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Relatório de estágio

Por:   •  20/12/2017  •  2.459 Palavras (10 Páginas)  •  279 Visualizações

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No quarto encontro nossa atividade foi com figuras para montagem de quebra cabeça. Optamos por essa atividade pois influencia no processo de formação educacional e cognitiva de uma criança e por meio dela pudemos compreender superficialmente o desenvolvimento físico, neurológico, psicomotor, capacidade de concentração, noção espacial, percepção visual, enfim, entendermos melhor como estavam as questões cognitivas desses indivíduos.

Em nosso quinto encontro trabalhamos com argila, pois, por ser um material maleável, a argila nos permitiu a exploração tátil para a estruturação de formas, sendo um excelente meio de estimular a criatividade e trabalhar o relacionamento interpessoal. As crianças gostaram muito da atividade, por meio dela houve uma grande interação entre eles, visto que trocaram informações sobre o que e como fazer e um auxiliou o outro para concluir seu trabalho.

No sexto encontro realizamos uma roda de conversa com as adolescentes da casa, objetivando conhecer um pouco mais sobre elas. Relataram sobre o que gostam de fazer, discorreram sobre os pais, o quanto sentem falta deles e quais são suas perspectivas de vida. Vale destacar que enquanto conversávamos uma das meninas ficou mexendo no cabelo de uma das estagiárias e informou que gostaria de ser cabeleireira.

Para o sétimo encontro havíamos planejado uma oficina de pintura em figuras impressas, que seria realizada em dupla, para verificarmos o relacionamento entre eles. No entanto, por ser a semana da criança, receberam visitas que trouxeram presentes, isso de certa forma nos prejudicou no cumprimento da atividade, pois as crianças ficaram eufóricas com os presentes. Sendo assim não obtivemos êxito com o que foi proposto, ficamos observando o comportamento de cada um deles que nos mostravam o que haviam ganhado com o maior entusiasmo. Notamos que duas meninas não gostaram de ganhar presentes iguais, questionaram à pessoa que deu o presente e nós estagiárias conversamos separadamente com cada uma, explicando que isso não era motivo de chateação e que deveriam agradecer e se alegrar pela lembrança que ganharam.

O oitavo encontro consistiu na realização de gincanas em equipes, foram elas: acertar o alvo, andar sobre a linha com uma colher presa entre os dentes com um objeto em cima, passar por obstáculos com os olhos vendados sendo orientados pelo colega e dança da cadeira. Nosso intuito foi verificarmos questões sobre como agiriam perante o cumprimento de regras e a interação interpessoal. A atividade foi divertida, estimulamos o trabalho em equipe, o raciocínio lógico e o relacionamento interpessoal fazendo com que os participantes entendessem a importância em pedir ou oferecer ajuda a seus amigos ou na hora de solucionar um problema. Observamos que todos eles respeitaram as regras.

No nono encontro nossa oficina foi com pintura corporal, para trabalharmos e estimularmos o contato físico e emocional entre eles. Durante a realização alguns se mostraram resistentes, precisando de nossa intervenção para trabalharmos a dificuldade que apresentaram em ter contato com o outro. Explicamos que seria interessante essa forma de se expressarem e pedimos para que deixassem acontecer de forma natural e prazerosa, e caso não quisessem tocar no colega, não haveria problema. As duas garotas mais velhas quiseram nos pintar, enquanto faziam, fomos lentamente pedindo para uma pintar a outra e obtivemos êxito, elas conseguiram se tocar.

Em nossa décima oficina levamos as crianças para um passeio em uma praça próxima a instituição. Durante o passeio alguns brincaram na areia, outros correram pelo campo, brincaram no balanço e na gangorra, se divertindo entre eles e com os brinquedos. Alguns demonstraram resistência na hora de ir embora, pois, queriam permanecer no local, precisando que uma das estagiárias explicasse novamente que o horário estabelecido já havia terminado e que em outra oportunidade poderíamos voltar. Quando retornamos para a casa, as babás levaram as crianças para tomar banho e almoçar, nos despedimos e finalizamos o encontro.

No décimo primeiro encontro as crianças estavam com visitas e isso nos impossibilitou para realizar as atividades. Conversamos com a assistente social sobre o término do estágio, sobre os encontros realizados e nosso desempenho como estagiárias, solicitando que ela nos apresentasse um feedback sobre o trabalho desenvolvido. A assistente nos informou que nosso trabalho auxiliou as crianças, especialmente as maiores, a compreenderem a importância do respeito e os benefícios do contato afetivo/emocional.

Nosso décimo segundo consistiu na realização de uma confraternização com lanches, bolo e refrigerantes como forma de encerramento das atividades de estágio. Explicamos o motivo pelo qual não iríamos continuar com as visitas aos sábados e durante a explicação duas adolescentes questionaram, alegando que não estavam felizes com o término das visitas. Informamos que mesmo com a finalização do estágio as visitas continuariam só que com menos frequência. Expusemos a todos os moradores a importância e o significado que estas atividades trouxeram em nossas vidas, agradecemos a todos eles por nos oferecerem a oportunidade de trabalharmos em conjunto e que essa experiência levaríamos para toda a vida. Pedimos a todos para que não desistam deles próprios e para confiarem sempre neles mesmos. Abraçamos cada um e finalizamos nossa atividade.

- ANÁLISE

Buscamos desenvolver em nossos encontros um trabalho voltado para a expressão da criatividade, a fim de auxiliarmos os moradores da instituição a desenvolverem autonomia, melhorarem a autoestima e também como forma de prevenção a saúde mental dessas crianças e adolescentes. Esse trabalho nos ajudou na compreensão sobre esse contexto de vulnerabilidade emocional, que devido ao abandono pode causar inúmeras consequências, tanto na vida social como emocional.

A autora Cupertino em seu artigo sobre Oficinas de Criatividade cita que podemos defini-la como uma forma específica e recente de atuação psicológica, situada na confluência das áreas da Psicologia e da Educação. Ou seja, ela tem ao mesmo tempo uma função formadora e de sensibilização. (CUPERTINO, 2006). Em cada sessão pudemos verificar o processo que eles utilizam para desenvolver novas formas de resolver problemas e encarar situações, produzindo algo que até então não era valorizado. Nesse aspecto identificamos a nossa sensibilização perante a situação dessas crianças e adolescentes.

Não obstante, a autora faz a seguinte definição sobre os objetivos e efeitos que as oficinas proporcionam:

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