O urbano em questão na antropologia

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Nessa época já se praticavam, no Rio de Janeiro e em São Paulo, linhas de antropologia urbana que buscavam articular um campo autônomo de reflexão e pesquisa, sublinhavam a necessidade da compreensão das chamadas “sociedades complexas”, conceito hoje revisto e criticado, através da compreensão de uma variedade de atores sociais da cidade, tendo em vista indivíduos que podem desempenhar distintos papéis sociais, marcada por forte divisão social do trabalho, redes e instituições diversificadas e múltiplos focos de produção simbólica.

No campo da antropologia urbana paulistana, várias pesquisas de fôlego desse período, como as de Macedo (1979), Magnani (1984) e Calderia (1984), tomaram as áreas periféricas como local de pesquisa, buscando compreender detidamente redes de parentesco e de vizinhança, modos de vida, estratégicas de sobrevivência, formas de sociabilidade e representações políticas, com ênfase em dimensões cotidianas e em representações simbólicas, muito pouco contempladas nas perspectivas “macroestruturais”.

A periferia revela-se não apenas um lugar urbano específico marcado pela distância, mas também um local de prática de formas peculiares de relações de sociabilidade, modos de consumo e lazer, bem como de representações da política.

O crescimento desses estudos suscitou novas reflexões. Tais temas foram abordados num balanço crítico de Durham em meados dos anos 80, que analisando a fértil produção da antropologia urbana da época, apontava que parte de tal visibilidade se devia ao fato de que os grupos pesquisados, em geral marginalizados, vinham ocupando um novo espaço na arena política, o que por isso mesmo trazia novos desafios para a própria prática antropológica.

Finalmente, enfocam-se desafios contemporâneos à antropologia urbana, compreendendo sua diversidade em termos territoriais, bairros ou localidades, considerando seus fatores, como desemprego, violência, condições financeiras, migração, etc.

Teve como desafio os avanços no aprofundamento de possibilidades etnográfico, estudo das periferias, movimentos culturais, rappers, estimulando uma identidade social para determinado grupo social.

A compreensão da cidade é realizada através de papéis e contextos passados, considerando as ações atuais, como do Estado, o planejamento urbano, e as demais influências que intervêm assim como a cultura norte americano, das periferias comparadas aos guedos.