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Trabalho F.M.E.I

Por:   •  10/3/2018  •  1.354 Palavras (6 Páginas)  •  288 Visualizações

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Segundo Manenti, a integração de um deficiente físico à sua equipe seria vista como uma nova experiência pelo empresário, porém explica com sinceridade que um deficiente mental não se adequaria ao espaço de trabalho devido à utilização de maquinas que ameaçariam a segurança do indivíduo. Ele também expõe sua opinião argumentando:

Imagine a lição que meus funcionários iriam receber ao trabalhar ao lado de uma pessoa que teria todos os motivos para estar em casa aposentado(a) mas que, em vez disso, prefere levar uma vida independente. [...] Meus empregados vivem reclamando, creio que com a convivência com uma pessoa assim eles pensariam duas ou mais vezes antes de reclamar da vida. (MANENTI, 2016)

Quando comparado o discurso do empresário com o relatado no livro de Cascavel é notável uma contradição:

[...] pode-se observar dois tipos de atitudes para com pessoas doentes ou portadoras de deficiência: uma atitude de aceitação, tolerância, apoio e assimilação e uma outra, de eliminação, menosprezo e destruição. (CASCAVEL, 2006, p-65)

E, ainda:

[...] ao refletir-se quanto à possibilidade de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade de forma geral, compreender que sua inclusão é irrestrita, uma vez que todos estes, de uma forma ou de outra, subsistem nesta sociedade e sua condição de inclusão plena no mercado produtivo não é potencializada por não interessarem enquanto mão-de-obra para extração da mais valia. Apesar de em alguns casos, em áreas específicas da produção industrial, essas pessoas serem muito bem aproveitadas [...] Este fenômeno não existe face à bondade de empresários, assim como a exclusão de maneira geral não ocorre por posturas diabólicas, e sim, pela busca da maior extração de mais valia, isenta de qualquer emoção. (CASCAVEL, 2006, p-83)

De um lado, a imagem de um patrão intelectualmente avançado e bondoso já no outro, a imagem de um patrão com interesses fundamentados apenas no capital. Sabe-se que a pessoa deficiente apresentará dificuldades onde outras pessoas provavelmente não encontrariam e é neste ponto que os interesses do patrão se ramificam em duas diferentes metas. A primeira é uma meta, idealizadora e progressista, consiste em simplesmente dar um “sim” a quem cotidianamente recebe um “não”. Portanto, fundamenta-se em oferecer uma oportunidade indiferentemente da necessidade especial que a pessoa apresente. Pode-se confirmar a “progressividade” desta atitude com um trecho de Edler encontrado no texto “Reflexões sobre a Inclusão da Pessoa com Deficiência na Sociedade”:

Temos a esperança de que, no próximo milênio, e, definitivamente, ocorra o corte epistemológico em torno da deficiência, substituindo-se a percepção social do aluno deficiente, como doente e ilimitado, para nele antever-se o adulto feliz e contributivo (o que vai depender da qualidade das oportunidades que lhes forem apresentadas). (CASCAVEL, 2016, p- 78/79)

Contudo, a segunda é comumente encontrada na sociedade, fato lamentável, e consiste em usufruir da deficiência do portador para beneficiamento da empresa:

[...] a área da deficiência auditiva, havendo uma verticalização do aproveitamento destes em atribuições que necessitam da utilização das mãos, como nas linhas de produção dos frigoríficos, obviamente com demérito para as demais áreas de deficiências (visual, física e mental). (CASCAVEL, 2006, p-83)

Desta forma, é nítida a superação existente não apenas no cotidiano de pessoas deficientes, mas também na sua história evolutiva. Os padrões, característicos de cada época, subjugavam pessoas que apresentavam necessidades especiais de forma rigorosa e em muitos casos violenta. Contudo, as iniciativas contemporâneas, sendo estas originárias de iniciativas governamentais ou provenientes de cada cidadão, com finalidade de melhorar a vida de pessoas especiais não podem ser privadas do reconhecimento popular.

REFERÊNCIAS:

CARLOS, J. R.; TURECK, L. T. Z. Reflexões sobre a Inclusão da Pessoa com Deficiência na Sociedade. In: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE AÇÕES RELATIVAS ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS. Pessoa com deficiência na sociedade contemporânea: problematizando o debate. Cascavel, PR: EDUNIOESTE, 2006. 216 p. ISBN 8576440725 (broch.) p. 63 – 90.

BRASIL, Lei nº 13.146, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm> Acesso em 05 de maio de 2016.

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