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Trabalho de práticas obstétricas: Infecção urinária e gravidez

Por:   •  15/5/2018  •  2.717 Palavras (11 Páginas)  •  274 Visualizações

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O tratamento pode ser feito por via oral e pode se estender por 7 dias, visto que a paciente é uma gestante. No entanto, existem controvérsias sobre duração do tratamento entre os especialistas, alguns recomendam o curso de apenas 3 dias.

Os antimicrobianos mais utilizados são:

* Cefuroxima 250 mg a cada oito horas;

*Norfloxin 400 mg a cada doze horas;

*Nitrofurantoína 100 mg a cada seis horas;

*Sulfametoxazol/Trimetoprim 320/1600 mg uma vez ao dia.

A Ampicilina e a Cefalexina vêm caindo em desuso devido às altas taxas de resistência bacteriana.

Em razão de seu efeito teratogênico, o uso de quinolonas em gestantes não é recomendado, a menos que a infecção ocorra por microrganismos resistentes. Nesses casos, podem ser utilizadas ciprofloxacina 250 mg duas vezes ao dia ou levofloxacina 250 mg duas vezes ao dia.

É obrigatório o acompanhamento contínuo após a terapia antibiótica para detectar a bacteriúria recorrente, através da realização de urinocultura a cada 4-6 semanas. É comprovado que cerca de 30% das pacientes diagnosticadas com BA apresentam recorrência, sendo tratadas de acordo com o antibiograma. Caso a paciente apresente Bacteriúria assintomática persistente, há necessidade de tratamento supressivo contínuo durante toda a gravidez, com nitrofurantoína, 100 mg em dose única após o jantar.

Bacteriúria sintomática:

URETRITE: A Uretrite pode ser definida como acometimento uretral por infecções bacterianas, virais, outros germes patogênicos e por ação traumática (corpos estranhos, sondas, dentre outros). Sendo os sintomas mais frequentes disúria e polaciúria,em alguns casos podem surgir urgência para urinar, corrimentos e até mesmo febre (sinal de gravidade), porém sendo esses menos frequentes. Na gravidez destacam-se casos de uretrite bacteriana, sendo que em muitos casos elas podem apresentar bacteiriúria não significativa. Por isso torna-se necessária uma correta e precisa análise correlacionando os achados clínicos e laboratoriais

Germes que habitualmente são encontrados na cavidade vaginal e que estão relacionados a algumas infecções genitais são os principais agentes etiológicos envolvidos nas uretrites. Dentre esses, alguns como a Chlamydia trachomatis e o Mycoplasma hominis não são detectáveis nos cultivos urinários de rotina, fato que dificulta o diagnóstico. Importante atentarmos para o fato de que apenas 20% dos pacientes sintomáticos apresentam urocultura com valores superiores a 105 colônias/mL. A uretrite também pode ser causada pela Nesseria gonorrheae, sendo este quadro chamado de uretrite gonocócica. Outro patógeno que pode estar relacionado aos casos de uretrite é a Escherichia coli, microrganismo encontrado no trato gastrointestinal, presente em regiões como reto e ânus. A proximidade física dessas regiões, bem como o formato anatômico do trato geniturinário da mulher, além de outros fatores anatomofisiologicos da gravidez pode facilitar a infecção por esse agente. Além dos agentes citados, muitos outros microrganismos que colonizam a região vaginal feminina são passíveis de causar uretrite na gravidez.

O diagnóstico deve levar em consideração tanto os achados da parte clínica quanto alguns achados laboratoriais. A anamnese bem feita é necessária, já que é preciso saber diferenciar muitas queixas típicas da gravidez com queixas de possíveis patologias. Também é importante como forma de triagem para mães que tenham maior risco de desenvolverem ITU. Além da anamnese e exame físico, é importante atentarmos para os exames laboratoriais, como a urina tipo 1 e a urocultura.Na parte laboratorial, o exame de urina tipo 1 pode apresentar resultados sugestivos, entretanto não conclusivo de infecção. Na realidade podemos observar por meio desse exame indícios de inflamação. Assim, achados como leucocitúria, hematúria, proteinúria e cilindros no sedimento urinário sugerem que algo está errado, causando inflamação. O exame padrão ouro para fechar a suspeita diagnóstica é a urocultura, é preciso lembar que na gravidez é importante pedir cultivos urinários além da rotina, já que sabemos que patógenos como a Chlamydia trachomatis e o Mycoplasma hominis não são detectados nos exames de rotina.

Outros exames podem ser pedidos, como hemograma, ureia e creatinina, porém, eles não apresentam tantas alterações normalmente, exceto em casos mais graves e disseminados.

O tratamento das uretrites por bactérias comunitárias pode ser feito com uma das três opções abaixo:

*Cefuroxima 250mg - 8/8h;

*Norfloxacin 400mg - 12/12h;

*Nitrofurantoína 100mg - 6/6h.

Nos casos de bactérias não comunitárias pode ser importante a realização de antibiograma para saber de qual germe se trata, além da melhor escolha para abordagem antimicrobiana.

CISTITE : É a inflamação superficial da mucosa vesical causada por infecção decorrente da penetração de bactérias .A cistite incide em 1% a 1,5% das gestantes. O diagnóstico baseia-se na confirmação laboratorial e deve ser suspeitado em qualquer gestante com sintomas irritativos do trato urinário inferior (disúria, polaciúria, urgência miccional, dor suprapúbica, hematúria macroscópica e urina concentrada e/ou de odor desagradável). Alguns sintomas de infecção são difíceis de caracterizar, a exemplo da disúria e polacíuria, que podem estar presentes na gestante sem infecção. Não há presença de febre, calafrios e outros sinais de disseminação .Podem ser realizados os teste de nitrito e de esterase. Alterações menos específicas como leucocitúria, hematúria, proteinúria e cilindros no sedimento urinário também sugerem o diagnóstico, mas podem representar somente a existência de inflamação do trato urinário.

A urocultura é o padrão-ouro para o diagnóstico laboratorial.O diagnóstico diferencial incluem: sintomas fisiológicos da gestação, na ausência de infecção; bacteriúria assintomática, na qual apesar dos sintomas ausentes, há confirmação laboratorial de bactérias na urina em quantidade anormal; disfunções miccionais que compartilham os mesmos sintomas, como a síndrome da bexiga hiperativa, síndrome da bexiga dolorosa e cistite intersticial; uretrites; e outras infecções vulvo-vaginais (candidíase, vaginose

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