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TCC - Neurocisticercose

Por:   •  1/5/2018  •  5.375 Palavras (22 Páginas)  •  282 Visualizações

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A doença é causada pela larva da Taenia Solium, um verme plano que normalmente mede entre 1,5 a 5 metros de comprimento. É constituído por uma cabeça ou escólex, um pescoço e pelo estróbilo. O escólex possui quatro ventosas e um rosto coroado por duas fileiras de ganchos, estas estruturas são as que fixam na mucosa do jejuno.

De uma forma geral, o ciclo da doença compreende os suínos como hospedeiros intermediário, infectados pela forma larvária, e o homem como hospedeiro definitivo da Taenia Solium. Nos suínos, o cisticerco apresenta distribuição aleatória predominando na musculatura estriada. Se ingerido pelo homem, sem a devida destruição no cozimento, o cisticerco pode desenvolver-se, resultando na forma adulta, a Taenia, que se aloja no seu intestino, passando a liberar proglótes com ovos. O ciclo se completa com a ingestão dos ovos pelo porco a partir da contaminação da água, solo, vegetação e alimentos. A neurocisticercose ocorre quando este ciclo natural do parasita é alterado, com a ingestão dos ovos pelo homem, que passa a ser hospedeiro intermediário, albergando a forma larvária. Uma particularidade importante é que, no caso do homem, ocorre uma localização preferencial no SNC, talvez pelo maior débito sanguíneo.

3.2 Ciclo Biológico da Taenia Solium

As taenias precisam de dois hospedeiros para completar o seu ciclo evolutivo, um é o homem, que é o único hospedeiro definitivo da taenia (único a possuir a fase adulta do verme), o outro hospedeiro é chamado de intermediário, pois nele só ocorre a fase larvar (cisticerco), que podem ser os suínos, bovinos, carneiros, etc. Ao comer carne crua ou mal passada dos suínos e bovinos, que contenha as larvas da taenia (cisticercos), o homem passa a desenvolver a doença chamada Teníase, também conhecida por "solitária", porque geralmente é causada somente por uma taenia. São conhecidos, porém, casos comprovados de até nove taenias localizadas no intestino do mesmo ser humano. Três meses após a ingestão do cisticerco, a taenia já localizada no intestino delgado do homem, começa a soltar anéis com ovos de seu corpo. Geralmente elimina de 5 a 6 anéis por semana, sendo que cada anel contem de 40 a 80 mil ovos. Os anéis podem sair com as fezes, ou se romper ainda dentro do intestino, liberando os ovos, que são da mesma forma eliminados durante a defecação. No meio ambiente, estes ovos, dependendo da temperatura e umidade, podem continuar vivos por até 300 dias. A taenia pode viver até 8 anos ou mais no intestino do homem, contaminando seguidamente o meio ambiente onde caírem as suas fezes. Se houver esgotos apropriados, o problema praticamente desaparece. Acentua-se, porém, se a defecação for em local inadequado (campo, hortas, lagos,etc.).

As fezes se ressecam com o sol, os ovos ficam mais leves que o pó e são levados pelo vento a grandes distâncias. Dessa forma contamina as pastagens, hortas ou rios e lagoas, cujas águas podem ser utilizadas para beber ou irrigar plantações. Somente a fervura ou cocção acima de 90º centígrados é capaz de inativar o ovo, que é resistente à maioria dos produtos químicos. O homem com teníase, pode se auto contaminar com os ovos, ao não fazer corretamente a higiene após evacuar e levar as mãos à boca, ou praticando o sexo oral, já que os ovos podem permanecer na região perianal. Depois de ingeridos, os ovos vão para o estômago e o intestino delgado, onde os sucos gástricos e pancreáticos dissolvem a sua camada superficial, liberando os embriões. Este se fixa nas vilosidades intestinais, onde permanecem por quatro dias.

A seguir, perfuram a parede intestinal e caem nos vasos sanguíneos, sendo distribuídos pelo corpo todo. A grande maioria se fixa no cérebro, causando a chamada Neurocisticercose.

4. Sintomas

Os sintomas dependem da localização, do número e do estágio de desenvolvimento dos cistos.

4.1 Fisiopatologia

Dois ou três dias após a ingestão dos ovos, as larvas abandonam o envoltório externo, invadem a mucosa e chegam aos vasos da parede intestinal, penetrando na corrente sanguínea, posteriormente arrastadas pela circulação. São levadas para diferentes pontos do organismo, mas de preferência no homem, o cisticerco localiza-se no globo ocular e no sistema nervoso. Uma vez instalado no sistema nervoso, forma-se em torno do cisticerco um processo inflamatório que pode comprometer as células nervosas vizinhas causando lesões. O cisticerco se encontra inteiramente formado após três meses, caso encontre condições favoráveis no organismo humano, tornando uma vesícula arredondada ou ovóide clara semitransparente, contendo no interior um líquido cristalino, quando essa membrana que envolve a vesícula se rompe, há liberação de substâncias tóxicas que produzem uma reação imuno alérgica, causando um processo inflamatório.

Fenômenos inflamatórios repetidos e exposição prolongada a antígenos parasitários podem ocasionar quebra de tolerância imunológica a antígenos do próprio sistema nervoso do hospedeiro. Deste fato resulta agressão secundária a estruturas nervosas, com diversos tipos de manifestações clínicas.

4.2 Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas dependem da localização e do número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento do cisticerco e da resposta imunológica do hospedeiro, normalmente apresentam sintomas neuropsíquicos (convulsões, distúrbio de comportamento, hipertensão intracraniana e ocular).

O cysticercuscellulosa localiza-se, com frequência, no tecido nervoso. Nesta sede, o embrião exacanto desenvolve o cisto em cerca de dois meses.

Os cistos intraparenquimatosos atingem o diâmetro de 15-20 mm; os intraventriculares podem juntar-se, formando a cisticercose. Em crianças encontram-se cistos que não ultrapassam 3 mm, constituindo a cisticercose miliar.

Lesões e manifestações clínicas variam conforme o número (de um a centenas), a evolução e a sede dos cistos. Os cistos podem estar aderentes a pia-máter ou flutuar livremente nas cisternas subaracnóides, onde podem bloquear as aberturas laterais e mediana do IV ventrículo, causando hidrocefalia. Aliás, entre os sinas e sintomas atribuídos diretamente á localização cerebral da cisticercose, os mais encontrados são os devidos à hipertensão intracraniana. O IV ventrículo é uma das sedes preferidas pela cisticercose, porque o acesso das oncosferas se faz através do LCR e, como atingem diâmetro maior

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