CANAIS REVESTIDOS VERSUS NÃO REVESTIDOS

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alternativa na condução de água principalmente para irrigação.

- Redução da perda de água por infiltração: Em canais típicos de terra não compactada as perdas por infiltração podem ser bastante elevadas. Entre perdas por infiltração, perdas operacionais e por evaporação, estima-se que um canal de terra não revestido perca cerca de um terço da água que transporta (BUREAU OF RECLAMATION, 2002b). Segundo Bureau of Reclamation (2002b), se a perda por infiltração prevista para um canal sem revestimento for igual ou superior a 0,15m³/m²/24h o mesmo deve ser revestido.

- Redução da dimensão do canal: Como a rugosidade em canais revestidos é menor do que em canais não revestidos, ocasionando uma menor resistência a passagem da água, e consequentemente, uma maior velocidade da mesma e tendo em vista que a vazão é um produto da área molhada da seção-transversal pela velocidade média da água, temos que para uma mesma vazão a área molhada e, portanto, a da seção transversal de um canal revestido é menor do que para um canal não revestido, pois a velocidade média da água transportada naquele é maior.

- Redução de manutenção: Revestimentos como concreto, alvenaria ou membranas plásticas impedem ou dificultam bastante o crescimento de vegetação, a construção de tocas por pequenos animas e até mesmo possíveis danos pela passagem de animais maiores (vacas, bois, cavalos, etc).

3.1.2. Tipos de revestimento

Vários podem ser os revestimentos usados em canais, alguns mais eficientes outros menos, dependendo de cada situação. Dentre os principais podem-se citar: o concreto, gabiões, enrocamentos.

- Concreto: Revestimento muito utilizado em canais de irrigação. Além de produzir uma barreira dura e de permeabilidade muito baixa (0,0213m³/m²/24h) quando bem executado, dificultar o crescimento de plantas e se tornar uma barreira quase impenetrável para pequenos animais fazerem sua toca, o concreto tem a vantagem de ser adaptável a qualquer geometria. Quando bem executados e feita à manutenção adequada, possuem vida útil entre 25-50 anos. Canais com revestimento de concreto geralmente são executados de forma trapezoidal, como mostra a figura 1, podendo também ser construído de forma parabólica (pequenas vazões), podendo ser em concreto não armado, com espessura variando de 65 mm a 105 mm, ou em concreto armado, com espessura variando de 90 mm a 150 mm (BUREAU OF RECLAMATION, 2002b).

Figura 1 - Revestimento de concreto em talude com forma e escoramento[pic 2]

(Fonte: Morgado, 2008)

Canais em Gabiões: Entre os revestimentos de canais mais comuns destacam-se os gabiões, que consistem em estruturas em grades metálicas preenchidas com pedras. Para revestimento de canais podem ser utilizados dois tipos distintos de gabiões: tipo manta e tipo caixa.

Os canais em gabiões podem apresentar-se com boa inserção ambiental e social, adquirindo um aspecto de canal natural. Entretanto cuidados devem ser tomados quanto à manutenção, tendo em vista a possibilidade de retenção de resíduos sólidos e o crescimento desordenado de vegetação. Abaixo a figura 2 ilustra um canal em gabião.

Figura 2 – Revestimento com gabiões

(Fonte: google, 2016)

- Canais revestidos com enrocamentos: Os enrocamentos, como mostra a figura 3, consistem no simples revestimento de taludes com pedras lançadas ou arrumadas, com dimensões compatíveis com as velocidades de escoamento. A estabilidade dos revestimentos com enrocamentos é função de diversos aspectos, tais como a velocidade de escoamento, as condições de turbulência do fluxo, as propriedades físicas das rochas utilizadas etc.

Figura 3 – Revestimento com enrocamentos

[pic 3]

(Fonte: google, 2016)

3.2. Canais Sem Revestimento

Canais sem revestimento, também chamados de canais de terra, são aqueles em que a condução da água se dá na superfície de solo natural em que o canal foi escavado, as figuras 4 e 5 são exemplos de canais não revestidos. Geralmente, perda de água por infiltração excessiva não é um problema em canais escavados em solos de textura entre média e fina; embora, erosão e sedimentação podem

ocorrer se o solo for erosivo. Para se manter a seção transversal do canal estável, assim como sua capacidade de condução, deve-se respeitar as velocidades limites de escoamento, em relação à seção transversal e a declividade de fundo. A velocidade de escoamento tem um limite inferior, dado pelo valor mínimo para que não haja deposição ou sedimentação das partículas em suspensão, e um limite superior, dado pela velocidade máxima para se evitar a erosão. Ao se iniciar a operação nesses canais, ocorre um pouco de erosão e sedimentação até que se chegue a uma situação de equilíbrio, a partir disso, os canais se tornam bem estáveis.

Para que um canal de terra se torne uma opção viável, ou seja, que se conserve em operação, com capacidade de transporte satisfatória, por um grande período de tempo e com o mínimo de manutenção, algumas requisitos devem ser atendidos dentre eles podemos citar:

- Projetar o canal respeitando as velocidades de escoamento, utilizando os critérios limites de erosão e sedimentação;

- Executar com precisão a escavação, respeitando a geometria, o alinhamento e a declividade de fundo;

- Preparar o solo de maneira que se consiga a estanqueidade satisfatória, ou seja, infiltração

- Realizar um tratamento no solo a fim de se impedir o crescimento de vegetação e realizar trabalhos de limpeza dessa vegetação quando necessário.

Figura 4 – Canal sem Revestimento

(Fonte: google, 2016)

Figura 5 – Canal sem Revestimento

[pic 4]

(Fonte: google, 2016)

3.3. Formas dos Canais

Figura 4 - Tipos de revestimentos para canais retangulares

[pic 5]

(Fonte: