Os Vírus transmitidos por artrópodes

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Clínica

A mesma sintomatologia pode ser induzida por diferentes vírus e por outro lado, um mesmo vírus pode provocar respostas clínicas diferentes. De maneira geral, dividimos em 4 formas clínicas: doença febril, doença febril com exantemas, febre hemorrágica e encefalite.

Doença Febril

Observa-se nas doenças do grupo A – Alphavirus – Chikungunyia e nas do grupo B – Flavivirus – dengue (1 a 4), febre amarela, encefalite do oeste do Nilo e Zika.

O período de incubação varia de 3 a 8 dias com início súbito. Manifestações: Febre(40°C), calafrios, cefaleia (frontal, occipital com irradiação para a nuca/coluna ou generalizada), mialgias, artralgias, tonturas e fotofobia. Podem estar presentes: Dor retro ocular ou ao movimento dos olhos, dor epigástrica, congestão conjuntival, náuseas e vômitos. Frequentes: astenia e inapetência.

Possui duração de 3 a 7 dias mas a astenia dura por um período maior.

Recorrência – as crises de recorrência caracterizam-se pelo reaparecimentos dos sintomas da fase aguda ou de febre, mialgia, cefaleia e astenia podendo persistir por 2 a 3 semanas.

Doença Febril com Exantema

Possuem este quadro clínico: Dengue, Chikungunyia e Encefalite do Oeste do Nilo.

É característico da Chikungunyia, além da febre, observa-se em 80% dos pacientes exantema maculopapular no tronco e superfícies extensoras dos membros superiores e inferiores. Estão presentes também: artralgia de grande intensidade que podem durar até 4 meses após a cura. A virose apresenta um quadro bifásico com período febril de 1 a 3 dias e na segunda fase, o reaparecimento da febre e surgimento do exantema.

Febre Hemorrágica

Possuem este quadro clínico: Dengue, Febre Amarela e Chikungunyia.

Encefalites

Possuem esta clínica: Encefalite do Oeste do Nilo.

É a manifestação mais grave das arboviroses, podendo levar à morte ou às sequelas. O período de incubação oscila entre 5 a 15 dias. As transmitidas por mosquitos podem ocorrer uma fase prodrômica com manifestações sistêmicas mas em geral, o início é abrupto, com febre elevada, cefaleia, vômito, confusão mental e sonolência. Nos casos mais graves surgem delírios, convulsão, letargia, coma e óbito. Podem estar presentes: rigidez de nuca, tremores, nistagmo, espasticidade, fraqueza muscular e paralisia. Comuns em Crianças: Irritabilidade e agitação. Comuns em Adultos: letargia alternada ou não com delírios e coma. Óbito ocorre nos primeiros 10 dias da doença mas pode ocorrer após algumas semanas. A febre dura 3 a 10 dias e tem declínio gradual.

O líquor mostra pleocitose, podendo ser encontrado até mil células por mm³ com predomínio de polimorfonucleares na fase inicial, sobrevindo após uma linfocitose. O hemograma usualmente acusa leucocitose.

Diagnóstico Diferencial

O conhecimento da distribuição geográfica das doenças, epidemias e uma boa história clínica possibilita diferencia-las de outras entidades. O diagnóstico específico pode ser conseguido através de exames laboratoriais específicos.

Tratamento

A terapêutica é sintomática. Quadros febris – analgésicos e antitérmicos, para dores lancinantes se usa morfina. Quadros de Encefalites – repouso, uso de antitérmicos, analgésicos, antieméticos, anticonvulsivos e hidratação. Nos casos de mal prognóstico se recomenda o uso de corticoides.

Epidemiologia

Os arbovírus são mantidos por ciclos complexos que podem ocorrer em zonas rurais ou urbanas. Na dengue, temos a exceção de que o homem pode transmitir ao homem pela picada do Aedes aegypti ou Aedes albopictus. O número de casos está sujeito à mudança em decorrência de mudanças ambientais feitas pelo homem, assim criando epidemias. A associação de vertebrados e vetores em densidades críticas em um habitat favorável constitui fator fundamental para a persistência de um determinado arbovírus. O hospedeiro vertebrado necessita desenvolver viremia em título suficiente para infectar o vetor. Em regra, a viremia dura apenas alguns dias, sobrevém a imunidade e, por conseguinte, o vertebrado deixa de participar do ciclo, já o artrópode permanece toda sua vida.

A febre amarela