O Pequeno Principe
Por: Kleber.Oliveira • 28/4/2018 • 1.549 Palavras (7 Páginas) • 345 Visualizações
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Uma segunda reflexão apresentada no livro é quando o personagem inicia uma viagem por diversos planetas onde podemos observar personagens que representam diversos cenários sociais. No caso do rei em que seu prazer estava em dar ordens e receber honras, refletimos o egocentrismo, o quanto muitas vezes as pessoas não consideram a consequência de seus atos, não pensam em um bem comum, e nem se o que faz e fala faz algum sentido, a única coisa que importa é ser seguido, admirado e possuir um reino em seu próprio universo. Há também um contador, que estava completamente perdido em sua função e não tinha tempo para mais nada, os contadores são aquelas pessoas que estão afundados no trabalho, em conquistar cada vez mais bens materiais ou um status, e acabam não vivendo seus sonhos, não valorizam suas famílias e pessoas que as amam. Outro personagem que nos faz refletir é o geógrafo, que conhecia muito bem sobre vários lugares, exceto onde vivia, o seu ciclo, o seu mundo. Há também um bêbado, que tudo era motivo para beber, inclusive o fato de ser bêbada, sua vergonha disso o fazia beber para esquecer, não parece fazer nenhum sentido, mas se pensarmos que é muito comum as pessoas se acomodarem a um modo de vida que, mesmo não sendo satisfeitas, acabam vivendo da mesma forma por anos, justamente por não se sentirem motivadas a mudar, tamanha a frustração de quem são e onde estão. Há outros personagens, como o vaidoso, onde é criticada a valorização do eu como algo supremo, a necessidade de ser “o mais”, “o melhor” e isto ser tudo o que realmente importa: aparência. Hoje em dia na cultura do selfie é possível identificar esse personagem na sociedade, de forma muito explícita, com as redes sociais.
Em um terceiro momento, o Pequeno Príncipe conhece uma raposa que, de forma muito peculiar, ensina-lhe o significado de amizade, uma das frases mais conhecidas deste livro ocorre neste momento quando a raposa lhe diz “Tu te tornas eternamente responsável por tudo o que tu cativas, me cativastes e agora és responsável por mim... pois o tempo e o carinho que dedicas a mim é o que mostra o quanto sou importante para você”. (Saint-Exupéry, 1952) É um trecho em que consideramos muito importante no livro, pois é tratado sobre a importância que damos as pessoas que amamos e que nos amam, e nem sempre é da maneira como o livro nos apresenta: deve haver uma responsabilidade pela expectativa que geramos no outro, pelo vínculo e afeto que passa a existir. Por diversas vezes não é desta forma que ocorre. Se for algo que desejamos, correspondemos. Mas, se é algo que não nos interessa mais, poucas as vezes temos a preocupação e cuidado com o que nossas ações poderá gerar no outro. No livro é retratado o amor do pequeno príncipe por uma rosa, que para ele era única, apesar de ter encontrado outras iguais, mas aquela era especial, afinal aquela a cativou.
Outra lição que a raposa ensina ao pequeno príncipe é quando diz que “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”. (Saint-Exupéry, 1952) Trata-se justamente sobre a forma que olhamos às pessoas e acontecimentos: olhamos apenas de forma superficial, apenas o que se pode enxergar, de forma fria e rasa. O que realmente as pessoas e acontecimentos são e significam devem ser vistos de forma mais profunda, reflexiva e sentimentos, levando em consideração o todo daquele ser e o que lhe cerca.
- CONSIDERAÇOES FINAIS
O Pequeno Príncipe aparenta ser a personificação da infância do piloto, o lado infantil que foi perdido ao não ser incentivado pelos adultos, a seguir seus sonhos.
A existência deste personagem é construída através das simples experiências que ele tem e pela oportunidade que se dava em ser formado e transformado. Eram os detalhes que chamavam atenção do pequeno príncipe, e este é um apelo feito através da obra do O Pequeno Príncipe, observar os detalhes, o que é simples, sem pré-julgamentos e pré-conceitos.
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