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MONOGRAFIA ABSENTEÍSMO ODONTOLÓGICOx QUALIDADE DE VIDA

Por:   •  17/9/2018  •  11.638 Palavras (47 Páginas)  •  259 Visualizações

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3.2 A promoção de saúde como fator fundamental para diminuir e/ou

prevenir o absenteísmo odontológico 25

4 DISCUSSÃO 37

5 CONCLUSÃO 47

6 REFERÊNCIAS 48

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1 INTRODUÇÃO

O absenteísmo é definido como sendo a ausência temporária do trabalho por motivo de doença. Além de afetar o lucro e a produção das empresas, o absenteísmo também gera horas extras, atrasos nos prazos, clientes descontentes e aumento da atividade dos outros funcionários que tem de dar a cobertura para o colega ausente. Porém, outro fenômeno tão significativo quanto, é o presenteismo que ocorre quando o trabalhador comparece ao trabalho, mas doente.

O absenteísmo é um fenômeno conhecido, não suficientemente estudado, especialmente o odontológico, e de difícil medição. É fácil medir o absenteísmo por falta ao trabalho e posterior desconto em folha, mas o que fica difícil medir é o absenteísmo de corpo presente, quando o trabalhador vai para o trabalho, mas não consegue executar suas tarefas diárias a contento devido à odontalgia (Midorikawa, 2001).

Existe ainda uma situação odontológica paradoxal no Brasil. Somos o país onde se concentra o maior número de profissionais de odontologia no mundo e uma população campeã em número de desdentados. Tal situação se deve a razões culturais, sócio- econômicas e políticas. Percebe-se, no entanto, que a odontologia avança - no campo tecnológico - a cada dia, buscando oferecer melhor qualidade de vida à população, mas esse avanço está restrito, basicamente, ao tratamento curativo, deixando muito a desejar na prevenção e promoção da saúde. Enquanto o indivíduo de países desenvolvidos busca uma qualidade de vida que não se restrinja a uma simples sobrevivência, o brasileiro ainda se contenta apenas com a solução imediata do seu problema que é o alívio da dor que o incomoda (Portillo & Paes, 2000). A prática odontológica hegemônica, caracterizada pela ênfase curativa e mutiladora, constitui a vivência concreta das pessoas com relação aos cuidados em saúde bucal (Bernd et al.,1992 apud Unfer & Saliba, 2000), mas por outro lado, há uma luz no fim do túnel. Em odontologia, áreas com foco puramente curativo estão em declínio na profissão (Lolli et al., 2011).

Essa preocupação quanto à prevenção, à melhora na qualidade de vida do trabalhador tende a diminuir o índice de absenteísmo, tanto pela ausência ao trabalho como também pelo presenteísmo. Analisar o absenteísmo odontológico, não apenas no que diz respeito ao elemento dental, mas dentro de um contexto mais generalizado no qual a qualidade de vida é essencial para obtenção de menores índices de tal fenômeno é o principal porquê deste estudo.

2 PROPOSIÇÃO

O objetivo do presente trabalho é, através de uma revisão de literatura, demonstrar a linha tênue que separa o absenteísmo, em especial o odontológico, da preocupante e crescente falta de qualidade de vida que aflige a população em geral, e em especial a classe trabalhadora.

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Absenteísmo odontológico: definição, causas e fatores relacionados

Hooper (1942) considerou que o resultado de seus estudos aponta para a necessidade de se perceber o impacto que a falta de higidez bucal tem, não apenas no absenteísmo nas indústrias americanas e consequentemente em sua economia, mas também na qualidade de vida do empregado de indústria. Ressaltou, ainda, que é imprescindível haver uma conjugação de forças entre a direção da indústria, o médico da indústria, o cirurgião-dentista privado e o próprio trabalhador para garantir a qualidade e continuidade do trabalho nesses locais. O autor destacou haver, naquela época, uma considerável deterioração dental generalizada entre os empregados de indústrias, doença essa que sofre a maior rejeição pela sociedade em geral, (um belo sorriso é sempre o cartão de visitas de qualquer indivíduo),principalmente após a Primeira Grande Guerra, tendo em vista que os padrões militares incluem uma saúde bucal impecável. Diante disso, essa questão tornou-se inclusive motivo de grande preocupação para o Estado. É a partir dessa explanação que Hooper começou a demonstrar o impacto das más condições bucais na vida do empregado. O autor apresentou resultados de pesquisas relacionadas à saúde bucal dos empregados de indústria e ressaltou que em uma grande rede de indústrias, foi constatado que mais de 95% de seus empregados apresentavam defeitos na arcada dentária e doenças na gengiva. Hooper relatou que maiores estudos sobre a prevalência de defeitos bucais estavam sendo realizados pelos profissionais da saúde das indústrias. Salientou, ainda, que estava ocorrendo um considerável aumento na atenção dada às doenças bucais quando da contratação de empregados pelas indústrias americanas e também no momento dos exames periódicos realizados nesses empregados. O autor ainda pontuou que, às vezes, a boa saúde bucal é colocada até mesmo como condição para um candidato preencher uma vaga em indústria no país.

Medeiros & Bijella (1970) atestaram que o cirurgião-dentista da indústria deverá ter preparo suficiente para reconhecer e tratar lesões orais provocadas por substâncias que se empregam nas indústrias, bem como, auxiliar a Medicina do Trabalho na investigação de doenças profissionais e ainda estar preparado para prestar socorro em acidentes envolvendo fratura mandibular e dental inerentes ao ofício de certo tipo de trabalhador industrial. O estudo preconiza que o atendimento odontológico deve ser realizado na própria empresa, a fim de promover o pronto restabelecimento do trabalhador, bem como de evitar perda de tempo no deslocamento do paciente. Afirmou que, para uma carga horária de 20 horas semanais, o profissional poderá atender uma demanda espontânea e urgências de um grupo formado por até 1.500 trabalhadores.

Quick & Lapertosa (1982) em seus estudos, concluiram que 1/3 das faltas ao trabalho em uma usina siderúrgica se davam por conta de gripes e resfriados e de acidentes fora da empresa. Os referidos autores consideraram o absenteísmo como um fenômeno multifatorial e que se trata de um termo antigo e originado do campo, tendo sido primeiramente aplicado a proprietários rurais

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