Sócio Histórica PSI
Por: Salezio.Francisco • 3/12/2017 • 3.273 Palavras (14 Páginas) • 350 Visualizações
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2.1 Análise do texto e entrevista:
Psicóloga Maria Helena de Souza Patto do Departamento de Psicologia da Aprendizagem do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da USP. Experiência na área de Psicologia Escolar.
A definição segundo a qual o objetivo do texto sobre a psicologia Sócio-Histórica uma perspectiva crítica em psicologia, de acordo com a concepção na entrevista da psicóloga Maria Helena Souza Patto, em uma das suas obras ela utiliza o materialismo histórico e define como necessário conhecer, pelo menos em seus aspectos fundamentais, a realidade na qual se engendrou uma determinada versão sobre as diferenças existentes entre crianças de diferentes origens sociais.
A autora enfatiza que, na análise das dificuldades de aprendizagem escolar, a Psicologia, influenciada por uma visão organicista das aptidões humanas carregada de pressuposto racistas e elitistas e por uma concepção atenta ás influências ambientais, produz, consequentemente, uma explicação impregnada dessa ambiguidade, que será uma característica presente no discurso sobre as causas do fracasso escolar, nos países capitalistas ao longo do século XX, fundamentando, inclusive, a teoria da carência cultural.
Ao fazer uma análise ideológica dessa teoria, Patto elabora algumas conclusões a respeito do tema, fazendo uma revisão crítica das teorias do déficit e da diferença cultural:
A inadequação da escola decorre, principalmente, de sua má qualidade, da representação negativa que os seus profissionais tem da capacidade dos alunos, consequência da desvalorização social dos seus usuários mais empobrecidos.
O fracasso da escola pública elementar é o resultado inevitável de um sistema educacional congenitamente gerador de obstáculos á realidade de seus objetivos. Esse fracasso é administrado por um ‘discurso’, cientifico escudado em sua competência, naturaliza esse fracasso aos olhos de todos os envolvidos no processo.
2.2 Entrevista
1.Fale um pouco sobre sua trajetória escolar e como se envolveu com a psicologia escolar?
R: M.H fez curso de psicologia, que naquela época era muito simplificado. Leu um texto chamado “Os falsos débeis”. Fez grupos escolares numa escola de periferia muito pobre. Começou se interessando pela psicologia escolar por que se identificava e se revoltava com a situação das crianças pobres dentro da escola.
2. Como você se vê resistindo aos movimentos sociais sempre contrario as suas vontades?
R: Indo ás escolas de periferia vendo a realidade, porque nossas teorias filtram essa realidade, E olhando a realidade da historia de forma vivida e pensada, fazendo a critica da escola e denunciando esta realidade dentro da escola, porque esta realidade contribui para dominação, esta psicologia tira dessas crianças o seu direito de cidadão. Vejo a educação cada vez pior. Essa psicologia caminha afinada com os interesses não populares. Essas psicologias contribuem para dominação, chega a ser em determinados momentos criminosas e frias com nossas crianças tirando delas o direito de cidadão, eu sempre fui muito critica a essa psicologia e isso deve causar raiva entre os psicometristas, pois acho os testes um crime contra os cidadãos.
3. Avaliar as políticas de educação nas escolas públicas.
R: Minha tese de mestrado foi sobre a teoria da carência cultural, foi horrível. pois fui conviver com a periferia e vi que a realidade era totalmente oposta ás teorias. Pois as teorias diziam que os pobres eram débeis incapazes de pensar, falar, etc...
Quando vi a realidade vi que era diferente, esse povo era capaz sim de tudo.
Partindo do principio de que as ideias são geradas numa realidade social concreta você cai no idealismo. E as idéias vem de onde? Então eu estou em busca da constituição histórica das ideias presentes na psicologia.
Acho que a política educacional atualmente é feita com dois objetivos:
Baratear a escola pública e o ensino ao máximo, acabar com a reprovação, acelerar, botar crianças de 14 anos no supletivo, tudo isso é para baratear o ensino.
Maquiar estáticas, porque quando dizem que 98% das crianças brasileiras estão na escola, aí eu pergunto: Mas dentro de que escola? Fazendo e aprendendo o que? É uma força, estão criando ilusões nos cidadãos, porque esses indivíduos jamais terão condições de competir em igualdade com outros que estudaram nas escolas particulares. Essa nova política que segura os excluídos dentro do sistema escolar, apenas esta adiando a exclusão.
O construtivismo é o maior referencial teórico da política educacional hoje. Eu não vejo essas deficiências nas crianças em seus ambientes carentes.
4. Como você vê a pesquisa na área educacional hoje, que dificuldades e que perspectivas você vê?
Até anos atrás o único modelo era o experimental. Do ponto de vista de método, qualitativo, estudo de caso fez a psicologia crescer muito, fez a
psicologia passar de conhecimento para produção de compreensão do seu objetivo de estudo Onde a pesquisa é feita no calor do estudo de caso. Estamos produzindo mais que conhecimento, estamos produzindo compreensão. Mas acho que ainda está faltando nos cursos de formação de psicólogos, um bom curso método. Acho que se poderia aprofundar mais as formações dos psicólogos como pesquisadores acham que está faltando pesquisadores.
5. Como você vê os desafios para formação de psicólogos? E que desafios estão colocados para formação dos psicólogos hoje?
R: Deveria ser colocada mais ética porque estão dando a este caráter uma concepção instrumental. Ética é muito mais do que trancar os laudos a sete chaves ou usar testes para atender os clientes na clinica. Os psicólogos atuais não sabem o que é ética. Onde deveriam saber que a ética deveria ser a humanização.
Precisamos do materialismo histórico para entender isso. Estão coisiificando o homem. Como dizia Marx: ele se humaniza naquilo que compartilha com animais e se desumaniza naquilo que se
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