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Arquitetura

Por:   •  10/1/2018  •  11.587 Palavras (47 Páginas)  •  323 Visualizações

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Para Mota (1998), citado por Silva (2000), à medida que as cidades crescem verticalmente ou se expandem na horizontal, a arborização vai se tornando mais importante no contexto urbano. Nos dois casos de crescimento, a artificialização do meio urbano e suas conseqüências na qualidade ambiental são percebidas facilmente pela população que sofre com seus efeitos e, a cada dia, torna-se mais consciente dessa situação. Portanto, a improdutividade da vida urbana, fixada nas comodidades do concreto, precisa ser abrandada, uma vez que uma paisagem mais bonita torna saudável o ambiente e desperta influências psicológicas positivas, tendo como conseqüência a melhoria da qualidade de vida.

MENEZES et al, (2003) acertam ao afirmarem que a arborização das cidades constitui-se em um elemento de grande importância para a elevação da qualidade de vida da população, seja nos grandes centros urbanos ou em pequenas cidades. Suas características diversas, controlam os muitos efeitos adversos do ambiente urbano, contribuem para melhorar a qualidade de vida, melhorando o ambiente urbano tanto em seus aspectos ecológicos quanto na sua estética. Esta arborização é um serviço tão necessário, quanto a distribuição de energia elétrica, telefonia, abastecimento de água, sistema de esgoto entre outros. Assim, a árvore é um elemento fundamental no planejamento arbóreo urbano, na medida em que define e estrutura o espaço amenizando os ruídos e a temperatura das áreas adjacentes.

Além de ser importante para a vida do homem, SANCHOTENE (1999)diz ainda que vegetação desempenha diversas funções ligadas e influenciadas por aspectos sociais, culturais, econômicos, e, sobretudo ecológicos, interferindo intensamente nas condições de conforto ambiental.

A arborização age sobre o lado físico e mental do homem, atenuando o sentimento de opressão frente as grandes edificações. Transforma-se num eficiente filtro de ar e de ruídos, realizando ação purificadora por fixação de poeiras, partículas residuais e gases tóxicos, proporcionando a depuração de microorganismos e a reciclagem do ar através da fotossíntese. Exerce ainda influência no balanço hídrico, abranda a temperatura e a luminosidade, reduz o impacto das chuvas e ainda serve de abrigo para a fauna.

GRAZIANO (1994) observa a importância da vegetação urbana e suas atuações funcionais e importantes nas cidades. Esta importância pode ser observada em três aspectos. Do ponto de vista fisiológico, melhora o ambiente urbano através da capacidade de produzir sombra; filtrar ruídos, amenizando a poluição sonora; melhorar a qualidade de vida do ar, aumentando o teor de oxigênio e de umidade, absorvendo o gás carbônico; amenizar a temperatura, trazendo o bem, aqueles que podem usufruir sua presença ou mesmo de sua proximidade.

Do ponto de vista estético, contribui através das qualidades plásticas (cor, forma, textura) de cada parte visível de seus componentes. É a vegetação guarnecendo e emoldurando ruas e avenidas, contribuindo para reduzir o efeito agressivo das construções que dominam a paisagem urbana devido à sua capacidade de integrar os vários componentes do sistema.

O último aspecto, embora difícil de quantificar, diz respeito ao aspecto psicológico, com à satisfação que o homem sente ao contato com a vegetação e com o ambiente que ela cria.

Além destas atuações importantes na vida do homem, do ponto de vista ecológico, a arborização urbana é fundamental. Através dela, pode-se salvaguardar a identidade biológica da região, preservando ou cultivando as espécies vegetais que ocorrem em cada município ou região específica. São elas também que oferecem abrigo e alimentação à fauna local e desta forma protegem o ecossistema como um todo.

Rezende (1997) ressalta que, geralmente, as grandes cidades, apresentam condições ambientais abaixo dos padrões desejáveis. Segundo, é atribuída a Organização Mundial da Saúde – OMS, a indicação de uma área verde mínima de 12 m2 por habitante. Porém em face do processo de formação e desenvolvimento, a maior parte das cidades não atinge esse percentual, considerado muito baixo.

Segundo dados do (IBGE, 2000), atualmente, 80% da população brasileira vive nas grandes cidades. Muitas destas cidades tem sérios problemas ambientais, ocasionados pela elevada concentração populacional e as atividades industriais, problemas como: impermeabilização do solo e poluições atmosférica, hídrica, sonora e visual, além da redução da cobertura vegetal.

RAVEN (2001) expõe que mesmo a vinda de grande parte da humanidade para os centros urbanos, a intensa relação entre o homem e as espécies vegetais não foi alterada. Com isto, BRANDAO (1992) afirma que o desenho urbano de cada cidade apresenta uma infinidade de variáveis que devem ser analisadas. Dentre estas se encontra a arborização, onde, ela tem de ser compatível e integrar-se aos demais elementos da cidade, principalmente a arborização de vias urbanas que, segundo Pedrosa (1983), trás para as cidades simbolicamente um pouco do ambiente natural.

A vegetação presente nas cidades tem inúmeros usos e funções no ambiente urbano. SILVA (1998) observa que e possível perceber nas cidades as diferenças entre as regiões arborizadas e aquelas desprovidas de arborização. Percebe-se que os locais arborizados geralmente são mais agradáveis aos sentidos humanos.

Sanchotene (1994) e Vidal e Gonçalves (1999), observam que a presença dos arbustos e árvores no ambiente urbano, melhora o microclima através da diminuição da amplitude térmica, principalmente por meio da evapotranspiração, da interferência na velocidade e direção dos ventos, sombreamento, embelezamento das cidades, diminuição das poluições atmosférica, sonora e visual e contribuição para a melhoria física e mental do ser humano na cidade.

Segundo Abbud (s/d), na composição do espaço urbano, a vegetação estrutura e modifica a paisagem através de seu volume podendo, deste modo, “harmonizar” ou “equilibrar” os espaços arquitetônicos, privilegiando ou desconsiderando certos ângulos e criando novos ambientes. São necessários para este trabalho, profissionais que considerem o espaço urbano como um todo e que conheçam o elemento vegetação com as suas características, necessidades, finalidades e limitações. Planejadores, arquitetos, geógrafos, paisagistas, urbanistas, tem que trabalhar em conjunto para se obter resultados satisfatórios.

No que se refere à vegetação compondo paisagisticamente o espaço urbano, sua estrutura e textura, são fatores importantes

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