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PLano de atividades Psicologia em grupo infantil

Por:   •  19/11/2018  •  1.715 Palavras (7 Páginas)  •  460 Visualizações

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Em nossa prática, ainda mais em contexto de famílias em vulnerabilidade social, a estrutura e o teórico ideal dificilmente é possível realizar, pois são famílias em formatos confusos, e demanda aleatória. Em base são crianças com patologias como autismo, retardo mental, síndrome de Down, Psicoses, Dislexia, dificuldade de aprendizagem ou agressivas. Essas crianças chegam a nós conforme necessidade do instituto e dos parceiros profissionais, que acham interessante a criança participar e interagir em um grupo.

Na psicoterapia de grupo, o corpo fala muito, sendo necessária maior atenção aos detalhes de como os indivíduos do grupo interagem, trocam olhares, mudam de lugar, deslocam-se no espaço, expressam-se gestualmente, e estabelecem laços transferenciais múltiplos e mútuos (Ávila, 2007).

A transferência terapeuta e paciente é rapidamente e facilmente notada, tomamos posições simbólicas para as crianças, percebemos suas necessidades, ausências e tendências dessa forma (Pechberty, 2000). Na psicanalise é por essa transferência que se constroem os diagnósticos (PRISZKULNIK, 2000).

A partir do pequeno Hans, Freud constrói as bases teóricas para uma análise com crianças (Costa, 2007). Este âmbito desenvolve-se muito posteriormente, ao surgirem as possiblidades da escuta do inconsciente infantil através principalmente do “brincar”. Cabe ao Psicólogo então, potencializar esse brincar, dar vasão para que essas fantasias brotem expressando-se plenamente (Costa, 2007), pois nessas expressões simbólicas das fantasias inconscientes das crianças que essa clínica psicanalítica fundamenta-se (Klein, 1975).

Então, pelo menos uma vez ao mês, a oficina tem como objetivo explorar esse brincar, e o resultado é surpreendente, o brincar coletivo é tão ou mais rico para uma análise das necessidades e materiais inconscientes do que o brincar individual. Essa coletividade oferta-nos muito conteúdo, avanço e progressos nos casos.

3.2 LEITURA E ESCRITA

A leitura é um dos processos mais importantes para o desenvolvimento integral do ser humano, então, desenvolvê-la e estimulá-la é de estrema importância, ainda mais quando há dificuldade de aprendizagem, problema que acomete praticamente todas as crianças que passam pela oficina.

Ao ler histórias para crianças, alimentamos seu intelecto, abrem-se novas possibilidades, transmissão de valores e sentidos de uma cultura, além de função terapêutica, pois nas histórias elas encontram suas próprias indagação sobre a vida, seus conflitos, valores, desejos e crenças (Barone, 2004).

A partir dessa leitura, que por si só já tem grandes resultados, debatemos e instigamos a criança a elaborar baseando-se na história contada. Essa elaboração pode ser com conversa, desenhos, atividades e de forma prática, como quando lemos João e o pé de feijão, então fizemos que elas plantassem e cuidassem de seus feijões, atividade de muito sucesso.

3.3 DESENHO TERAPEUTICO E MATERIAL DE ANÁLISE

O desenhar é uma das melhores ferramentas para se comunicar com crianças e para que elas expressem e manifestem seu inconsciente. É possível diagnosticar necessidades através de um desenho, neste sentido, interpretar, construir hipóteses que permitam dar conta do trabalho simbólico junto aos conflitos que se estruturam no caminho de construção da subjetividade (Sigal, 2000).

Para Grassano (1996), os principais mecanismos de defesa aparecer na produção artística. Além disso, as crianças estão em processo de desenvolvimento e de construção de sua estrutura, podendo ser o desenhar a expressão e constituição (Teixeira, 1991). Também podemos ter nessa expressão artística, um redirecionamento de pulsões, alívios e descargas pulsionais (Mèredieu, 1974).

A fundamentação psicanalítica permite pensar a produção gráfica como resultado de um trabalho psíquico que, tal como o sonho, pode dar acesso a aspectos importantes da personalidade do sujeito (Silva, 2008).

Então, a partir desses fundamentos e diretrizes, oferecemos espaço para o desenhar, seja livre, temático ou direcionado, desenhos individuais e obras em grupo, onde todos fazem uma parte de um todo. Essas elaborações onde todos trabalham juntos na mesma atividade cria uma grande harmonia e aprimora o ambiente, pois todos admiram e se orgulham do que construíram em equipe. As obras em grupo são expostas, penduradas na parede.

Recentemente elaboramos um diário de desenhos, em forma de livro, foi confeccionada uma capa dura e decorada, então as páginas estão sendo construídas periodicamente.

Então, através desses, colhemos muito material de análise e há um grande resultado terapêutico.

3.4 MÚSICA E BENEFÍCIOS TERAPEUTICOS

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3.5 PROFISSÕES E AMPLIANDO POSSIBILIDADES

Realizamos também um trabalho onde explicamos e simulamos profissões, para expandir os horizontes das crianças e mostrar que existe um mundo de possiblidades não conhecido por eles. Pela situação que se encontram, onde opção escolha não existe, apenas faz-se o que aparece pra sobreviver. Nas famílias em vulnerabilidade social, que são muitas no Brasil, a realidade é bem triste, a criança precisa trabalhar pra contribuir no alimento da casa ou vivem em abrigos, então, quando comemoram seus dezoito anos ficam desamparados, sem tempo e suporte para se aperfeiçoar e desenvolver aptidões para escolher com calma seu futuro, ou seja, fazem a primeira coisa que aparece ou desvirtuam-se banhados de desespero (Lisboa, 2002).

Sabido isso, temos como objetivo nessa intervenção, dar um pequeno suporte e pontapé inicial no assunto profissão para essas crianças em vulnerabilidade social, elaborando currículos aos maiores, orientações profissional, teste de aptidões, construções e expansão de possibilidades e pensamentos. Além de prepara-los, simulando entrevistas e preparando-os para estes confrontos que virão (Muller, 1986). Nesse contexto, é preciso uma orientação profissional que prepare as pessoas para enfrentarem as permanentes transformações sociais e as situações da vida do indivíduo (Jenschke, 2002).

Diante dessa triste realidade, cabe ao Psicólogo, entre outras áreas, nos comprometermos com a comunicação, desenvolvimento e assistência das pessoas necessitadas desses serviços (Valore, 2002). Se tivermos uma prática psicológica que fecha os olhos para as desigualdades sociais, estaremos

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