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Minorias Psicológicas - Kurt Lewin - resumo

Por:   •  9/4/2018  •  1.434 Palavras (6 Páginas)  •  1.482 Visualizações

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No que diz respeito à origem das minorias, Lewin admite que sua própria existência depende apenas da boa vontade da maioria. Como já foi descrito anteriormente, a minoria ganha uma função de bode expiatório de acordo com as necessidades e frustrações da maioria a que depende.

As estruturas minoritárias podem ser divididas em duas, de forma que em uma forma mais central encontram-se grupos solidificados que aderem às instituições, costumes e tradições, identificam-se com positivamente de tudo que é tipicamente próprio ao seu grupo. Por outro lado, os grupos periféricos são aqueles que não suportam as barreiras psicossociais da discriminação. Segundo Lewin, é nesses grupos de sucesso em que aparecem as figuras de maior sucesso dentro das minorias; de uma forma ilusória, esperam que tais barreiras diminuam a sua distância para com a maioria.

Com relação à dinâmica dentro de uma minoria, é proposta a interação entre duas forças: uma centrípeta, reforçadora dos costumes e identidade minoritária; uma centrífuga, desafeiçoando o indivíduo de seu próprio grupo e criando o desejo de assimilação à maioria.

A minoria constituída pode ser divida também de duas formas: as unidades articuladas de maneira orgânica e as unidades aparentes e artificiais. Na primeira forma, os vínculos são estreitos e é percebido em termos de valência positiva, enquanto na segunda os vínculos são fracos e não podem ser considerados argumento para formar um grupo, assim, possui uma valência negativa.

O fator constitutivo de um grupo, então, é alegado pela sua interdependência dentro do mesmo - Isso permite que se unam e lutem por sua emancipação.

Lewin escreve sobre o devir das minorias e propõe que existem três opções. A primeira ocorre quando perde sua fé em sobrevivência e dispõe de tudo que apresse e favoreça sua assimilação à maioria. Quando optam por sua sobrevivência, duas atitudes podem ser vistas: a atitude de integração (luta por direitos iguais, igualdade) e a atitude de independência (emancipação e separação). Para Lewin as minorias se assemelham a fase da adolescência, caracterizada na corrida da autonomia, relação de temor, mimetização, etc. e, assim como um adolescente, devem também exercitar a autocrítica e autoanálise.

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- DISCUSSÃO CRÍTICA

Sem dúvida a obra de Kurt Lewin é de extrema importância para o entendimento de como funcionam os grupos de minoria e não há como discordar do autor. As avaliações parecem coincidir com os fatos que ocorrem e que são visíveis em muitos dos grupos que sofrem discriminação em nosso país. Ao fazer uma breve comparação com alguns desses grupos minoritários do Brasil (índios, negros, mulheres, homossexuais, transexuais) pode se notar alguns dos fenômenos descritos por Lewin.

Ao pegar, por exemplo, os índios. Estes passaram por modificações em sua “função” social, durante o percorrer da história, conforme as necessidades do branco europeu e colonizador. Assim que chegam ao Brasil, denominam o índio como selvagem e não civilizado, nesse ponto houve exterminação de muitos nativos. Com o passar do tempo, notou-se que os índios poderiam ser úteis à sua produção e instalaram-se projetos para assimilá-los á cultura portuguesa (como a instauração da língua portuguesa aos nativos) – Fato esse que destaca a desapropriação cultural dos índios, descompondo-os como grupo. Já, na atualidade, vê-se um estereótipo de índio completamente diferente dos anteriores. Isso pode ser explicado por Lewin como a sobrevivência do grupo através da vontade de seu grupo de maioria (os brancos), cabendo aos índios nada mais que o papel de bode expiatório e massa de manobra para sua produção, guerras, etc. Não são respeitados e reconhecidos, são apenas tolerados e designados aos lugares em que devem permanecer.

Ao pegar outro exemplo, pode-se citar o movimento feminista como também um conceito e atitude descrita por Lewin. Marginalizadas ao ambiente domiciliar, durante a história nunca tiveram a oportunidade de participar efetivamente das decisões ou optar sobre o rumo de sua própria vida. Apenas a partir do momento em que se solidificou como grupo e ao mesmo tempo se conscientizou, a mudança começou a correr.

O movimento LGBT também pode ser caracterizado como um exemplo do autor. Nesse movimento, as características não são o fator para formar o grupo minoritário, mas sim sua interdependência. Assim, cada grupo componente (cada letra da sigla – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) se une ao grupo para ganhar força em suas lutas sociais.

Por último, também como exemplo descrito por Lewin, o movimento negro pode, em alguns casos mostrar o fenômeno da emancipação de grupos em frente à discriminação, como atitude de sobrevivência (seu devir). Muitos são os casos em que há o abandono da assimilação com o grupo de maioria, assumindo como única resposta a sua separação.

Conclui-se que a obra de Kurt Lewin

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