Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Os Conceitos de normalidade e saúde vêm sendo discutidos em diversos campos

Por:   •  2/9/2018  •  1.935 Palavras (8 Páginas)  •  348 Visualizações

Página 1 de 8

...

A RP se constitui numa politica que conjuga loucura com cidadania, tratamento com dignidade, eficácia com respeito, ciência com ética. Uma politica de transformação de saberes e praticas em relação a loucura, envolvendo acoes de desinstitucionalização da loucura, considerando as questões econômicas, sociais e culturais que envolvem esse processo. Uma politica que traz novas formas de enxergar e lidar com a loucura, envolvendo questões, não apenas, ligadas a desinstitucionalização, mas também a Questoes técnicas, administrativas, jurídicas e fundamentalmente, éticas.

Para os entrevistados, falar dos termos “normal” e “anormal” é difícil pelo fato de que o limite entre um e outro é tênue, podendo reforçar o preconceito presente na sociedade.

A reforma psiquiátrica, tomando como desafio a desinstitucionalização, tem sido discutida e entendida com uma certa variedade de conceitos e conseqüências. Segundo o conceito defendido pela reforma, a desinstitucionalização não se restringe à substituição do hospital por um aparato de cuidados externos envolvendo prioritariamente questões de caráter técnico-administrativo-assistencial como a aplicação de recursos na criação de serviços substitutivos. Envolve questões do campo jurídico-político e sociocultural. Exige que, de fato haja um deslocamento das práticas psiquiátricas para práticas de cuidado realizadas na comunidade.

LIVRO O HOMEM E A SERPENTE: O conceito de cidadania dos doentes mentais, implícito no discurso e na prática de Basaglia, se relaciona à ampliação dos direitos sociais, jurídicos e políticos dos mesmos. (...) Trata-se de ampliar ou diversificar, em um prático trabalho de desinstitucionalização, o próprio conceito de cidadania, no sentido de admitir a pluralidade de sujeitos, com suas diversidades e diferenças num mesmo patamar de sociabilidade. Trata-se, ainda, não de deixar o louco viver a sua loucura,porém de, em um novo contexto de cidadania, dar-lhe o real direito ao cuidado.Não de ser excluído, violentado, discriminado, mas de receber ajuda em seu sofrimento, em sua positividade e em sua possibilidade de ser sujeito. (115

De qualquer modo, o alerta de Canguilhem para essa situação extrema é instrutivo, porque marca a influência dos eventos sociais no processo saúde doença e chama a atenção para a necessidade de se considerar o exercício normativo individual. Eis, portanto, um dos grandes desafios para qualquer proposta de uma “nova saúde pública” (Paim & Almeida Filho, 1998), centrada numa concepção e prática científica positivas da saú- de: não se constituir em mais um instrumento médico de imposição ativa de valores e normas à população.

CONCLUSÃO

As mudanças que ocorrem na sociedade, nos seus conceitos, seus paradigmas podem ser vistas e analisadas recuando no tempo. Quando estamos imersos em nossa cultura de tal forma que não conseguimos deslocar nosso olhar temporal e espacialmente calcificamos nossas ideias e adquirimos o hábito de naturalizar o que percebemos em nossa volta. De outra forma, quando olhamos para o que se passa em nosso entorno com “olhos que analisam” e não que apenas aceitam descobrimos que o que julgamos ser nem sempre o é, e o que julgamos não ser, talvez, seja. A sociedade se modifica em todos os seus aspectos. Vemos ao longo da história mudanças; como: na forma de produção (industrialização), na política, com a implantação de outras formas de governar, e até mesmo transformação na concepção de homem. Há forças que operam na sociedade transformando-a; e estas forças, por sua vez, também agem sobre os indivíduos que se modificam e dão início a novas configurações no meio em que vivem. Esta relação é cíclica; e opera em todas as sociedades, e em todos os indivíduos, seja de forma consciente ou não. Ajustando nosso olhar, percebemos um sujeito que atua neste palco modificando o cenário social constantemente. A ideia de um indivíduo que se transforma e igualmente modifica seu entorno desenha a sociedade e todas as suas áreas de atuação, que logo depois é transformado novamente.

Si analizamos ahora el concepto de salud de la OMS desde la perspectiva teórica apuntada por Canguilhem, veremos que aquí también existe un equívoco y una superposición entre los conceptos de salud y normalidad. Es que el concepto de normal es doble. Por un lado nos remite, como ya vimos, a la noción de promedio estadístico, de constantes y tipos, pero por otro lado, se trata de un concepto valorativo que se refiere a aquello que es considerado como deseable en un determinado momento y en una determinada sociedad. Ocurre que, tal como afirma Michel Foucault (1992, p. 181), “el elemento que circula de lo disciplinario a lo regulador, que se aplica al cuerpo y a las poblaciones y que permite controlar el orden del cuerpo y de los hechos de una multiplicidad humana es la norma”. Es por eso que para Canguilhem (1976, p. 204), el concepto de normal, entendido como valor, no se opone ni a la enfermedad ni a la muerte, sino a la monstruosidad que es su contra-valor vital. Y la monstruosidad no es un fenómeno biológico, sino que es intermediario entre lo médico y lo jurídico. Monstruosidad se asocia a diferencia, a variabilidad de valor negativo en sentido vital y social. Es aquello que consideramos como social y medicamente peligroso y nocivo. Recordemos que la definición de la OMS nos habla de un estado de bienestar físico, mental y social. Sin embargo, parece no considerarse que lo que llamamos bienestar se identifica con todo aquello que en una sociedad, y en un momento histórico preciso, es valorizado como “normal” excluyendo, en consecuencia, todo aquello que desvalorizamos y consideramos como simple “anomalía” o “monstruosidad”. Esta definición corre por lo menos dos riesgos. Por un lado se limita a valorizar la capacidad de aceptación de aquello que es considerado como deseable, desconociendo así, que el concepto JUL.-OUT. 1997 301 GEORGES CANGUILHEM Y EL ESTATUTO de salud excede la aceptación y se vincula con la capacidad de ser normativo. Por otra parte, y como ya lo dijimos, Canguilhem toma como punto de partida para sus análisis un hecho que contradice esa definición fundamentada en el concepto de “bienestar”.

...

Baixar como  txt (12.4 Kb)   pdf (55.7 Kb)   docx (15.7 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no Essays.club