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APRENDENDO A VIVER COM O TRANSTORNO BIPOLAR: MANUAL EDUCATIVO

Por:   •  20/11/2018  •  2.228 Palavras (9 Páginas)  •  268 Visualizações

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(...) haveria também diferenças de personalidade entre os dois grupos: os pacientes com episódios de mania tenderiam a ser mais calorosos, enérgicos e extrovertidos, enquanto os que apresentavam somente depressão eram mais isolados, tensos e ansiosos.

O conceito original de PMD sofreu outras subdivisões, pois Kraepelin incluiu nele todas as manifestações de humor, desde as mais leves até as mais graves, como a mania e a depressão.

Segundo definição de Dalgalarrondo (2008), citado por Moreno (2015) o transtorno afetivo bipolar é um transtorno do humor caracterizado pela presença de um grupo de manifestações clínicas no qual ocorre uma alteração de humor, em extremos opostos, ou seja, tanto para depressão quanto para o engrandecimento do eu.

Ainda, de acordo com a psiquiatria moderna o TB pode ser classificado em transtorno bipolar I, transtorno bipolar II, ciclotimia e transtorno bipolar sem outra especificação.

O transtorno bipolar tipo I é caracterizado como uma psicopatologia marcada pela ocorrência de um ou mais episódios maníacos ou episódios mistos. Já o transtorno bipolar Tipo II é marcado pela ocorrência de um ou mais episódios depressivos maiores, acompanhados por pelo menos um episódio hipomaníaco. “Para diagnosticar o TB tipo II é necessário que o paciente nunca tenha tido um episódio pleno de mania (MORENO, 2015)”. Recomendando que para diagnosticar o TB tipo II é necessário que o paciente nunca tenha tido um episódio pleno de mania.

O tipo ciclotímico, segundo o autor, possui perturbação crônica e flutuante do humor, envolvendo numerosos períodos de sintomas hipomaníacos e depressivos. (...) cabe destacar que os sintomas hipomaníacos não atingem todos os critérios para ser considerado um episódio maníaco e os sintomas depressivos não apresentam características suficientes para serem classificado como um episódio depressivo maior (FERNANDES, SOUSA, ANDRADE et al., 2016). Ou seja, são as pessoas que tem flutuações de humor para cima e para baixo, mas que nunca preenchem os critérios para um episódio de mania ou de depressão (DEMETRIO (2015) apud KRAEPELIN (1966)).

Segundo os autores citados acima é sabido que os fatores biológicos, genéticos, sociais e psicológicos interferem no aparecimento da doença. O transtorno bipolar do humor tem uma marcante importância genética, havendo tendência familiar a doença, por parte de parentes de primeiro grau (p.670). É necessário controlar a doença com o uso efetivo de medicação devido a associação de outras condições clínicas, risco de suicídio, prejuízo social e/ou profissional e quanto à dificuldade do paciente aderir o tratamento, ficando ainda maior os riscos associados à doença.

Para FERNANDES, SOUZA, ANDRADE et al., (2016) na Mania o paciente fica muito animado, eufórico, apresenta uma alegria exagerada e duradoura; um aumento de energia, iniciando muitas coisas ao mesmo tempo e sem conseguir finalizar; ficam extremamente irritados quando confrontados; sentem insônia, porém não tem vontade de dormir; otimismo e confiança também exagerados com aumento significativo da libido; fala vários assuntos de uma só vez; possuem gastos excessivos (consigo mesmo e até mesmo com pessoas desconhecidas); comportamento inadequado, intrometido, provocador, agressivo ou de risco para ele e os outros a seu redor.

A mania com sintomas psicóticos são aqueles pacientes que apresentam delírios, alucinações, agitação psicomotora, fala desorganizada, ideação suicida e homicida, abuso do álcool ou drogas e desinibição exagerada. O paciente com distúrbio misto pode mostrar-se aparentemente normal, com a estabilização do humor ou passar à fase depressiva, no caso de ciclagem rápida. Sendo assim, o estado misto se agrava e o paciente apresenta elevação da ideação suicida, quer dizer, aumenta essa vontade de morrer, quebrar coisas, bater ou agredir a si mesmo e aos outros, e até ideias homicidas.

Já na fase depressiva, melancólica, o paciente apresenta sintomatologia como desinteresse pela vida; sentimento de inutilidade com a perda de interesse ou prazer por atividades; sentimento de tristeza; vazio; perda ou aumento de peso; fadiga ou perda de energia e diminuição da libido. Sintomas esses associados à falta de esperança, culpa excessiva ou pessimismo, dificuldade de concentração, de tomar decisões, com pensamentos e/ou tentativas de morte ou suicídio, alteração do padrão de sono com retardo psicomotor, dores ou outros sintomas corporais persistentes não provocados por doenças ou lesões físicas (p.3).

A fase da hipomania o indivíduo está mais disposto que o normal, fala muito, conta piadas, faz muitos planos, não se ressente com as dificuldades e limites da vida. Pode ter diminuição do sono, não se sente cansado após muitas atividades e deseja sempre fazer mais. “O característico da hipomania é que o indivíduo e seu meio não são seriamente prejudicados – nunca são psicóticos (MORENO, 2015)”.

Sobre a causa do transtorno bipolar o autor pontua que em se tratando do mecanismo fisiológico ainda não foi totalmente descoberta. Segundo o mesmo, o que se sabe até aqui é que existe uma predisposição pessoal, determinada – geneticamente e que envolvem fatores estressantes – como por exemplo, condições de nascimento, uso de drogas, nutrição, alterações no funcionamento celular e ambiente, tudo isso interfere para mudança de comportamento. “A chance de um familiar de primeiro grau de um paciente apresentar a doença é de cerca de 9%. As chances de os familiares desenvolverem transtorno depressivo também é três vezes maior que na população geral (p.46)”. Então, além da influência genética, existe os fatores ambientais que também contribuem para a doença e dificulta na recuperação das crises ou favorecendo recaídas.

Nos quadros de TB, existe uma alteração no equilíbrio da transmissão elétrica e química no cérebro, levando a alterações de comportamento, ou seja, todo esse equilíbrio é orientado e regulado pelo DNA. Sendo assim, cada gene é responsável pelo controle de uma determinada função do organismo. Conclui-se que: o DNA é herdado dos pais, logo, as características também são transmitidas.

Em consequência do episódio de alteração do humor, seja depressivo, maníaco ou misto, ocorrem alterações no funcionamento dos neurônios e dano celular importante, principalmente com diminuição das ligações e sinapses entre os neurônios. Esse dano celular, que ocorre em parte importantes do cérebro, como o córtex pré-frontal, hipocampo e amígdala, leva a um remodelamento do cérebro, que ocorre com uma menor capacidade

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