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DESIGN E TECNOLOGIA: DESENVOLVIMENTO DE TEXTURAS BIOINSPIRADAS EM PLACAS DE ACRÍLICO

Por:   •  27/3/2018  •  4.144 Palavras (17 Páginas)  •  349 Visualizações

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Neste sentido a usinagem por comando numérico computacional (CNC) é um processo de fabricação automatizado amplamente utilizado na indústria e que neste trabalho é processo escolhido para análise. A precisão da reprodução das peças varia de acordo com o processo utilizado e da espessura do instrumento de corte, no caso desse estudo será utilizada a fresamento, ferramenta de corte lateral. Trabalha através da retirada de material possuindo um vasto catálogo de materiais que podem ser utilizados (ROCHENBACH, BERTOL, SILVA & ROLDO, 2010).

2. Biônica

Desde os tempos primórdios, o ser humano aprende com a natureza para o desenvolvimento de estruturas e objetos ou no aprimoramento dos mesmos. A reforma industrial fez com que a humanidade se afastasse das formas naturais por certo período de tempo, porém o fortalecimento dos ideais sustentáveis presentes no contemporâneo e a constante preocupação com o futuro, reascende o conceito de se aprender com a natureza. Essa capacidade de absorver as informações da natureza, através da observação e catalisar os conhecimentos dos estudos biológicos dos elementos naturais e transformá-los em produtos e soluções para o dia-a-dia vem a ser chamado de biônica.

Segundo Soares (2008), o termo Biônica foi inventado, em 1958, pelo Engenheiro da Força Aérea dos E.U.A Major Jack. E. Steele e foi definido como “a análise das formas pelas quais os sistemas vivos atuam e têm descoberto os artifícios da natureza”. Segundo o dicionário Aurélio (2011), é a ciência que tem por objeto o estudo de certos processos biológicos com o propósito de aplicar processos análogos a fins industriais e militares. Concomitantemente, para os mesmos fins, utiliza-se o termo biomimética que, analisando-se a estrutura morfológica da palavra, é a união de duas palavras gregas bio(vida) e mimesis (imitação), ou seja, imitação da vida.

Durante milhares de anos a natureza avaliou em várias formas de vida diversas instrumentos biológicos. Alguns deles fracassaram, resultando na extinção daquele ser, enquanto outros, adequaram-se e sobreviveram, resultando na conhecida seleção das espécies. A biônica emprega-se deste princípio, inspirando-se nas estruturas dos seres que melhor se adaptaram à natureza, ou ainda, analisando as qualidade apresentadas por aqueles que se extinguiram. Kindlein & Guanabara (2005) diz que a biônica pesquisa nos sistemas naturais, estruturas, processos, funções, organizações e relações, a fim de aplicar essas propriedades em mecanismos de soluções de problemas de engenharia, através da criação de novos produtos e redesign de produtos existentes que possuam problemas técnicos. Portanto pode-se definir biônica como sendo a busca por inspiração inventiva em elementos naturais, ou seja, em mecanismos biológicos altamente eficazes e eficientes.

A faixa de amplitude de pesquisa dos sistemas naturais não apresenta limites, podendo se observar de micro à macro estruturas contendo funções mecânicas e químicas. Estudos matemáticos também podem ser realizados a fim de se encontrar proporções ideais, como é o caso do número de ouro ou proporção áurea.

Há vários exemplos notáveis de aplicações da biônica, como por exemplo, os trabalhos de Leonardo da Vinci, no estudo da anatomia de pássaros, visando à aplicação em uma máquina voadora (Figura 1) no século XVI (NUNES & TEIXEIRA, 2007).

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Figura 1: Máquina Voadora do Século XVI baseada na anatomia dos pássaros, de Leonardo da Vinci.

Fonte: ABEMEC (2010).

Outra aplicação de destaque é o de Sir Joseph Paxton que projetou o Crystal Palace (Figura 2 e Figura 3), em Londres, Inglaterra, em 1851. Inspirado na estrutura das folhas da Vitória-Régia. Assim como a folha, a cobertura da edificação apresenta um conjunto de nervuras transversais apoiadas em grandes vigas longitudinais, suportadas por pilares que desempenhavam o papel da água na folha, ou seja, resistir aos esforços verticais trazidos pelas nervuras (LMC, 2012).

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Figura 2: folha da Vitória-Régia e a sua estrutura.

Fonte: adaptados de JBRJ (2012) e LdSM (2005), respectivamente.

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Figura 3: Projeto e obra do Crystal Palace desenvolvido por Joseph Paxton.

Fonte: LMC (2012) e SCIENCE & SOCIETY (2012) respectivamente.

Já este estudo, visa captar as informações de aderência e fixação dos liquens para a criação de uma superfície de concreto.

3. Superfície e Textura

A palavra superfície deriva morfologicamente de duas palavras em latim, sendo elas super (superior) + facies (face), significando face ou parte superior dos corpos. Manzini (1993 e 1989) define superfície como a localização do conjunto de pontos em que o objeto é feito e onde começa o exterior, sendo assim pode-se considerar como o limite entre objeto e o ambiente. Também afirma que também afirma que textura superficial é como a “pele do objeto”, capaz de transmitir diferentes sensações e percepções aos usuários. Representam a interface dos objetos reais (tridimensionais) como meio externo e, assim, suas características podem ser associadas com a interação produto-usuário (SILVA, 2006).

Para Dischinger (2009) pode-se considerar textura como um aspecto subjetivo da superfície, que é percebida através de sensações visuais e/ou táteis. Ruiz (1994) afirma que textura pode ser apreciada mediante o sentido do tato e o da visão, ou através de ambos. Um material que recebe textura, automaticamente altera suas características superficiais, influenciando no desempenho do produto como, por exemplo, na trilogia (atrito, desgaste e lubrificação) conforme SILVA (2006).

Considerando que cada estrutura possui uma textura superficial diferente, conclui-se que há um vasto campo de possibilidades a serem estudadas. Devido a ser uma interface entre produto/usuário percebe que o assunto é de grande importância. Cabe aos designer não só compreender a textura, mas também executá-la e testá-la.

O recorte deste trabalho dá-se exclusivamente no processo de execução das texturas e sua verificação de reprodutibilidade do líquen Parmotrema praesorediosum. Tendo em vista a criação de uma textura bioinspirada

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