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ESTUDO DE CASO JEAN LOUIS E ANALÍTICA

Por:   •  10/7/2018  •  1.857 Palavras (8 Páginas)  •  329 Visualizações

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Ainda na relação de Jean-Louis com sua mãe, percebe-se que para ele, o arquétipo materno e ânima estão misturados.

O arquétipo materno representa o cuidado, o acolhimento, o fraterno. Para Jung (1934), arquétipo significa um conceito formal, que é preenchido com ideias, temas e vivências. A forma pode ser herdada, o conteúdo não, pois depende de mudanças históricas e ambientais, sendo sempre determinado pelo indivíduo. O autor cita ainda que na figura da mãe, a imagem varia conforme a experiência individual, onde a predominância, aparentemente, parece ser a da mãe pessoal. Não obstante, é do arquétipo projetado na mãe pessoal que surgem os efeitos positivos ou negativos que se refletem nesta.

Já a ânima está relacionada a mulher como símbolo de desejo. Jung (1921/1991) define que esta tem a função de relação do homem com sua própria feminilidade, seus sentimentos, que são delineados tanto por experiência arquetípica quanto pela vivência pessoal que ele tem com o feminino.

No caso de Jean-Louis, é possível identificar que sua relação com o feminino não lhe é favorável, já que algumas vezes a criança menciona seu medo de rodelas, de que essas são destruidoras. Essas “rodelas” podem ser uma salva vidas que impulsionem ao desenvolvimento do ego, como podem ser imobilizadores, não o deixando evoluir, como é o caso do menino, não favorecendo seu processo de individuação.

Para Jung (1984), individuação é um processo que significa tornar-se único, alcançar sua singularidade, buscando o nosso próprio si-mesmo. Nessa fase, o desenvolvimento do ego, é resultante do encontro do eu com a realidade externa, ou seja, entre a individualidade e a coletividade exterior. O autor ressalta ainda, que de modo geral, é um processo de formação e particularização do ser individual e, em especial, é um desenvolvimento do indivíduo psicológico como ser distinto do conjunto. Este é um processo de diferenciação que objetiva o desenvolvimento da personalidade individual.

Para que esse processo ocorra, é necessário que o indivíduo vivencie algumas experiências que até então não havia vivenciado, de forma que o sujeito ouse em fazer algo, é o que move é algo diferente, agindo dessa forma o arquétipo de héroi, ou seja, os desafios do herói representam a luta do desenvolvimento do ego frente às forças regressivas do inconsciente. Henderson (1977) , menciona que no decorrer do desenvolvimento da consciência individual, a figura do herói é um meio simbólico através do qual o ego emerge, liberando o homem amadurecido do desejo regressivo de sua volta ao estado de bem aventurança, em um mundo dominado por sua mãe.

Nesse contexto, é possível observar que Jean-Louis por algumas vezes vivencia alguns acidentes que dessa maneira resgata o olhar de atenção de seus pais para ele. Em um dos acidentes, o menino atravessou uma porta de vidros e cortou-se todo, manifestando assim o Herói que havia dentro dele, o desejo do desenvolvimento de seu ego.

. Em outro acidente o menino estava brincando de Tarzan em uma árvore e caiu lá de cima, tendo uma fratura exposta no antebraço sendo necessário ir até a França com seu pai. Sendo possível observar o relacionamento pai-filho, já que Jean-Louis procura um contato corpo-a-corpo com seu pai. Segundo Souza (2015), o pai é uma construção que precisa ter intencionalidade, vontade, autopunição e ser programada; a paternidade precisa ser construída e descoberta ao longo da vida do pai, bem como ao longo da vida de seu filho. Assim sendo, é necessário que Jean-Louis ative os aspectos paternos existentes nele em detrimento dos aspectos maternos.

Vale ressaltar ainda que todas essas vivencias que Jean-Louis vem vivenciando, se dá ao tipo psicológico que este tem, uma vez que seu irmão também hemofílico pode não estar vivenciando da mesma maneira que Jean, afinal seu pai e sua mãe são projetados com o que ele acredita ser mãe e pai dentro de si. Identificamos então que o menino, apresenta um comportamento introvertido, que para Jung (1921/1991), a pessoa na introversão, o indivíduo direciona a sua atenção para o seu mundo interno de impressões, emoções e pensamentos.

O indivíduo quando introvertido, a atitude em crise é a extroversão, de modo a se preocupar e canalizar sua energia para o ambiente, para o mundo externo. O menino é entendido ainda como Pensamento X intuição, que para Jung as pessoas que aqui se enquadram, são mais influenciáveis a reflexão. Já a intuição onde a percepção se dá através do inconsciente e a apreensão do ambiente geralmente acontece por meio de pressentimentos ou palpites.

CONCLUSÃO

Ao longo de todo o paper, foi mencionada a relação de Jean- Louis com sua mãe, com seu pai e com seus irmão. Porém se faz necessário mencionar que antes mesmo de existir a figura concreta materna, paterna ou familiar, a ideia desses membros já estava no inconsciente coletivo de modo que o menino projeta em seus pais o que está dentro dele, ou seja, o pai e a pai que ele ve, na realidade são uma projeção.

“O lado de fora é um espelho do lado de dentro”

- “A atitude do coletivo em relação à criança, ao seu sexo, à sua individualidade e ao seu desenvolvimento, pode ser uma questão de via ou de morte” (colocar referencia de A CRIANÇA). Nesse caso é possível observar que a atitude da mãe de Jean-Loius na busca de proteger a criança, ter uma superproteção e um cuidado em excesso para que este não se machuque, acaba por sua vez privando, limitando o seu subjetivo de modo que o ego não tome seu lugar.

REFERÊNCIAS

HENDERSON, J L. O homem e seus símbolos Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.

pio

JUNG, C G. A prática da psicoterapia. Petrópolis: Vozes, 2009.

JUNG, C G. O eu e o Insconsiente. Petrópolis, Editora vozes. 1996

JUNG,

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