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Trabalho

Por:   •  4/5/2018  •  1.418 Palavras (6 Páginas)  •  289 Visualizações

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Além de estudantes alemães, Wundt atraiu para Leipzig uma enorme quantidade de estrangeiros, que vinham das mais variadas partes da Europa e do mundo. É isso que confere a seu laboratório o título de "primeiro centro internacional de formação de psicólogos". De fato, ele orientou e treinou toda uma geração de psicólogos experimentais, que, de volta aos seus países de origem, fundaram novos laboratórios de psicologia, disseminando, de certa forma, o modelo wundtiano. Entre seus mais ilustres estudantes, estão figuras como Oswald Külpe (1862-1915), Emil Kraepelin (1856-1926), Hugo Münsterberg (1863-1916), Edward Titchener (1867-1927), James McKeen Cattell (1860-1944), Vladimir Bekhterev (1857-1927), James Rowland Angell (1869-1949) e Charles Spearman (1863-1945), muitos dos quais relataram posteriormente seu respeito e admiração em relação ao mestre (Baldwin, 1921; Titchener, 1921; Sokal, 1980). Portanto, o Laboratório de Psicologia Experimental de Wundt, não foi o primeiro da categoria mas certamente o mais importante na fundação da psicologia científica.

Wundt tinha como seu principal objeto de estudo o consciente. Trabalhava com dois programas principais para suas experiências: o exame da experiência consciente “imediata” , por meio de métodos experimentais de laboratório, e o estudo dos processos mentais superiores, por métodos não laboratoriais. Wundt afirmava que a experiência imediata so acontece se o indivíduo que participa do experimento analisa a experiência por meio da introspecção, ou seja, da observação da sua condição interior. Só assim o sujeito estaria para apto a fazer um relato de suas experiências conscientes.

O relato introspectivo que Wundt buscava nesses experimentos se tratava basicamente dos julgamentos sobre tamanho, intensidade e duração de estímulos físicos variados, pois estes podiam ser avaliados quantitativamente e podiam ser medidos objetivamente nos sofisticados laboratórios.

Wundt tornou-se líder do movimento conhecido como Estruturalismo. O estruturalismo define a psicologia como ciência da consciência ou da mente, definição herdada de Wundt. Mostra-nos que a mente seria a soma dos processos mentais. O objetivo da psicologia seria a tarefa de descobrir quais são os elementos mentais, o conteúdo e a maneira pela qual se estrutura.

Wilhelm também escreveu sobre o que chamou de Psicologia Cultural. O tema teve início em uma das suas publicações e levou o nome “Psicologia dos Povos”, sendo que dez anos de sua carreira foram dedicados ao assunto. A psicologia cultural tinha como objeto de investigação os costumes sociais, mitos, linguagem, e dividia a psicologia em social e experimental. No entanto, Wundt declarava que a experimentação cientifica não poderia ser realizada no estudo desses processos mentais superiores, e que deviam ser estudados por abordagens não experimentais, como a sociologia, antropologia e psicologia social.

A obra de Wundt e seus alunos construiu os alicerces da ciência que ali nascia servindo de inspiração e modelo para muitos laboratórios e pesquisas que viriam a se concretizar.

Entretanto, Wundt só foi influente durante seu tempo em vida, após sua morte essa influência declinou até chegar ao esquecimento.

Embora muitos estudiosos dá época deram continuidade ao aspecto experimental aprendido com Wundt, seu sistema teórico como um todo não foi adotado nos diferentes países, diferentemente de seu laboratório, técnicas e aparelhos que eram reproduzidos e adaptados às condições de cada país.

Isto se deu ao fato de que a psicologia experimental era apenas uma pequena parte de todo o pensamento de Wundt que acreditava que a psicologia deveria complementar os processos psicológicos individuais (psicologia experimental) e também os produtos culturais coletivos (psicologia dos povos). Porém, como somente a psicologia experimental era utilizada no Laboratório de Leipzig, foi deixado de lado o sistema de pensamento wundtiano, o que resultou na imagem de Wundt apenas como experimentador.

Conclue-se que a psicologia do século XX não foi wundtiana pois seus alunos adaptavam seus ensinamentos conforme seus diversos interesses. A contribuição de Wundt para a psicologia moderna envolve a grande importância em dar caráter científico à psicologia que anteriormente era apenas teórica e sujeita a especulações. Ao criar técnicas de pesquisa, métodos, e um modelo de Laboratório de Pesquisa Experimental, Wundt abriu caminhos para a expansão da psicologia como uma nova ciência, com aspecto fortemente experimental.

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