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TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA COM HORTICULTORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE MACAPÁ-AP

Por:   •  21/3/2018  •  1.723 Palavras (7 Páginas)  •  308 Visualizações

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No desenvolver de suas ações de ATER a equipe tomou a decisão de realizar um diagnóstico de avaliação do processo de transição agroecológico dos horticultores do cinturão verde, através de um questionário com perguntas semi-estruturadas com o objetivo de avaliar o conhecimento dos horticultores sobre práticas agroecológicas e se estão aplicando esses conhecimentos em seus modos e/ou sistemas de produção, visando à transição de uma agricultura convencional para uma mais sustentável. Vale ressaltar que o questionário foi aplicado com horticultores que participaram das ações do projeto de pesquisa “Adoção de práticas de agricultura de base ecológica no polo agrícola da fazendinha, Macapá, Amapá” que subsidiou o TCC do servidor Marcelo Neves Miranda, na época graduando do curso de biologia da UNIFAP, sendo que o projeto previa ações como: oficinas educativas de práticas agroecológicas como compostos orgânicos, defensivos alternativos, biofertilizantes líquidos (SUPER MAGRO), além de atividades com enfoque na educação ambiental, tais como palestra sobre educação ambiental, apresentação de filmes com debates e implantação de unidades didáticas de compostagem.

Os dados deste trabalho foram sistematizados em planilha de Excel e utilizando uma estatística descritiva.

RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES

No primeiro questionamento “Recebeu treinamento ou capacitação sobre práticas de agricultura de base ecológica?”, observou-se que do total de 104 horticultores entrevistados 60% nunca participaram de curso ou treinamento sobre práticas agroecológicas e nunca receberam nenhuma orientação técnica referente a esse assunto em suas propriedades. Dentre os 40% de entrevistados que responderam que já receberam algum curso ou participaram de treinamento ou tiveram alguma orientação técnica, estes apontaram que os temas mais trabalhados foram: compostagem, defensivos naturais, rotação de culturas e biofertilizantes, como mostra o gráfico abaixo.

Gráfico 1: Número de Horticultores que já receberam alguma orientação técnica ou participou de curso ou treinamento de acordo com temas de práticas agroecológicas.

[pic 1]

No segundo questionamento “Utiliza alguma das práticas de agricultura de base ecológica?”, obteve-se uma resposta negativa de 63,5% do total dos entrevistados referente a utilização de nenhuma prática agroecológica. Já os 36,5% que responderam que utilizam alguma prática em suas propriedades, observou-se que a maioria utiliza a compostagem, os defensivos naturais e os biofertilizantes em seus sistemas de produção de hortaliças (Gráfico 2).

Gráfico 2: Práticas agroecológicas desenvolvidas por horticultores no cinturão verde de Macapá-AP.

[pic 2]

Vale ressaltar que as práticas de compostagem, defensivos naturais e biofertilizantes foram as que mais se destacaram nos dois primeiros questionamentos, o que mostra o interesse e a importância dada pelos horticultores sobre essas temáticas ao ponto de passarem do campo teórico para a prática do dia-a-dia em suas propriedades.

Como podemos observar no quadro 1 abaixo, mais de 68% do total dos horticultores entrevistados utilizam defensivos agrícolas, e mais de 81% utilizam adubos químicos. No entanto, a utilização de adubo orgânico (esterco de aves) por mais de 76% dos horticultores entrevistados nos leva a caracterizar uma dependência externa de insumos por parte desses horticultores. Sendo que, a preocupação com o uso de orgânicos pode ser encarado como um resultado de varias oficinas e demonstrações de métodos sobre produção de composto orgânico, produção de E.M. (micro-organismos eficazes) e produção de bockashy sólido pela equipe técnica do RURAP, além de outras instituições públicas (como por exemplo: EMBRAPA-AP) que trabalham o tema Compostagem na região do Cinturão Verde de Macapá.

No que se refere à utilização de herbicida na região do Cinturão Verde de Macapá, podemos dizer que é uma prática pouca utilizada pelos horticultores.

Quadro 1: Valores em porcentagem das respostas dos questionamentos dos itens de 3 a 6 da Figura 1.

Questionamentos 3 a 6.

SIM (%)

NÃO (%)

3.

Utiliza Defensivos Agrícolas?

68,3

23,1

4.

Utiliza Adubos Químicos?

81,7

13,5

5.

Utiliza Herbicidas?

8,7

54,8

6.

Utiliza Adubos Orgânicos?

76,9

11,5

Com relação ao questionamento “Tem interesse em conhecer e utilizar as práticas de agricultura de base ecológica?”, os resultados afirmam a tendência de apreensão dos valores ecológicos segundo Brandenburg (2003), motivados por vantagens mais relevantes como: econômicas, saúde, ideológicas e de preservação do ambiente. Isto se alia a demanda dos consumidores por produtos orgânicos e a propagação destes valores nos meios de comunicação, no entanto contrasta com os dados obtidos neste trabalho (Gráfico 3).

Gráfico 3: Nível de interesse por parte dos Horticultores em aprender a utilizar práticas agroecológicas.

[pic 3]

Ao término deste trabalho foi possível avaliar que o processo de transição agroecológico possui em sua ação um caráter social que depende de uma evolução contínua e crescente ao longo do tempo por parte de seu agente social, ou seja, a formação de consciência ambiental. Além disso, há uma necessidade grande de uma política pública estadual voltada ao incentivo a agroecologia, não somente como um enfoque cientifico com potencialidade para constituir a base de um novo paradigma de desenvolvimento rural sustentável, mas também que sensibilize os horticultores e/ou agricultores em geral que ela é um estilo

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