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A HISTÓRIA DA HOMOSSEXUALIDADE

Por:   •  19/12/2018  •  2.013 Palavras (9 Páginas)  •  258 Visualizações

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3 PRECONCEITO COM HOMOSSEXUAIS

Ter o outro como um dos nossos semelhantes parece cada vez mais difícil em nossa cultura. Na atualidade, tanto os traços físicos quanto a sexualidade ainda são alvos de discriminação e preconceito, principalmente quando entendemos esses traços como “anomalias” pertencentes a minorias.

Preconceito pode ser entendido como conjunto de crenças, atitudes e comportamentos que consiste em atribuir a membros de determinado grupo uma característica negativa, pelo simples fato de pertencer àquele grupo: a característica em questão é vista como essencial e, portanto, adere a todos os indivíduos que o compõem (MEZAN, 1998, p. 226).

Para Jones (citado por Goldstein, 1983), autor ligado à Psicologia Social, o preconceito é definido como um julgamento negativo dos membros de uma raça ou religião, dos ocupantes de qualquer outro papel social significativo, uma avaliação não válida de um grupo ou de seus membros, ou ainda uma atitude ou sentimento que predispõe o indivíduo a atuar, pensar e sentir de modo desfavorável sobre outra pessoa ou objeto” (p. 50).

Foi com a preocupação médico-psiquiátrico no final do século XVIII que se procurou diagnosticar homossexualismo como doença patológica, portanto, curável, começando a resultar o preconceito. Esse tipo de preconceito se arrastou até os dias atuais, atravessando movimentos culturais, como os de liberdade, paz e amor livre e os movimentos estudantis.

Um marco que forçosamente contribuiu para o início do preconceito contra homossexuais é o advento da AIDS, no início da década de 1980, quando se passou a desqualificar o doente não porque este fosse portador de um vírus que o levaria a um fim evidente, mas porque este foi associado imediatamente à sua escolha afetivo sexual.

Quando discriminamos sujeitos homoeróticos, é porque não aceitamos a ideia de que esses sujeitos possam amar e gozar com pessoas do mesmo sexo.

Quando pensamos em tomar as nossas diferenças como traços desqualificadores reais de uma chamada pretensa maioria, parece que estamos caminhando em um jogo tautológico sem fim, onde ser negro ou ser homossexual possa desqualificar ou desmerecer um sujeito em nossa sociedade. Mas, se tentarmos pautar as nossas idealidades na crença de que existe um outro igual a nós, indiferentes aos traços que tanto aprendemos através da história a desqualificar, além de tomarmos o nosso pertencimento a grupos como um modelo de comunidades ideais compostas de homens e mulheres que poderão pautar sua vida no desejo de solidariedade, conforme postula Rorty (1992, 1997), talvez tenhamos esperança de que essas diferenças possam nos tornar mais tolerantes e nos levar a reconhecer o outro como um de nós, entendendo esse nós” como um número cada vez maior de pessoas (CAMPELLO, 1995).

É justamente reconhecendo o outro como um de nós, em um número cada vez maior, indiferente às suas diferenças, que talvez possamos chegar a nos reconhecer mais como homens e mulheres do que como seres que só são reconhecidos pelos seus traços desqualificadores. Foi o que Rorty (1992) propôs com o seu ideal de auto-enriquecimento, que diz: não pergunte qual o meu verdadeiro eu, o que de essencial existe em mim; pergunte-me, reconhecendo como critério único o da ética, como homens e mulheres podem descrever a si mesmos, de modo que possam viver uma vida mais feliz e mais harmônica.

Segundo Costa (1994), o indivíduo que se descreve a partir desse ideal esforça-se por imaginar como novas descrições podem reorientar, de um modo mais satisfatório, aquilo que vive como insatisfação, mal-estar, medo, desespero, sofrimento ou simplesmente vontade de expandir a capacidade de ser feliz.

Na verdade, para que continuemos a caminhar frente à perspectiva de um futuro mais promissor, moral, ético, social etc., devemos aprender a respeitar nossas diferenças, de maneira mais justa e menos caótica.

4 ANÁLISE DE CASOS HOMOFÓBICOS

Estudante de 24 anos, em Caizeiras.

O estudante relatou em uma entrevista que, ao sair levar uns amigos para suas respectivas moradias, por volta das 2h00min da manhã, quando na volta para casa, foi chamado, e ao ir verificar o que era, homens o agrediram até chegar ao desmaio.

Documentário do Blog da Redação.

Homossexuais declaram que sempre se sentiram diferentes, e com isso, procuravam disfarçar e se esconder, pois achavam que se os pais descobrissem a opção sexual deles, os mesmos não os amariam mais. Eles eram agredidos tanto verbalmente quanto fisicamente, e tinham medo até de dialogar com as pessoas.

Relato da Viviane mãe de Douglas Igor Marques, jovem que levou um tiro no abdômen por militares homofóbicos, após a Parada Gay.

A mãe relatou que o filho não estava agindo de forma imprópria, estava apenas sentado conversando com outro rapaz. Os militares chegaram agindo violentamente, dizendo que iam matar todos, pois eram “uma raça imunda”, pediram os documentos de todos, e enquanto isso, iam agredindo eles. Um militar pediu para o filho ir embora e outro para esperar o “namoradinho” dele, que segundo um dos militares, não estava com os documentos. Os militares perguntaram se os pais tinham conhecimento sobre a opção sexual, e Douglas respondeu que sim, e ao ouvir a resposta, o militar deu um tiro nele, puxando-o ele pelo colarinho lhe agredindo com um chute e o mandou ir embora.

Douglas está com um “rombo” na barriga, e a mãe resolveu envolver toda a imprensa e a procurar testemunhas. A mãe diz que ama o filho do jeito que ele é e que ninguém vira homossexual e sim que as pessoas nascem homossexuais e que está difícil as pessoas serem livres. Ela questiona também que precisa ter uma lei específica para punição, para que acabe a violência. Ela pedi para que as pessoas se conscientizem, pois todos somos iguais.

Entrevista com Guilherme Rodrigues no Jornal Nacional

Guilherme relatou que foi em uma quarta-feira que sofreu a agressão. Ele parou no posto para ver o que um grupo de garotos iam fazer com um casal gay, e eles perceberam que ele também era homossexual e o agrediram também, onde lhe deram um soco na boca.

Quatro jovens foram indiciados por injúria e agressão. Ocorreram mais casos na Avenida Paulista além desse.

Depoimento da mãe de Alexandre Ivo

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