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DUODENO E FAMILIA

Por:   •  24/11/2017  •  5.859 Palavras (24 Páginas)  •  357 Visualizações

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Aspectos Morfológicos da Família Ancylostomidae

Os ancilostomideos são vermes muito parecidos entre si, no que se refere às dimensões, ciclo biológico, patogenia, epidemiologia, profilaxia e tratamento. Porém diferem- -se na morfologia da cavidade bucal, cujo número, forma e posição distinguem as diversas espécies. Os Necatorinae apresentam placas cortantes na cavidade bucal. Trata-se, pois, de um animal que suga o sangue de suas vítimas trazendo severas conseqüências, vive somente em casais e são dificilmente vistos nas fezes. O diagnóstico, demonstrado pelos pesquisadores italianos Grassi e Parona (1898), é feito observando os ovos nas fezes de indivíduos infectados. O Ancylostoma duodenale, macho e fêmea, são cilindróides, possuindo umas cápsulas bucais, reforçadas por quitina incluindo dois dentes fundidos.

A extremidade cefálica é curva dorsalmente dando ao animal um aspecto de gancho (como uma letra “C”). A cápsula bucal é oca, em forma de globo, existindo entre a boca e o esôfago pelo qual o verme prende-se à mucosa do intestino através de dois pares de lancetas. A diferença sexual é nítida, pois as fêmeas medem de 10-13 mm de comprimento por 0,5-0,7 de largura terminando em uma cauda pontiaguda obturada por um espinho sendo maior que os machos, esses últimos medem de 8-11 mm de comprimento por 0,4-0,5 de largura, possuem uma bolsa copuladora com a qual se prende à fêmea para fecundá-la. O aparelho digestivo se constitui por uma boca, esôfago e intestino. O esôfago, na fêmea, termina no ânus, situado na cauda, e no macho na cloaca, situada em uma bolsa copuladora aberta.

De acordo com De Carli (2001, p. 705) “ambos os sexos apresentam a cor róseo-avermelhada quando vivos, e após fixação são esbranquiçados”. Os genitais femininos são compostos por dois ovários, dois ovidutos e dois úteros, que unidos formam a vagina abrindo-se na vulva, localizada na porção média do corpo da fêmea. Os genitais masculinos são formados por um testículo, um canal deferente que se dilata em sua porção final para formar a vesícula seminal que é continuada pelo canal ejaculador abrindo-se na cloaca. Existem, também, órgãos auxiliares da cópula que, nos machos, consistem em dois espículos e uma bolsa copuladora bem desenvolvida.

A diferença entre os ovos do ancilostomídeos se faz pelas dimensões, contudo, na prática seria extremamente trabalhoso medir o número de ovos para chegar a um diagnóstico; portanto não é necessário especificar a espécie na qual pertencem, diagnosticando apenas como ovos de ancilostomídeos. A fêmea elimina seus ovos fertilizados diretamente no lúmen do intestino e eles aparecem nas fezes. Os ovos são elipsóides ou ovais e medem 60 por 40 micrômetros; a casca é transparente hialina, tão fina que lhe dá a aparência de um contorno linear, quando examinadas com baixo aumento. No interior da cápsula geralmente existem de duas a oito células que representam o embrião que está em fase de desenvolvimento; ocasionalmente pode-se observar um pequeno embrião móvel. Se as fezes são eliminadas no solo, os ovos amadurecem e uma forma de vide eclode. Os ancilostomídeos eliminam muitos ovos durante sua vida, cuja quantidade no Ancylostoma duodenale é estimada entre 20 a 30 mil ovos por dia, vivendo de seis a oito anos. Já o Necator americanus aproximadamente 10 mil ovos por dia, podendo viver até cinco anos.

Assim como o Ancylostoma dudenale o macho do Necator americanus é também menor que a fêmea medindo de 5 a 9 mm de comprimento por 0,3 de largura; bolsa copuladora fechada e bem desenvolvida com espículos fundindo-se no final distal. A fêmea mede de 9 -11 mm por 0,4 mm cuja cauda é delgada. Ambos adultos apresentam a extremidade cefálica recurvada dorsalmente em forma de uma letra “S”; as cápsulas bucais profunda possuem duas lâminas cortantes semilunares. Os espécimes são encontrados na cor róseo-avermelhada a fresco, e esbranquiçados após a fixação.

Ciclo Biológico

O ciclo evolutivo desses helmintos é dividido em cinco estádios de larvas das quais, depois dos ovos serem eliminados pelas fezes ao exterior e encontrando condições favoráveis de calor e umidade inicia a formação do embrião (L1), no interior do ovo e são eclodidos; durante o estádio de L2 as larvas já estão no meio ambiente, o esôfago é tipicamente rabditóide com dilatação nas extremidades e contrição na porção mediana cujo vestíbulo bucal é longo e o primórdio genital pouco desenvolvido e pouco visível. Em L3, a larva infectante possui esôfago filarióide (cilíndrico e retilíneo) mais curto e cauda pontiaguda apresentando uma bainha que é representada por uma membrana da larva do segundo estádio cuja função é a de proteger a larva de terceiro estádio, essa bainha se perderá no momento em que infecta o hospedeiro.

A infecção humana ocorre através da pele ou por via oral, no primeiro caso as larvas percorrem a corrente sanguínea até o coração onde em seguida passam aos pulmões, uma vez nos pulmões as lavas transformam-se em L4, migram pelas vias aéreas e são deglutidas chegando ao intestino delgado onde novamente se transformam em larvas L5 já com características de adultos. No segundo caso, as larvas são deglutidas por via oral e chegam diretamente ao intestino delgado sem percorrer os caminhos descritos anteriormente. De acordo com Rey (1972, p.518) “algumas experiências indicam que apenas 25% das larvas completam sua evolução”. A ancilostomose pode ser uma doença local (no intestino) e também sistêmica (em todo o organismo). Em consequência haverá uma causa primária que é representada pelos vermes, e uma secundária representada por uma deficiência nutricional acompanhado por fenômenos hematológicos e bioquímicos. Estes vermes provocam três tipos de agressão ao corpo humano: o primeiro tipo é a penetração e a migração das larvas. Já o segundo tipo é a retirada de sangue do hospedeiro, uma vez que o Necator americanus suga cerca de 0,06 ml de sangue por dia e o Ancylostoma dudenale retira de 0,15 a 0,30 ml de sangue por dia. É comum encontrar pacientes que albergam centenas de vermes das duas espécies. O terceiro tipo de lesão é a da mucosa intestinal provocando diversas úlceras que podem ser abandonadas para permitir um melhor posicionamento, entre os casais, durante a cópula provocando perda de sangue no lugar onde o animal se encontrava. A quantidade de vermes é muito importante na patogenia havendo uma correlação do parasitismo nos adultos: menos de 50 vermes é considerada uma infecção benigna; de 50 a 200 vermes já existe uma importância clínica podendo ocorrer anemia; entre 200

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