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ANTROPOLOGIA NA ÁFRICA COLONIAL E POS-COLONAlL

Por:   •  27/9/2018  •  2.322 Palavras (10 Páginas)  •  547 Visualizações

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E o autor SIQUEIRA acrescenta dizendo “Em 1885 se assina o Tratado de Berlin, no qual as nações europeias dividem o continente africano e o resto do mundo entre si.” E assim se cristaliza uma nova situação geopolítica no mundo, dado a conquista colonial no Tratado de Berlin e sobretudo o território moçambicano foi ocupado e administrado por Portugal. Mostrarei para já quatro períodos distintos no desenvolvimento da antropologia africanista: segundo CASTRO (2008)

- O período de 1920-40 marcado pela profissionalização da antropologia e pelas críticas aos paradigmas evolucionistas e difusionistas de seus primeiros anos;

- O momento de 1940-60, marcado pelos trabalhos funcionalistas e estrutural-funcionalistas;

- Um período que se inicia com os processos de independência dos países africanos entre 1960-90 e marca também o início da chamada descolonização da antropologia e todos os subsequentes ataque aos seus paradigmas instituídos;

- E ainda um último período de 1990 até os dias actuais que, ainda em conexão com o anterior, tem marcado o ressurgimento de uma escola africana de africanistas os quais sustentam críticas interessantes ao conhecimento antropológico tal como concebi do no ocidente – entendendo-se este como as escolas britânica, americana e francesa.

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Os estudos da Antropológico (Moçambique colonial)

Sobre domínio colonial ocidental, os estudos realizados na época acentuava em discrição de "costumes populares", A etnografia associa-se à procura de uma identidade nacional. Ou seja a burguesia procurava, na história e na cultura popular do povo africano, uma grandeza nacional perdida. Em que a identidade nacional deve ser encontrada entre "o povo" e não entre as classes urbanas no poder (que não conformam o autenticamente português, por não serem rurais, apesar de poderem ter uma existência muito antiga). Conforme LERMA MARTINEZ

“A partir de 1935, o regime ditatorial instituiu o estudo das colónias, com o objectivo de elaborar mapas etnológicos. Isto foi bem definido no Primeiro Congresso Nacional de Antropologia Colonial (Porto, 1934), Um dos seus autores foi Mendes Correia que utilizou um método antropométrico de campo. Foram enviadas missões para todas as colónias portuguesas, nomeadamente para África. Entre os impulsores destas missões destaca-se Joaquim do Santos Júnior (Pereira, 1988). Esta antropologia representava as tendências mais conservadoras das ideologias coloniais do regime.” (2003)

A partir de finais de 1950 produz-se uma nova antropologia colonial, protagonizada por Jorge Dias, que se distancia, cada vez mais, do grupo de Mendes Correia (Porto).

De acordo com ROSEIRO “Jorge Dias estudou os chopes do Sul de Moçambique, os Bóeres e Bosquímanes do Sul de Angola, mas o seu trabalho central foi dedicado aos macondes do Norte de Moçambique, escolha influenciada pelo facto do seu professor, o alemão Richard Thurnwald, ter estudado, nos anos 30, os macondes de Tanganica”.

Marvin Harris também trabalhou em Moçambique com os thongas (1957), mas foi expulso, nesse ano. Em 1960, Charles Wagley (também da Columbia University) foi convidado, pelo Ministério, para substituir Harris, como acto de relações públicas e de reduzir a má impressão da expulsão de Harris. Jorge Dias acompanhou a Wagley por Angola e Moçambique.

Jorge Dias acompanhou Charles Wagley por Moçambique e Angola, mas como em 1960, inicia-se, no planalto maconde, o levantamento de Mueda. Nestas circunstâncias, o trabalho etnográfico tornou-se inviável. Viegas Guerreiro continuou, contudo, a estudar o sul de Angola, nos verões europeus de 1962-63 e 64.Segundo João de Pina Cabral (1991: 35-36), Jorge Dias nunca conseguiu ultrapassar as limitações teóricas de base e não compreendia a teoria sociológica nem a antropológica.(2013)

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Antropologia na África no pós-colonial

Rabinow (1999[1986]:80) – ao afirmar que para resgatar a disciplina de sua desconstrução seria necessário re -antropologizar a África. Com uma concepção pan-africanista e de alguma forma diferenciada da do queniano Mafeje que afirmou “Depois da independência, eu vim a perceber que antropologia, como uma disciplina, é indispensável (…) pois esta já foi plenamente justificada porque nos não conhecemos outra antropologia, a não ser antropologia colonial” (minha tradução) (2001)

Nos meados do séc. XX objecto de estudo da antropologia (culturas primitivas) percebesse o seu desaparecimento. A história de que Antropologia em Moçambique é recente, sendo que o desenvolvimento das ciências sociais foi influenciado sobre análise do período pós-independência. “De referência: o desencadeamento da luta armada contra o sistema colonial português e a sua derrota por uma luta articulada em torno de uma ideologia revolucionária visando criar uma sociedade socialista.” LERMA MARTINEZ

Conforme LERMA MARTINEZ, (2003) “A produção científica em Moçambique corresponde as condições históricas do seu desenvolvimento. Sendo Ao alcançarmos a independência não encontramos uma tradição de pesquisa antropológica que pudesse fornecer orientações metodológicas válidas para uma abordagem sistemática e organizada da realidade social.”

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Estudos antropológicos (Moçambique pós-colonial)

Foi pelas realizações de projectos de desenvolvimento onde surge a necessidade da continuação dos estudos antropológicas, com a quantidade e a profundidade das mudanças sofridas pelos Moçambicanos. Segundo LERMA MARTINEZ:

Direcção Nacional de Habitação (DNH) realizou estudo que procurava comportamento herdados das populações, que ao nível habitação, tecnologia e uso de espaço, no ponto de referência que permitissem uma aproximação às soluções e respostas habitacionais e de ocupação do território «tecnicamente apropriadas, sociologicamente coerentes, economicamente possíveis e politicamente correctas». Este estudo sobre o desenvolvimento do habitante foi realizado por uma equipa interdisciplinar (que incluía sociólogos, antropólogos, arquitectos, geógrafos e historiadores).

Nas reflexões sobre a realidade económica, social e política que o país vivia a partir da década de 1980, Organização da Mulher Moçambicana (OMM) desencadeia, em 1983, realizou a primeira pesquisa com o objectivo de estudar a situação da mulher em todo o Moçambique.

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