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Acidente na Barragem de  contenção de rejeitos do  município de Mariana 

Por:   •  3/1/2018  •  1.802 Palavras (8 Páginas)  •  327 Visualizações

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projetos sobre os possíveis impactos do contato entre as estruturas". Em seu  parecer, o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto sugeriu realizar uma  análise em caso de ruptura da barragem, monitoramento periódico e apresentação  de plano de contingência em caso de acidentes. 

O gerente­geral de projetos estruturantes da Samarco, Germano Lopes, informou  que a barragem do Fundão, em operação desde 2008, "tem todas as licenças  ambientais de funcionamento". 

Por meio de nota, a ​ empresa afirmou que fiscalização feita em julho deste ano  "indicou que as barragens encontravam­se em totais condições de segurança"​ . "A  Samarco também realiza inspeções próprias, conforme Lei Federal de Segurança  de Barragens, e conta com equipe de operação em turno de 24 horas para  manutenção e identificação, de forma imediata, de qualquer anormalidade", diz o  documento. 

O Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas  Gerais) comunicou nesta sexta­feira (6) que a barragem do Fundão estava regular e  foi inspecionada por um auditor especialista em segurança de barragens. 

"De acordo com o programa de auditoria de segurança de barragem da Fundação  Estadual de Meio Ambiente, a barragem do Fundão estava com estabilidade  garantida pelo auditor. O último relatório foi apresentado em setembro de 2015",  informou. 

A Samarco teve a licença de operação concedida em 29 de outubro de 2013, com  validade até 29 de outubro de 2019. (Com Agência Brasil). 

Fonte:​ http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas­noticias/2015/11/06/laudo­de­2013fez­alerta­sobre­riscos­de­ruptura­de­barragem­em­mariana­mg.htm  

 

Causas Prováveis 

Sismólogos, engenheiros, peritos e autoridades do governo de Minas Gerais estão  tentando descobrir se os rompimentos das barragens na cidade de Mariana foram  causados por um tremor de 2.6 de magnitude. Até agora não há uma conclusão,  mas algumas pistas já estão disponíveis.  Usando dados da Rede Sismológica Brasileira, o ​ Centro de Sismologia ​ da  Universidade de São Paulo registrou quatro tremores fora do comum na quinta­feira,  entre 14h12 e 15h59, em Minas Gerais. 

O mais forte deles (2.6 de magnitude) ocorreu a 5 km da barragem do Fundão –  distância considerada pequena, segundo Jackson Calhau, analista do Centro de  Sismologia da USP. 

De acordo com a entidade, embora tremores de terra dessa intensidade ocorram  diariamente no Brasil, eles não são comuns naquela região. Os últimos mais fortes  registrados na área foram de 3.3 e 3.4 de magnitude, no ano de 1989. 

Por outro lado, tremores semelhantes aos ocorridos na quinta­feira são considerados fracos  e em teoria não têm a capacidade de destruir estruturas, segundo o Centro de Sismologia  da USP (para efeito comparativo, o terremoto que matou centenas de pessoas no Paquistão  e Afeganistão em outubro teve magnitude muito superior, de 7.5). 

A entidade afirmou que ainda não é possível saber com certeza se foi o tremor que causou  o rompimento das barragens de rejeitos de mineração. 

O acidente provocou uma enxurrada de lama que inundou o distrito de Bento Rodrigues e  deixou ao menos um morto e centenas de desabrigados. 

Possíveis causas 

Um tremor de terra é uma das três causas prováveis de acidentes com barragens no Brasil,  segundo o engenheiro e professor da PUC–Rio Alberto Sayão, que é conselheiro do Comitê  Brasileiro de Barragens e ex­presidente da Associação Brasileira de Mecânica de Solos. 

Segundo ele, não é possível chegar a uma conclusão sobre o acidente em Mariana com os  dados disponibilizados até agora. Mas em tese um tremor de terra, dependendo de sua 

intensidade, pode danificar barragens, tanto de rejeitos de mineração como de  armazenamento de água. 

Entretanto, isso seria mais provável no caso de represas ou barragens com  estruturas de concreto. Barragens como a de Bento Rodrigues são construídas a  partir de barreiras feitas com a compactação do solo e de materiais achados na  região. E essas barragens de terra e pedras compactadas se adaptariam mais  facilmente aos tremores por serem mais flexíveis. 

Outra causa possível de acidente seria uma falha na construção da barragem,  segundo Sayão. Contudo, essa hipótese seria pouco provável, pois a barragem do  Fundão teria passado por checagens de segurança em 2015. 

O engenheiro disse que uma terceira causa possível seria um entupimento do  sistema de drenagem de líquido da barragem. Isso porque, segundo ele, a água  presente na lama dos resíduos precisa ser drenada e sair da barragem de forma  controlada. Se esse sistema falhar, toda a estrutura pode ser comprometida. 

Sinais 

Sayão disse que ações de sabotagem como causas do acidente são pouco  prováveis. Ele disse, porém, que antes de se romper completamente, uma barragem  dá “sinais”. 

Esses sinais costumam ser trincas, vazamentos, afundamentos e alteração na  coloração da lama. 

Eles deveriam servir de alerta para que pessoas em áreas de risco sejam retiradas.  “Esses acidentes eram mais comuns no passado, mas com a aprovação em 2010  da Lei de Segurança de Barragens a situação melhorou”, disse. 

Ele lembrou que houve o rompimento de duas barragens. A que estava em área  mais baixa pode ter sido sobrecarregada com a lama da barragem situada em  região mais alta. 

O especialista afirmou que as autoridades precisam investigar se não havia planos  de contingência para uma situação como a ocorrida na quinta­feira. 

Sayão disse ainda que um sistema de comunicação deve integrar os órgãos de  monitoramento sismológico, autoridades e empresas responsáveis por barragens. 

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