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A interferência da arte na cultura social e na política da história

Por:   •  21/9/2018  •  1.685 Palavras (7 Páginas)  •  313 Visualizações

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A arte barroca italiana é considerada a expressão máxima da modernidade na Europa, Pietro de Cortona, Bernini e Rubens formam a transição do desenvolvimento italiano para as demais localidades. Com o empobrecimento de Roma, o centro do mundo transfere-se para a Itália, onde a monarquia absoluta está desenvolvida e onde a arte tem mais recursos disponíveis.

Cada vez mais os membros da classe média ingressam na nobreza, somente a nobreza rebelde é perseguida, os privilégios com exceção dos políticos continuam com os direitos senhoriais, conservando as isenções nos tributos. Portanto há duas vertentes de nobreza, a por direito e a por patente, o verdadeiro nobre agora é por direito de nascença.

A cultura barroca converte-se cada vez mais numa cultura palaciana autoritária. Os franceses consideram-se os cidadãos do mundo, com o típico modo cosmopolita de ver os fatos. Um corte profundo separa o século em duas fases, antes predominava uma tendência liberal na vida artística, a produção artista não era organizada pelo governo. A partir de 1661 nenhum setor da vida pública é poupado da intervenção, Versalhes e Paris, tornam-se sede da vida intelectual francesa.

Há total depreciação da individualidade, o subjetivismo que ainda predominava no alto barroco, posteriormente cede lugar a uma cultura autoritária. A principal característica dessas novas formas sociais e econômicas é a tendência que repele a individualidade, associação ao Estado absoluto. Está deve ter uma linguagem formal que corresponda aos ideais do classicismo, racional, tornando o público diretamente dependente do Estado.

Surgem as academias, escolas de arte dirigidas pelo Estado mesmo que indiretamente, tinham como o função intensificar o esplendor da corte como domínio real. Além do monopólio artístico, a organização da produção faz com que toda manufatura real seja marcada pela perfeição técnica. Le Brun dirigiu as instituições de acordo com princípios estritamente doutrinários e ortodoxos, fundador do “academicismo”.

As tensões conceptivas entre cortesãos e eclesiásticos não cessa na diferença entre gostos, mas estende-se na disputa pelo poder, luta entre privilégios dos conservadores e perigo por lado dos progressistas. A primeira vitória do público leigo ocorreu no governo de Luís XVI, quando as academias encontravam-se enfraquecidas e foram obrigadas a recorrer ao grande público a fim de recuperar o subsídio governamental.

O classicismo e racionalismo estavam em concordância com a tendência progressista, posteriormente foram aceitos por todas as classes da sociedade, o naturalismo não se manteve exclusivo da classe média. Assim como o racionalismo, tornou-se uma arma intelectual na luta pela existência. O pessimismo da nobreza, é uma das importantes fontes da nova psicologia.

Os denominados salons também foram fundamentais para a propagação da arte para diversas classes sociais, a burguesia não só ocupava importantes cargos, como também estava começando a competir com a nobreza na vida cultural. Existia certa dificuldade em distinguir conservadores e revolucionários no campo da arte, a cultura das classes dominantes assumiu um caráter completamente cortesão e perdendo suas tradições populares.

Até mesmo a Igreja que era a instituição mais importante interessada em arte, limitou-se em determinar uma orientação católica geral. O catolicismo restaurado permitiu maior liberdade ao artista, culminando em menor formalidade e maior espontaneidade em relação a arte palaciana. O protestantismo, por outro lado, era essencialmente hostil à autoridade divina. O antagonismo religioso entre o norte e sul tem causas econômicas e sociológicas, quando essas duas tendências, o barroco flamengo e o holandês surgem concomitantemente, considera-se um teste absoluto para a sociologia da arte.

A atitude da classe média com preferência pela descentralização, buscava preservar sua autonomia e privilégios. Os holandeses não se opuseram a Espanha por serem protestantes, já que o catolicismo não era mais reacionário do que o próprio protestantismo revolucionário. As vitoriosas províncias setentrionais estavam defendendo conceitos medievais de liberdade e governabilidade, porém no norte da Holanda, a independência nacional significou a preservação da cultura burguesa.

A burguesia cuja posição social na Holanda se baseava na riqueza e na ganância permitiu que seus interesses econômicos e políticos fossem representados por uma classe especial recrutada em suas próprias fileiras, os regentes. Por hereditariedade, possuíam mais autoridade desde o início desfrutavam de um respeito do que a classe normal de funcionários. A própria classe média alta converteu-se numa aristocracia mercantil, os regentes começaram a adotar um modo de vida que se distanciou dos amplos círculos da classe, estabelecendo uma continuidade na hierarquia social quase desconhecida no resto da Europa.

O espírito de classe média também se manteve no mundo da arte e impôs à pintura holandesa um cunho essencialmente burguês, entre a cultura cortesã do resto da Europa. Quando a Holanda atinge sua plenitude a classe média já se encontra em declínio em outros países. A arte holandesa deve seu caráter classe-média, ao fato de que deixou de estar vinculada à Igreja, as obras dos pintores holandeses foram vistas por todas a parte salvo nas igrejas.

Assim na Holanda, a pintura, a mais despretensiosa das belas-artes, mais especialmente a pintura de interior, sua forma menos pretenciosa, torna-se o gênero predominante. O gosto da classe média se mostra uniforme, a influencia da literatura clássica, dão continuidade a tradição do humanismo. O singelo gosto naturalista e o clássico humanista se encontram em estado de tensão

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