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Estudo de caso Doenças Cardiovasculares

Por:   •  2/7/2018  •  8.515 Palavras (35 Páginas)  •  253 Visualizações

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O Sobrepeso e a obesidade visceral são expressas pelo índice de massa corporal (IMC) e pelo perímetro da circunferência abdominal (CA) - O IMC ≥ 25 e ≥ 30 OB; o perímetro da CA > 88cm em homens e > 84cm em mulheres14,32. Sabe-se que 32% da população brasileira apresenta SOB (IMC≥ 25) e 8% OB (IMC≥ 30), com tendência ao crescimento destas prevalências, atingindo todos os extratos sociais, gêneros e grupos etários15,16. O SOB e a OB visceral constituem o principal fator predisponente de HA, resistência à insulina, DM2 e dislipidemia aterogênica [HDL-C (high-density lipoprotein) baixo e triglicérides (TG) alta], nas populações pediátrica e adulta17. Estes, quando agregados, no mínimo em três, constituem a síndrome metabólica (SM)18,19. A sua prevenção e tratamento é fundamental para manter a saúde (prevenção primordial) e diminuir a prevalência e incidência de DM2 e DCV (prevenção primária e secundária).

As dislipidemias ocorrem às custas de: aumento do colesterol [total e LDL-C (low-density lipoprotein)], aumento dos TG, ou de ambos, e/ou redução do HDLC, sendo classificadas em hipercolesterolemia ou hipertrigliceridemia isolada ou mista, na presença de ambas, ou de HDL-C baixo quando apenas esta fração se encontra diminuída20. Comumente, a diminuição do HDL-C ocorre em paralelo com a elevação dos TG, constituindo a chamada dislipidemia aterogênica. As dislipidemias constituem fator de risco causal maior de aterosclerose, mormente DAC. Assim, a sua identificação precoce e o controle são importantes para a prevenção primária e secundária da doença aterosclerótica. Devem ser pesquisadas obrigatoriamente em crianças, adolescentes e adultos com FR para DCV, e em adultos de baixo risco, como medida geral de saúde pública19.

O tabagismo é um dos maiores FR causais de DAC e aterosclerose das artérias dos membros inferiores (doença arterial periférica). Além disso, é o principal FR de câncer brônquico e de bexiga e principal causa de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)20. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres) sejam fumantes21.

O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição de atividade física. Para deixar de fazer parte do grupo dos sedentários o indivíduo precisa gastar no mínimo 2.200 calorias por semana em atividades físicas22. Estimativas globais da OMS indicam que a inatividade física é responsável por quase dois milhões de mortes, por 22% dos casos de DAC, e por 10% a 16% dos casos de DM223. A atividade física regular constitui medida auxiliar para o tratamento da DAC, no entanto o Brasil é um país sedentário, onde apenas 7,9% praticam exercício três ou mais vezes por semana24.

O consumo moderado de bebidas alcoólicas mostra correlação favorável com a morbidade e mortalidade das DCV25. Não é recomendável a indicação de bebidas alcoólicas para a prevenção de DCV, pelo risco de dependência, com consumo excessivo, expondo o indivíduo aos potenciais efeitos maléficos sociais e orgânicos7.

Os atuais anticoncepcionais orais têm pequenas doses de hormônios e os riscos de doenças cardiovasculares são praticamente nulos para a maioria das mulheres. Entretanto, fumantes, hipertensas ou diabéticas não devem usar anticoncepcionais orais por aumentar em muito o risco de doenças cardiovasculares. Existem outros fatores que são citados como podendo influenciar negativamente os fatores já expostos anteriormente. Por exemplo, estar constantemente sob tensão emocional (estresse) pode fazer com que uma pessoa coma mais, fume mais e tenha a sua pressão elevada. Certos medicamentos podem ter efeitos semelhantes, por exemplo, a cortisona, os antiinflamatórios e os hormônios sexuais masculinos e seus derivados3.

O Brasil, apesar do produto interno bruto (PIB) elevado, ainda mostra intensas desigualdades sociais, com mais de um terço da população na pobreza. Contingente maior, porém, tem dificuldades relativas ao acesso à educação, serviços de saúde e saneamento sendo privado dos direitos básicos de cidadania26. As condições de moradia e de educação, acesso à alimentação com base em frutas, legumes e verduras, o lazer, a inclusão social, os cuidados básicos de saúde, todos são aspectos influentes na determinação das DCV27 O estresse psicológico configura-se, também, como FR cardiovascular, a curto, médio e longo prazo, facilitando o progresso da aterosclerose ou o surgimento das suas complicações28. Os fatores emocionais são inerentes ao comportamento do indivíduo e podem ser representados pela depressão, ansiedade, hostilidade, e raiva. Já o estresse crônico se relaciona a fatores externos, tais como baixo padrão socioeconômico, problemas financeiros, estresse no trabalho e problemas familiares29.

É bastante evidente a interferência dos processos psicossociais na promoção da saúde. Não basta apenas identificar os FR para DAC e estratificar o risco individual, é necessário compreender, que relações se estabelecem entre o adoecer, sua história de vida, seu modo de viver e esses fatores30,31. Nesse contexto, um grande desafio para a diminuição da alta morbidade e mortalidade por DCV é aumentar a adesão ao tratamento e modificar o estilo de vida.

DOENÇAS DO CORAÇÃO E DA AORTA

As principais doenças do coração são os defeitos orovalvares adquiridos, as anomalias congênitas, a angina do peito, o infarto do miocárdio, as miocardites agudas, as endocardites, o prolapso mitral, as pericardites, o cor pulmonale, a cardiopatia hipertensiva e as neoplasias do coração.

A síndrome de insuficiência cardíaca, caracteriza-se por uma congestão venosa pulmonar e/ou sistêmica associada a um débito cardíaco diminuído, sendo possível considerar separadamente a insuficiência ventricular esquerda e a insuficiência ventricular direita. A sequência de fenômenos que podem culminar na insuficiência cardíaca tem início quando há desproporção entre a carga hemodinâmica e a capacidade miocárdica. Dentro de certos limites, o organismo lança mão de mecanismos compensadores, entre os quais se destacam o aumento da frequência cardíaca, a dilatação ventricular e a hipertrofia das fibras miocárdicas, capazes de manter a perfusão celular em níveis adequados. Ultrapassada a capacidade de compensação, eclode o quadro de insuficiência cardíaca. Os sinais e sintomas de insuficiência cardíaca compreendem dois grupos diferentes: os atribuíveis ao próprio coração, tais como a taquicardia, e os extracardíacos que compreendem a dispnéia, a tosse, a cianose, a expectoração

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