ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DESENVOLVIDAS PELAS MULHERES MASTECTOMIZADAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Ainda de acordo com o autor acima mencionado, infelizmente o tratamento mais comum é a realização da extração da mama comprometida. Em alguns casos, os profissionais de medicina vêm fazendo apenas a retirada de partes da mama, através de: quadrantectomia (remoção de um quarto da mama) e lumpectomia (remoção apenas do tumor e de pequena região circunvizinha), obtendo assim bons resultados em termos de sobrevida e melhor efeito estético, já que o órgão é parcialmente conservado.

Além das implicações relacionadas ao tratamento, devem-se considerar também os efeitos deletérios dessa doença (o medo da morte, da rejeição, de ser estigmatizada, da mutilação, da recidiva, dos efeitos da quimioterapia, incerteza quanto ao futuro e a sua psicológica), que são representações que têm preocupado os profissionais de saúde, em especial os da psicologia envolvidos com a qualidade de vida dessas mulheres. Pois nota-se que o centro do modelo de assistência à saúde destas mulheres está voltado apenas para o cuidado corporal, estético e microbiológico. Apresentando, assim um déficit do cuidado mental e psicológico (FARINHAS; WENDLING; DELLAZZANA-ZANON, 2013).

Tendo em vista o impacto psicossocial do câncer de mama e de seu tratamento, a assistência multidisciplinar à mulher em reabilitação mostra-se essencial. No entanto, nota-se que, ainda na atualidade, os serviços de saúde privilegiam, na maioria das vezes, os cuidados físicos e colocam em segundo plano a atenção psicossocial às mulheres mastectomizadas. Com o intuito de preencher esta lacuna, será transcrito um relato de experiência à cerca de vivências acadêmicas para com esta temática, ainda promovida de características de ações voltadas ao cuidado psicossocial às mulheres mastectomizadas que se dispuseram de forma voluntária a participação nesta proposta de estudo para a construção do relato de experiência.

Diante deste contexto, faz-se necessário aprofundar os conhecimentos relacionados à temática exposta. Logo, diante de uma nova perspectiva de cuidado que permeia o profissional de psicologia no atendimento as mulheres mastectomizadas, foi traçada a seguinte questão norteadora: Será que as mulheres mastectomizadas são tratadas de forma integral no cuidado a sua saúde, incluindo as ações de promoção a sua saúde psicológica?

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Identificar quais são as principais estratégias de enfrentamento desenvolvidas pelas mulheres mastectomizadas.

- Específicos

• Relatar a importância do processo psicoterapêutico, destacando sua contribuição no que diz respeito ao auxílio de mulheres acometidas pelo câncer de mama;

• Investigar como o processo de mastectomização é vivenciado por essas mulheres, enfatizando fatores como autocuidado e autoestima;

- JUSTIFICATIVA

A pesquisa visa contribuir empiricamente com o estudo da percepção das mulheres que apresentaram a mastectomia e suas estratégias de enfrentamento desenvolvidas frente a esta situação e ainda a perspectiva do cuidado a sua saúde psicológica no seu meio social. Para, além disso, perceber a diferença deste enfrentamento nas mulheres acompanhadas em terapias e as que não tiveram este tipo de apoio.

Pois o apoio social caracteriza-se por laços de afeto, consideração, confiança, entre outros, que ligam as pessoas que compartilham o convívio social e que podem exercer influência no comportamento e na percepção de quem compõem a rede social. O apoio social é fornecido pelas redes sociais disponíveis, tais como: familiares, amigos, vizinhos e profissionais, que podem auxiliar de diversas maneiras: fornecendo apoio material ou financeiro, executando tarefas do mésticas, cuidando dos filhos e oferecendo suporte emocional (AMBRÓSIO; SANTOS, 2015).

Nota-se que o apoio social tem um efeito direto sobre o bem-estar subjetivo, além de fomentar a recuperação da saúde, atuando, sobretudo, na melhoria dos aspectos emocionais abalados pelo adoecimento e patologia. Neste sentido, sabe-se que esse tipo de suporte promove a adaptação dos indivíduos quando são confrontados com situações adversas, como as impostas pelas doenças graves como o câncer.

Esta proposta de estudo, do tipo descritivo, relato de experiência, justifica-se pelo empoderamento das estratégias de enfrentamento da mulher mastectomizada com relação ao cuidado de sua saúde psicológica e os fatores associados a sua qualidade de vida. Bem como o cuidado integral à saúde da mulher e suas diretrizes, contribuindo para a formação em psicologia e o preenchimento das lacunas existentes da comunidade científica e acadêmica.

- REFERENCIAL TEORICO

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2016), "câncer" é o nome dado às doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células (malignas) que invadem tecidos e órgãos, podendo também disseminar-se (metástase) para outros órgãos. O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de câncer no mundo e o mais comum entre as mulheres, representando 25% novos casos ao ano. As taxas de mortalidade por câncer de mama se mantêm elevadas no Brasil e até 2011, já levou à morte 14.206 mulheres. Para o Brasil, em 2016, são esperados 57.960 novos casos de câncer de mama (INCA, 2016).

Ainda conforme o autor supracitado as causas do câncer de mama podem estar associadas a fatores internos, como idade, aspectos endócrinos e genéticos, ou externos ao organismo, como por exemplo, a falta de atividade física, a má alimentação, a obesidade, e outros, sendo que ambos os fatores estão inter-relacionados. Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama.

O tratamento para o câncer de mama pode ser feito através de cirurgias, radioterapia, quimioterapia e terapia biológica. A proposta terapêutica dependerá de uma série de variáveis como o estágio em que o câncer se encontra e a condição do paciente, visto que o tratamento tem por objetivo a cura ou prolongar a sobrevida do paciente e melhorar a qualidade de vida. Quando detectado precocemente, as chances de cura do câncer de mama aumentam significativamente (SANTOS et al., 2011).

Geralmente é atribuído ao câncer uma imagem totalmente negativa, comumente relacionada à morte ou a algo incontrolável e também incurável. De acordo com Caetano,