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A Inclusão do Deficiente Visual na Universidade

Por:   •  24/8/2018  •  4.732 Palavras (19 Páginas)  •  375 Visualizações

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II. REFERÊNCIAL TEÓRICO

A Proposta Deste Capítulo É Discutir Aspectos Históricos E Conceituais. Iremos Focalizar Na Investigação E Conceitos De Competência E Habilidades A Serem Desenvolvidas Para Suportar Esse Processo De Aprendizagem, Essencial Para O Desempenho De Atividades Acadêmicas Quanto Para Carreira Profissional E Em Situações Ao Longo Da Vida.

2.1. Tecnologias Assistivas – Conceitos E Histórico

Com Frequência, A Palavra Tecnologia É Associada Imediatamente À Idéia, Quase Que Exclusiva, De Equipamentos Ou Dispositivos Materiais Para A Execução De Atividades E Tarefas, Com A Idéia De Ferramentas Ou Produtos Úteis. Por Definição, O Sentido Da Palavra Tecnologia Vai, Além Disso. O Dicionário Aurélio Em Sua Versão Online, Por Exemplo, Define Tecnologia Como O “Conjunto De Conhecimentos, Especialmente Princípios Científicos Que Se Aplicam A Um Determinado Ramo De Atividade” (Ferreira, 2010). Nesse Mesmo Sentido, O Documento “Educação Em Tecnologias De Apoio Para Utilizadores Finais: Linhas De Orientação Para Formadores” Do Consórcio Europeu Eustat, Detalha E Exemplifica Da Seguinte Forma:

[...] o termo tecnologia não indica apenas objetos físicos, como dispositivos ou equipamento, mas antes se refere mais genericamente a produtos, contextos organizacionais ou "modos de agir" que encerram uma série de princípios e componentes técnicos. Uma "tecnologia de acesso a transportes públicos", por exemplo, não consiste apenas numa frota de veículos acessíveis (ex. autocarros com plataforma elevatória), mas engloba toda a organização dos transportes, incluindo controlo de tráfego, implantação das paragens, informações e procedimentos de emissão/validação de bilhetes, serviço de clientes, formação do pessoal, etc. Sem uma organização deste tipo, o simples veículo não ofereceria qualquer "transporte público". Em segundo lugar, o termo de apoio é aplicado a uma tecnologia, quando a mesma é utilizada para compensar uma limitação funcional, facilitar um modo de vida independente e ajudar os idosos e pessoas com deficiência a concretizarem todas as suas potencialidades. (EUSTAT, 1999).

Também com muita frequência a palavra tecnologia é percebida ou associada à idéia de algo frio, mecânico, sem emoção, distante de tudo o que é concebido como intrinsecamente humano sensível, afastado do que está diretamente relacionado com os valores da humanidade, como a educação, por exemplo. Essa forma de perceber e recortar as realidades que nos cercam que levou até a divisão do saber sistematizado em áreas opostas tais como as ciências humanas por um lado e as ciências exatas e tecnológicas por outro, nem sempre nos ajuda a entender o verdadeiro papel e lugar das tecnologias ao longo da história da humanidade, inclusive para a sua própria constituição, enquanto humanidade, enquanto raça humana.

Segundo assinala Lévy (1999), “as tecnologias estão presentes em cada uma das pegadas que o ser humano deixou sobre a terra, ao longo de toda a sua história”. Desde um simples pedaço de pau que tenha servido de apoio, de bengala, para um homem no tempo das cavernas, por exemplo, até as modernas próteses de fibra de carbono que permitem, hoje, que um atleta com amputação de ambas as pernas possa competir em uma Olimpíada, disputando corridas com outros atletas sem nenhuma deficiência. Passando por todos os outros tipos e modelos possíveis e imagináveis de bengalas, muletas e próteses, que surgiram ao longo de toda essa história. Tudo isso é tecnologia. “E tudo isso esteve sempre muito próximo do ser humano e de suas necessidades” (LÉVY, 1999).

A história da humanidade sempre foi fortemente permeada não somente pelas relações entre os seres humanos e pelas suas representações culturais, como também pelas técnicas, conhecimentos e recursos materiais que os viabilizaram, ou que foram produzidos por essas relações e representações. Percebendo a relação indissociável, nas atividades humanas, entre a técnica, cultura e sociedade, Lévy (1999, p. 22) considera que “é impossível separar o humano do seu ambiente material, assim como dos signos e das imagens por meio dos quais ele atribui sentido à vida e ao mundo”. Para o mesmo autor:

Não somente as técnicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas durante seu uso pelos homens, como também é o próprio uso intensivo de ferramentas que constitui a humanidade enquanto tal, junto com a linguagem e as instituições sociais complexas. (LÉVY, 1999, p. 21).

Não seria a tecnologia como que um “ente independente” que atuaria que agiria, como algo externo, sobre as culturas e as relações entre os seres humanos, as sociedades. Assim, o que existe são relações “entre um grande número de atores humanos que inventam, produzem, utilizam e interpretam de diferentes formas, as técnicas” (LÉVY, 1999, p. 23).

Neste contexto, ressalta-se a importância das tecnologias assistivas, que segundo o comitê de ajudas técnicas, Cordel/SEDH/PR, 2007,p.11:

É uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços ou objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiências, incapacidades ou mobilidade realizadas visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

O conceito de Tecnologia Assistiva (TA) vem sendo atualizado e reformulado nos últimos anos devido a sua grande abrangência e importância, pois isto vem ajudar a garantir à pessoa com deficiência sua inclusão. Neste caminho a Tecnologia Assistiva é uma nova expressão que se refere a um conceito ainda em pleno processo de construção e sistematização.

Os recursos de Tecnologia Assistiva estão muito próximos do nosso dia a dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de Tecnologia Assistiva uma bengala, utilizada por nossos avós para proporcionar conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizada por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo um veículo adaptado para uma pessoa com deficiência (MANZINI, 2005, p. 82).

Ainda segundo Lévy (1999), o termo Assistive Tecnology no Brasil surge como Tecnologia Assistiva e foi criado em 1988 como elemento jurídico dentro da legislação norte americana, conhecido como public Law 100-407, conjuntamente com outras leis. Este conjunto de leis regula os

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