Acidente na Barragem de contenção de rejeitos do município de Mariana
Por: Jose.Nascimento • 3/1/2018 • 1.802 Palavras (8 Páginas) • 384 Visualizações
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projetos sobre os possíveis impactos do contato entre as estruturas". Em seu parecer, o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto sugeriu realizar uma análise em caso de ruptura da barragem, monitoramento periódico e apresentação de plano de contingência em caso de acidentes.
O gerentegeral de projetos estruturantes da Samarco, Germano Lopes, informou que a barragem do Fundão, em operação desde 2008, "tem todas as licenças ambientais de funcionamento".
Por meio de nota, a empresa afirmou que fiscalização feita em julho deste ano "indicou que as barragens encontravamse em totais condições de segurança" . "A Samarco também realiza inspeções próprias, conforme Lei Federal de Segurança de Barragens, e conta com equipe de operação em turno de 24 horas para manutenção e identificação, de forma imediata, de qualquer anormalidade", diz o documento.
O Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas Gerais) comunicou nesta sextafeira (6) que a barragem do Fundão estava regular e foi inspecionada por um auditor especialista em segurança de barragens.
"De acordo com o programa de auditoria de segurança de barragem da Fundação Estadual de Meio Ambiente, a barragem do Fundão estava com estabilidade garantida pelo auditor. O último relatório foi apresentado em setembro de 2015", informou.
A Samarco teve a licença de operação concedida em 29 de outubro de 2013, com validade até 29 de outubro de 2019. (Com Agência Brasil).
Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimasnoticias/2015/11/06/laudode2013fezalertasobreriscosderupturadebarragememmarianamg.htm
Causas Prováveis
Sismólogos, engenheiros, peritos e autoridades do governo de Minas Gerais estão tentando descobrir se os rompimentos das barragens na cidade de Mariana foram causados por um tremor de 2.6 de magnitude. Até agora não há uma conclusão, mas algumas pistas já estão disponíveis. Usando dados da Rede Sismológica Brasileira, o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo registrou quatro tremores fora do comum na quintafeira, entre 14h12 e 15h59, em Minas Gerais.
O mais forte deles (2.6 de magnitude) ocorreu a 5 km da barragem do Fundão – distância considerada pequena, segundo Jackson Calhau, analista do Centro de Sismologia da USP.
De acordo com a entidade, embora tremores de terra dessa intensidade ocorram diariamente no Brasil, eles não são comuns naquela região. Os últimos mais fortes registrados na área foram de 3.3 e 3.4 de magnitude, no ano de 1989.
Por outro lado, tremores semelhantes aos ocorridos na quintafeira são considerados fracos e em teoria não têm a capacidade de destruir estruturas, segundo o Centro de Sismologia da USP (para efeito comparativo, o terremoto que matou centenas de pessoas no Paquistão e Afeganistão em outubro teve magnitude muito superior, de 7.5).
A entidade afirmou que ainda não é possível saber com certeza se foi o tremor que causou o rompimento das barragens de rejeitos de mineração.
O acidente provocou uma enxurrada de lama que inundou o distrito de Bento Rodrigues e deixou ao menos um morto e centenas de desabrigados.
Possíveis causas
Um tremor de terra é uma das três causas prováveis de acidentes com barragens no Brasil, segundo o engenheiro e professor da PUC–Rio Alberto Sayão, que é conselheiro do Comitê Brasileiro de Barragens e expresidente da Associação Brasileira de Mecânica de Solos.
Segundo ele, não é possível chegar a uma conclusão sobre o acidente em Mariana com os dados disponibilizados até agora. Mas em tese um tremor de terra, dependendo de sua
intensidade, pode danificar barragens, tanto de rejeitos de mineração como de armazenamento de água.
Entretanto, isso seria mais provável no caso de represas ou barragens com estruturas de concreto. Barragens como a de Bento Rodrigues são construídas a partir de barreiras feitas com a compactação do solo e de materiais achados na região. E essas barragens de terra e pedras compactadas se adaptariam mais facilmente aos tremores por serem mais flexíveis.
Outra causa possível de acidente seria uma falha na construção da barragem, segundo Sayão. Contudo, essa hipótese seria pouco provável, pois a barragem do Fundão teria passado por checagens de segurança em 2015.
O engenheiro disse que uma terceira causa possível seria um entupimento do sistema de drenagem de líquido da barragem. Isso porque, segundo ele, a água presente na lama dos resíduos precisa ser drenada e sair da barragem de forma controlada. Se esse sistema falhar, toda a estrutura pode ser comprometida.
Sinais
Sayão disse que ações de sabotagem como causas do acidente são pouco prováveis. Ele disse, porém, que antes de se romper completamente, uma barragem dá “sinais”.
Esses sinais costumam ser trincas, vazamentos, afundamentos e alteração na coloração da lama.
Eles deveriam servir de alerta para que pessoas em áreas de risco sejam retiradas. “Esses acidentes eram mais comuns no passado, mas com a aprovação em 2010 da Lei de Segurança de Barragens a situação melhorou”, disse.
Ele lembrou que houve o rompimento de duas barragens. A que estava em área mais baixa pode ter sido sobrecarregada com a lama da barragem situada em região mais alta.
O especialista afirmou que as autoridades precisam investigar se não havia planos de contingência para uma situação como a ocorrida na quintafeira.
Sayão disse ainda que um sistema de comunicação deve integrar os órgãos de monitoramento sismológico, autoridades e empresas responsáveis por barragens.
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