoble, querem acabar com a rebelião.
Já no capitulo cinco, Ladurie nos mostra que os camponeses romaneses, em 1577, começaram a perceber, como era de sua cultura, na natureza sinais de mau agouro. A passagem de um cometa e um inverno rigoroso eram prenúncio de má colheita, porém isto não aconteceu, colheu-se grãos e a safra de vinho foi boa. Contudo era preciso vender estas mercadorias e a bandidagem continuava a imperar e impedia a circulação monetária.
As primeiras revoltas camponeses ocorreram sempre durante as festas carnavalescas, que eram apoiadas pela Igreja católica. Entretanto o movimento logo passa a utilizar armas, conseguidas através de ataques a tropas e companhias militares.
Os huguenotes, protestantes, é que fazem a ligação entre a cidade e o campo, em Romans é o campo que influência a cidade. Os descontentes urbanos são recrutados entre os fabricantes de tecidos e cardadores de lã.
Assim, a revolta inicia-se em 1579, na festa de São Brás, festa dos fabricantes de tecido. São Brás foi usado como padroeiro. O dia de são Brás tinha aspecto de desfile militar, não obstante, naquele ano foi eleito um capitão de milícia têxtil, Jean Serve, apelidado Paumier, originário da aldeia da região e vindo para cidade na juventude. Sua reputação é esportista, militar comercial e industrial. Conseguira certa ascensão social como falaremos adiante, Paumier gozava de popularidade e era tido como notável em seu ofício. O juiz Guérin o apresenta como homem de maus modos, contudo o autor, concluí com o cruzamento de outras fontes, que Paumier era falador e insolente.
Em 1579, aconteceu o primeiro embate entre o partido popular e o Corpo municipal, em Romans. Os grupos manifestantes exigem o adiamento do pagamento de impostos, estão revoltados por verem o fruto de seu trabalho ir todo para pagamento de impostos. Os manifestantes tomaram as chaves dos portões da cidade e controlavam quem entrava e quem saia. A principio os cônsules negociam com os queixosos, e acerta-se não haver mais nenhuma cobrança, por enquanto, sobre a população romanesa. Os senhores de Estado e parlamento, de Grenoble, assustados com o movimento em Romans, mandam um conselheiro de origem romanesa, para contemporizar com os revoltosos, contudo ele não logra êxito.
A solicitação de verificação das contas municipais foi concedida em Romans, alguns destes funcionários municipais, fugiram da cidade temerosos para com as prestações de contas. O juiz Guerin não tinha a intensão de sair e tentava minar o poder de Paumier.
A tropa parte para sitiar Chateaudouble, sem viveres suficiente e quase partiu em debandada se Maugiron, não chegasse e levasse a empreitada a bom termo.
O autor cita que os dirigentes tradicionais não foram desalojados do poder e quando Maugiron assumiu a empreitada, tais dirigentes apoiaram a luta contra Laprade. Entretanto a agitação camponesa segue os seus objetivos: luta contra o banditismo e mais tarde contra os senhores.
Maugiron tenta se aproveitar da situação forçando a Liga a submeter-se ao comando real, contudo a Liga solicita a transferência de encargos fiscais para a nobreza. Em Romans o poder estava dividido entre Paumier o líder do povo artesão e as autoridades estabelecidas. A tomada de Châteaudoble enchera os membros da liga de orgulho e a agitação tomou ares de antinobiliária e o movimento passou a se radicalizar mais e mais. Destarte, o autor utiliza e confronta duas fontes mais comuns: os escritos de Eustache Piemond, mais explicativos e elucidativos e os do juiz Guérin, que manipula as informações abreviando-as, porém são mais confiáveis em relação a datas e fatos.
Os revoltosos passaram a queimar castelos, na verdade o que se tencionava era queimar
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