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Riscos em obras subterrâneas

Por:   •  5/11/2018  •  1.500 Palavras (6 Páginas)  •  286 Visualizações

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É necessário um acompanhamento diário das condições geológicas e geotécnicas encontradas na escavação, para adaptação a condições alteradas em relação às previstas inicialmente, ou na hipótese de serem encontradas condições parecidas. Dessa forma temos um gerenciamento dinâmico, ou seja, continuamente revisado e atualizado, para que atenda alguns aspectos como: o projeto básico da obra subterrânea e do seu método construtivo, sistemas de contenção, tratamentos de solo, entre outros.

A engenharia de obras subterrâneas tem de se basear na constatação de que praticamente nada é certo no que se refere aos principais parâmetros de entrada: a interpretação geológica e geotécnica do comportamento do maciço de solo ou rocha; a interação da obra subterrânea com o maciço adjacente de solo ou rocha; a influência do ambiente urbano adjacente na obra subterrânea; as variáveis de método construtivo; o tipo de estrutura que será projetado e construído. Assim sendo, como primeiro passo deve-se identificar riscos potenciais relacionados ao processo de escavação (geologia e geotecnia, projeto e método construtivo), e avaliar a probabilidade de sua ocorrência e como as consequências potenciais (impactos e danos).

Cada obra é única e precisará ser estudada individualmente, logo, possíveis problemas encontrados em uma obra, podem não aparecer nas demais. Desse modo, alguns possíveis problemas encontrados em uma obra subterrânea são: face instável por fluxo de água; solo pouco coesivo; queda de blocos; solo rijo fissurado; deslocamentos excessivos, gerando deformações do maciço, e convergências ou divergências elevadas; tratamentos de solo com problemas de execução podem levar a eventos de infiltração de água, instabilidade da face, recalques excessivos; avanços excessivos na escavação da bancada levam a trincas no revestimento, e/ou perda de estabilidade da seção; erros de operários sem o necessário grau de especialização e experiência; deficiência na organização da obra (equipamento inapropriado, pressões de custo/cronograma elevadas). E para evitar esses problemas, algumas possíveis soluções: aderência ao método construtivo especificado em projeto, aprovado e validado; drenagem de frente; tratamento de solo; redução do passo de avanço da calota e/ou bancada; pregagem da frente; elaborar medidas para restabelecer o nível de segurança adequado à obra; Controle diário do processo construtivo; verificação e controle de qualidade dos tratamentos de solo; verificação do passo de avanço da cambota e da bancada; controle rigoroso da escavação, com monitoração e instrumentação;

Conclusão

Toda obra há riscos, e com isso possíveis acidentes, os quais devem ser evitados. Para isso, é preciso de estudos prévios a execução do projeto. Mesmo obras de alto nível de dificuldade, com um elevado número de riscos e de possíveis acidentes de larga escala, com o profissional certo, um bom, progressivo, e diário gerenciamento, é possível viabilizar o projeto e obter sucesso na realização da obra.

Sendo assim, para atingir o sucesso esperado pelos serviços de gestão de riscos, deve se revisar e avaliar: os maciços de solo e rocha ocorrentes nas escavações subterrâneas, considerando o método construtivo das obras subterrâneas; as incertezas e variações nas condições geológico-geotécnicas identificadas no projeto e método construtivo. Além de: realizar um plano de investigações geológico-geotécnicas adicionais durante as obras, caso necessárias; fazer corretamente os cálculos de estabilidade das escavações subterrâneas; avaliar as necessidades de contenções/suportes/tratamentos de solo; elaborar de um registro de riscos, contendo riscos identificados (iniciais, geológicos e geotécnicos, hidro-geológicos, de projeto e construção), estimativa da sua probabilidade de ocorrência e impactos; realizar medidas sugeridas de projeto e construção, para reduzir os riscos iniciais a níveis aceitáveis; verificar a monitoração geotécnica, e sua adequação, para avaliar o comportamento das obras subterrâneas, dos maciços e do meio urbano que estão próximos.

E para isso é necessário disponibilizar equipe altamente qualificada de engenheiros geotécnicos especializados. Devem ser realizadas visitas periódicas ao local das obras, para integração com a equipe da construtora e seus contratados, e para compreensão dos requisitos do projeto e necessidades específicas da construção.

Referencias

- KOCHEN, ROBERTO; RIBEIRO, FRANCISCO - “Segurança, Colapso e Ruptura de Túneis Urbanos em NATM”, REVISTA ENGENHARIA nº 540-2000, Instituto de Engenharia, Engenho Editora Técnica Ltda., São Paulo, 2000.

- KOCHEN, ROBERTO - “Riscos em Obras Subterrâneas – Identificação, Mitigação, Eliminação”, evento de lançamento do Código de Prática para o Gerenciamento de Riscos em Obras de Túneis na versão em Português, Munich Reinsurance Company, São Paulo, 2008.

- PASTORE, ERALDO - “Risco Geológico em Obras Civis”, REVISTA ENGENHARIA nº 592-2009, Instituto de Engenharia, Engenho Editora Técnica Ltda., São Paulo, 2009.

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