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Antropologia: Indivíduo e cultura

Por:   •  12/9/2018  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  360 Visualizações

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O cenário francês era construído por uma vertente paralela. Enquanto os evolucionistas da Antropologia biológica organizavam a cultura em estratos hierárquicos, Émile Durkheim viu a necessidade de elaborar instrumentos operacionais que permitissem construir um verdadeiro objeto científico, então a partir da publicação de Regras do "Método Sociológico", em 1895, se preocupou em observar as forças coercitivas exteriores aos indivíduos das sociedades e a forma como se dispunham internamente. Sob esse foco, o principal papel da cultura não era o seu “grau de desenvolvimento” – só era necessária uma forma de arranjo – mas sim sua influência em cada uma das pessoas inseridas em determinado contexto e que, no final, esse conhecimento tivesse uma utilidade prática, como a criação de políticas públicas, a fim de solucionar problemas enfrentados por uma população. Essa visão constituía o objeto “Fato Social Total” que representava a soma do biológico, psicológico, sociológico que constituem o ser humano. Inaugurou-se, assim, a linhagem francesa.

O século XX iniciou-se com grandes mudanças no âmbito antropológico; a hegemonia da concepção iluminista do ente como ser único-indivisível passou a dividir espaço com as novas percepções sobre o homem e seus diferentes modos de vida diante de fatos etnográficos. O relativismo cultural surge como uma nova expansão do trabalho científico da antropologia. As culturas começaram a ser observadas como independentes num sentido evolutivo: cada qual com sua origem, história e momento presente. Um grande pensador dessa corrente foi Franz Boas: o culturalismo norte-americano buscou na cultura o seu objeto de estudo a partir de métodos comparativos e relações entre cultura e personalidade.

Os momentos subsequentes da história da Antropologia e da cultura na ciência se aproximam nas diversas escolas que surgem no século XX: Lévi-Strauss no Estruturalismo, distinção entre natureza e cultura e busca das regras estruturantes das culturas presentes na mente humana (cultura como signos); Clifford Geertz, pensador da Antropologia Interpretativa, conceituando o trabalho com os “nativos”.

CONCLUSÃO

Através do esforço dos antropólogos para com sua área de atuação, a sofisticação de seus métodos e definições cada vez mais precisas de seus objetos de estudo, garantem à Antropologia seu status de ciência e, por conseguinte, sua aceitação e aplicação de teorias e práticas onde são necessárias. A adaptação do estudo à volubilidade da realidade social só é possível quando os presentes limites são avaliados e questionados por estudiosos dotados de circunspecção suficiente para compreender o panorama de seu tempo.

Em um mundo globalizado, é inevitável que culturas diferentes dividam o mesmo espaço já que presenciamos a facilidade do fluxo informacional e de pessoas. Esse fenômeno torna imperativo a influência do trabalho antropológico e suas obras progressivamente mais inclusivas perante a pluralidade humana. Além disso, eleva a responsabilidade do trabalho do profissional dessa área já que o relacionamento interpessoal está cada vez mais dinâmico e intenso, logo, a troca cultural constante tem, por consequência, revoluções em si mesma e suma necessidade de reavaliações.

O ser humano sistematizou o conhecimento de tal forma que se tornou alheio às proporções de interação do mesmo; estabeleceu limites imaginários para organizar e facilitar o aprendizado, todavia, esquece-se de retornar pelo mesmo caminho e unir as ciências numa mesma realidade. A Antropologia se presta o papel de aproximar o homem de seu mundo concreto quando reúne suas ideias.

A Antropologia demonstra crescentes avanços em sua aplicação científica e coerência para com seus objetos de estudo, contudo, como citado anteriormente, seu trabalho é infindo porque a mutação da realidade é infinda e a necessidade de sua atuação sempre existirá.

BIBLIOGRAFIA

LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. 1ª edição. São Paulo: Brasiliense. 2003.

GEERTZ, Cliffornd. A Interpretação das Culturas. 1ª edição. Rio de Janeiro: LTC. 2008.

LARAIA, Roque Barros de. Cultura: Um Conceito Antropológico. 14ª edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2001

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2ª edição. São Paulo: Moderna. 1993.

CARDOSO, Ruth. A aventura antropológica. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986

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