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A Drenagem Urbana

Por:   •  16/3/2018  •  7.719 Palavras (31 Páginas)  •  439 Visualizações

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Drenagem consiste no termo empregado para designação das instalações destinadas a escoar o excesso de água, seja em rodovias, na zona rural ou na malha urbana, sendo que a drenagem desta última é o objetivo do nosso estudo. Ela não deve promover o desequilíbrio do ciclo hidrológico e o agravamento de condições sanitárias e ambientais, o que leva ao fato de hoje em dia a drenagem urbana ter um enfoque ambiental e que se ela não foi pensada convenientemente e divorciada da realidade das cidades, ela conduz a situações indesejáveis.

A falta de um planejamento urbano relacionado à drenagem urbana, somadas às alterações que o meio sofre em decorrência do uso inadequado do solo, constituem ingredientes favoráveis à geração de problemas urbanos. A implantação e densificação das atividades humanas, com presenças de construções e edificações aumentando a impermeabilização da superfície faz com que seja alterado o ciclo hidrológico natural, diminuindo assim a infiltração da água no solo e a recarga do lençol freático.

Segundo Feltran-Filho et al. (1989), o uso do solo nada mais é que a forma de como o solo está sendo utilizada pelo homem. Esse uso pode provocar alguns danos ao meio ambiente, como erosão intensa, inundações, assoreamento dos reservatórios e cursos d’água.

Dessa forma, com a redução da área permeável, uma determinada bacia hidrográfica passa a ter um aumento expressivo do escoamento superficial das águas pluviais que se dão através das sarjetas das ruas, bocas de lobo, canalizações e galerias até serem lançadas em corpos hídricos.

Todo este processo, quando não implantado e gerenciado de forma planejada e sustentável, acaba gerando vários problemas, tais como: enchentes, inundações, enxurradas e consequentemente contaminação dos rios, resultando em diversos impactos socioambientais como, por exemplo, a alteração da qualidade das águas dos córregos provenientes da carga de poluentes, assim como de resíduos sólidos lançados juntamente com as águas pluviais; surgimento de erosões; escorregamento de encostas; além de problemas relacionados à saúde pública (com veiculação de doenças) e interdição de vias com prejuízo ao trânsito de veículos.

Diante do exposto, faz-se necessário que a administração pública municipal adote medidas corretivas e preventivas para a minimização e controle dos impactos, de forma que venham a atender um novo conceito sobre projetos de drenagem urbana, que visam imitar o ciclo hidrológico natural, permitindo amortecer as vazões de cheias e uma maior infiltração de água no solo.

Visto portanto que um novo conceito para drenagem urbana, além do enfoque higienista ou apenas como uma técnica de engenharia está sendo adotado,

CICLO HIDROLÓGICO

O ciclo hidrológico é o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, nele as águas na natureza circulam no interior das três unidades componentes do nosso planeta: a atmosfera, o solo e a hidrosfera - rios, lagos e mares. Para estudarmos o ciclo hidrológico, podemos partir do momento em que a água se evapora dos oceanos e da superfície da terra e passa a integrar a atmosfera na forma de vapor d’água. Em determinadas condições surgem gotículas que, pela ação da gravidade, formam a precipitação pluviométrica, ou seja, a chuva.

Figura 1 – Ciclo Hidrológico na Superfície Terrestre

[pic 1]

Em seguida a água pode seguir por dois caminhos: parte infiltra através da camada porosa que recobre os continentes (solos, rochas), abastecendo os reservatórios subterrâneos - lençol freático e aquíferos - e outra parte forma o escoamento superficial. O que vale lembrar que, quanto maior for a retenção e a infiltração das águas de chuva, menor será o escoamento superficial e, consequentemente, menor a chance de ocorrer inundações.

As águas armazenadas nos reservatórios subterrâneos fluem lentamente na chamada descarga base para os corpos d’água e, por meio da evaporação, fecha-se o ciclo hidrológico. Sendo que, fatores climáticos, como a radiação solar, o período de insolação, a temperatura do ar, a umidade relativa, o perfil de velocidades do vento e a pressão atmosférica, influenciam bastante a evaporação.

Lembrando que, a infiltração total da água no solo é dada enquanto sua superfície não se satura, sendo que a infiltração (passagem d’água da superfície para o interior do solo) e a percolação (movimento d’água no interior do solo) na zona não saturada são governadas pelas tensões capilares nos poros e pela gravidade. E que o escoamento superficial é o excesso não infiltrado da precipitação que surge sobre o solo pela ação da gravidade.

Dessa forma, o ciclo hidrológico, apresentado na Figura 1, segundo Lima (2008), pode ser explicado como a água dos oceanos, plantas e superfícies que evaporam ou evapotranspiram para a atmosfera levando a formação das precipitações, estas voltam a superfície podendo parte ser interceptada pelas plantas e/ou infiltrada e o restante escoa pela bacia hidrográfica até os corpos d’água.

BACIA HIDROGRÁFICA

Bacia hidrográfica é definida como sendo uma superfície drenada por um curso d’água. Dessa forma, toda a chuva que cai no seu interior é drenada por gravidade para seu corpo hídrico principal, ou alimentando de forma superficial ou subterrânea. Portanto, parte das precipitações que não é interceptada e/ou infiltrada, corre superficialmente, sendo descarregada através de uma simples saída, chamada de exutório, localizada no ponto mais baixo da área da bacia hidrográfica.

Figura 2 - Visão esquemática da resposta hidrológica da bacia hidrográfica

[pic 2]

Esquematicamente, a bacia hidrográfica pode ser considerada, portanto, como um sistema físico onde a entrada é o volume d’água precipitado e a saída é o volume d’água escoado pelo exutório. A Figura 2 mostra como a bacia transforma uma precipitação em um escoamento, em que na mesma figura também é feita uma diferenciação entre um escoamento mais lento e outro mais rápido. Sendo o escoamento rápido normalmente é atribuído o nome de escoamento superficial, apesar de que nem todos os escoamentos rápidos sejam superficiais.

Também vale ressaltar que, da análise das respostas hidrológicas (vazões) em função das precipitações

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