Relatório Memória e Racíocinio
Por: Lidieisa • 15/2/2018 • 2.310 Palavras (10 Páginas) • 300 Visualizações
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Tecnicamente, existe um depósito sensorial diferente para cada sensação, mas a maioria dos diagramas do processamento de memória simplificam estes depósitos sensoriais separados para um depósito sensorial genérico que representa todas as sensações. A informação armazenada na Memória Sensorial é uma informação crua, sensorial, e não tendo sido analisada para algum significado.
Um exemplo dessa memória é o fechar os olhos e abri-los rapidamente em pequenos intervalos de tempo e fecha-los novamente, podemos notar ainda que podemos ver por um curto tempo uma imagem clara do que vimos com olhos abertos.
2.2.2. Memória de Curto Prazo ou Operação
O segundo processo acontece na chamada memória de Curto Prazo. Esta recebe as informações já codificadas pelos mecanismos de reconhecimento de padrões da Memória Sensorial e retém estas informações por alguns segundos, talvez alguns minutos, para que estas sejam utilizadas, descartadas ou mesmo organizadas para serem armazenadas. Cowan (1996) descreve que a informação na memória de curto prazo é mais duradoura (na ordem de minutos), permitindo a realização de trabalho mais elaborado sobre a informação inicialmente codificada. Na memória de curto prazo se pode distinguir duas memórias: memória imediata e memória de trabalho.
- Memória Imediata:
A informação recebida fica retida durante um curto período de tempo, apenas alguns segundos. A memória imediata é uma forma de memória com fraca capacidade de armazenamento e de reduzida durabilidade. Um estudo de George Miller (1956) sobre as limitações da memória de Curto Prazo mostra que uma pessoa pode reter sete itens (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove unidades. O tamanho deste item depende do nível de familiaridade da pessoa com o material informacional.
- Memória de trabalho
Neste tipo de memória é mantida a informação enquanto ela nos e útil. A memória de trabalho reporta-se as atividades mentais em que o objetivo não é a sua memorização, mas que, não obstante disso, implicam certa memorização para aplicar de modo eficaz. No entanto, é a atividade de armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma tarefa.
Um exemplo dessa memória é um trabalho que a professora pede para seus alunos elaborarem e levarem no outro dia, manterá na memória esta informação, que irá ser esquecida depois de a teres cumprido o pedido.
2.2.3. Memória de Longa Duração
A Memória de Longo Prazo tem o processo de formação de arquivo e consolidação, e pode durar de minutos e horas a meses e décadas. Informações de diferentes registos (auditivo, visual, táctil, olfativo, da linguagem ou do movimento) são armazenadas em diferentes zonas do cérebro. Segundo Gagné e Yekovich (1993), a memória de longa duração, por sua vez, tem como função armazenar toda a informação que nós possuímos e não estamos usando.
Assim, é com base nas diferentes estruturas cerebrais das quais a memória depende que se distinguem dois tipos de memória em longo prazo: a memória declarativa e a memória não declarativa.
- Memória Declarativa:
Implica a consciência do tempo e reporta a factos, pessoas e acontecimentos passados; permite a descrição desses elementos. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos evocar/declarar por meio de palavras. Também pode ser designada por explícita ou memoria com registo. Distinguem-se, neste tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória semântica.
- Memória Episódica: Envolvem eventos datados, recordações (rosto de amigos, pessoas famosas, músicas, fatos e experiências pessoais), ou seja, relacionados com o tempo. Markowitsch (1999) descreve que a memória episódica refere-se ao passado, sendo mais específica em termos do contexto e do tempo, ou seja, onde e quando.
-Memória Semântica: Por vezes denominada memória genérica, é referente ao conhecimento geral do mundo envolvente (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química, fatos históricos, etc.); não há localização no tempo, nem qualquer ligação a fatos específicos do passado. Segundo Tulving (1987), a memória semântica é voltada para o presente e contém o acervo de fatos e informações sobre o mundo do indivíduo, desde o conjunto de conhecimentos sobre sua linguagem, vocabulário, regras de gramática, como conceitos e significados diversos.
- Memória não declarativa:
É uma memória automática. Acedemos a esta memória quando agimos, pois está relacionada com a atividade motora, pois é a memória usada para procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, escovar os dentes, ler um livro, etc. A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo.
2.4. Distúrbios de Memória
2.4.1. Amnésia
É um distúrbio da memória capaz de fazer o individuo perder parcialmente o que foi armazenado. Podendo ser provocado de formas diferentes, segundo Akison (2002), como danos acidentais no cérebro, derrames, encefalite, alcoolismo, choque eletroconvulsivo e processos cirúrgicos no encéfalo, também epilepsia e má nutrição. Existem muitos tipos de Amnésia, porém serão citadas as principais, como:
- Amnésia anterógrada
O sujeito lembra perfeitamente dos acontecimentos em longo prazo, mas perde a capacidade de recordar os fatos recentes (memória operacional ou curto prazo). Quando não é extensiva, o portador desse tipo de amnésia tem a possibilidade de absorver as ocorrências recentes através de processos repetitivos e mecânicos (procedimentos que envolvem a memória implícita), infelizmente, quando é grave, a memória do paciente dura poucos segundos¹.
- Amnésia retrograda
Oposto da anterógrada, onde o individuo portador da amnésia retrograda perde a memória do seu passado, por isso conhecida como distúrbio de retenção. Felizmente aprende normalmente, após o trauma que provocou o distúrbio e, com passar do tempo depois do acidente, suas informações voltam a estabilizar nos níveis normais da memória¹.
- Amnésia Global Transitória
Conforme Guimarães et al. (2012) , AGT é uma
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