EFLORESCÊNCIAS E DESCOLAMENTO DE PINTURA EM FACHADAS DAS CASAS DE PATOS DE MINAS
Por: eduardamaia17 • 31/10/2018 • 1.707 Palavras (7 Páginas) • 399 Visualizações
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• Construtivas: quando a sua origem está relacionada com a fase de execução da obra, resultante do emprego de mão-de-obra desqualificada, produtos não certificados, ausência de metodologia construtiva, o que, segundo pesquisas mundiais, também são responsáveis por grande parte das anomalias em edificações. Conforme SOUZA e RIPPER (1998): "o surgimento de problema patológico em dada estrutura indica, em última instância e de maneira geral, a existência de uma ou mais falhas durante a execução de uma das etapas da construção, além de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio a uma ou mais atividades".
• adquiridas: quando ocorrem durante a vida útil dos materiais, sendo resultado da exposição ao meio em que se inserem, podendo ser naturais, decorrentes da agressividade do meio, ou da ação humana, em função de manutenção inadequada ou realização de interferências incorretas principalmente em revestimentos, sejam eles cerâmicos, cimentícios, pinturas e nos revestimentos impermeabilizantes, danificando camadas e desencadeando processos patológicos. Segundo HELENE (1986), os fenômenos patológicos geralmente apresentam manifestação externa característica, a partir da qual se pode deduzir a natureza, a origem e os mecanismos dos fenômenos envolvidos. Certas manifestações têm maior incidência, devido à necessidade de cuidados que frequentemente são ignorados, seja no projeto, na execução ou até mesmo na utilização.
Grau de acometimento e incidência da patologia
O grau de acometimento é relacionado ao quanto a patologia incide sobre a fachada, determinando assim:
- Fase inicial: Ocupando até 30% da fachada.
- Fase intermediária: De 30% a 50%.
- Fase avançada: Acima de 50%.
A incidência é indicada a qual direção geográfica a anomalia está situada. Sendo possível ser influenciada por esta característica, devido à pouca ou excessiva exposição ao sol.
MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia consistiu em vistoriar visualmente as edificações, registrando o número de ocorrências patológicas observadas, além da orientação geográfica, finalidade de uso das edificações, compondo ainda, um registro fotográfico para posterior análise. Ressalta-se que na ocorrência de duas ou mais áreas da fachada acometidas com a mesma manifestação patológica gera-se apenas um registro.
O local de coleta de dados do artigo encontra-se na cidade de Patos de Minas, localizada na mesorregião do Triângulo Mineiro, microrregião do Alto Paranaíba. Segundo o IBGE (2010) possui 138.710 habitantes, área territorial de 3.189.771 km² e densidade demográfica de 43.49 hab/km².
Este trabalho foi realizado de forma prática, desde a coleta de dados referente aos problemas patológicos detectados nos bairros Jardim Centro, Jardim Paraíso, Antônio Caixeta, Jardim Recanto e Jardim Floresta até a apresentação detalhada do local e de uma possível solução.
Figura 1- Área analisada
[pic 1]
Fonte:
Adotou-se uma metodologia de inspeção visual com o intuito de identificar as manifestações patológicas, com o objetivo de detectar suas causas e as supostas soluções. Foram realizadas as análises visuais apenas de patologia como o descolamento de pintura e a eflorescência.
Posteriormente, estes dados foram analisados, sendo executado um diagnóstico de acordo com a descrição, possíveis causas, incidência, tipo e grau de acometimento da patologia da edificação.
Após o diagnóstico, o comparativo entre os bairros foram tabelados, indicando qual a anomalia mais presente em cada bairro, e especificando também possíveis causas.
RESULTADOS
Assim, o trabalho retrata o número de casos observados sem fazer distinção entre o grau de acometimento de cada edificação. Após coleta de dados fez-se a análise dos resultados de modo a caracterizar o estado de conservação das fachadas e quais as manifestações patológicas eram predominantes.
Figura 2 - Incidência para descolamento de pintura
[pic 2]
Fonte: Acervo próprio
Como pode ser analisado no gráfico, cerca de 45% das fachadas com descolamento de pintura estão apontadas para o sul e 30% ao norte, relacionando estes dados com a posição do sol, no verão estas fachadas estão expostas ao sol por mais tempo, e ficando escondidas por mais tempo durante o inverno, consequentemente, fachadas ao norte mais expostas durante o inverno e menos expostas no verão. A conclusão tirada desta análise é de que o sol possui uma pequena influência na ocorrência desta anomalia, onde fachadas expostas por mais tempo ao sol, ressecam a pintura ocorrendo o descolamento.
Outro fator que foi apontado como o maior causador patológico, é a exposição às chuvas e umidade. Com a análise visual das fachadas foi possível perceber características de umidade elevada nos locais onde as patologia eram mais evidentes.
Figura 3 - Incidência para eflorescência
[pic 3]
Fonte: Acervo próprio
As eflorescências analisadas foram encontradas em sob revestimentos cerâmicos de fachadas de prédios e também de baixo de marquises. A influência de qualquer dado referente a incidência que as anomalias estão apontadas é desprezível, devido ao fato do surgimento da eflorescência ter influência apenas da água e das propriedades dos revestimentos onde a água é escoada, como pode ser observado no referencial teórico.
Figura 4 - Quantidade de patologias analisadas
[pic 4]
Fonte: Acervo próprio
Cada patologia recebeu um código para facilitar o acesso a informação sobre ela. Onde, “P-4” é referente ao descolamento de pintura e “P-5” referente à eflorescência. Como pode ser observado, a quantidade de descolamento de pintura é 58% maior que eflorescência. Descolamento de pintura é um fenômeno mais comum devido ao fato de ter mais de uma possível causa, como pode ser analisado na justificativa dos gráficos
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