PRINCIPAIS ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM CÃES POSITIVOS PARA PARVOVIROSE EM TESTES RÁPIDOS (ELISA E IMUNOCROMATOGRÁFICO)
Por: Rodrigo.Claudino • 23/6/2018 • 1.962 Palavras (8 Páginas) • 401 Visualizações
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4 REVISÃO DA LITERATURA
O Parvovírus canino é um vírus de disseminação cosmopolita, pequeno (de vinte a vinte e cinco nanômetros), formado por uma única cadeia de DNA, de simetria icosaédrica, não envelopado e que provavelmente todos os canídeos são suscetíveis a ele (OLIVEIRA et al., 2009). O Parvovírus canino tipo 2 é a causa primária de infecções intestinais e sistêmicas em cães até 6 meses de idade. Nos últimos 20 anos o vírus sofreu alterações genéticas nos cães, desenvolvendo novas variantes. Em 1980 foi descoberto o CPV- 2a e em 1984 uma outra variante foi encontrada, a CPV- 2b. Estas variações foram adaptações genéticas que possibilitaram ao vírus uma maior eficácia em sua replicação e sua disseminação. O CPV- 2 é extremamente estável e resistente a influencias do meio, podendo ficar inativo em objetos, roupas, pisos, por mais de 5 meses. Nos Estados Unidos o CPV- 2b substituiu fortemente antigas variantes isoladas ao passo que na Europa tanto o CPV- 2a e o CPV- 2b predominam (ETTINGER et al., 2000). No Brasil o CPV- 2b é o mais encontrado(ANDRADE, 2008).
Vacinas produzidas com CPV- 2b protegem infecções contra as duas cepas do Parvovírus Canino (ANDRADE, 2008).
O período de viremia após a ingestão do vírus é de dois a quatro dias, crescendo com maior intensidade nos tecidos linfáticos. Esta infecção é acompanhada de linfopenia. Em seguida teremos uma infecção intestinal e os sinais clínicos. No terceiro dia pós-infecção teremos o acometimento de células da cripta do intestino delgado, isto precede a eliminação viral pelas fezes que acontecerá entre o terceiro e o quarto dia, alcançando seu pico máximo quando os primeiros sinais clínicos acontecerem. Entre o oitavo e o décimo segundo dia o vírus para de ser eliminado em quantidades detectáveis (TILLEY et al., 2003).
O receptor primário do vírus da Parvovirose é a transferina(TfR). A TfR é expressa de forma acentuada nas células em divisão celular ativa. Isto faz com que haja uma necessidade do vírus por células mitóticamente ativas(VIEIRA, 2011).
Após a ligação das partículas víricas na superfície da célula o vírus é internalizado para o citoplasma através de vesículas revestidas por clatrina, entrando em contato com os endossomos que irão liberar cápsides para o citoplasma. O vírus utiliza os microtubulos para o citosol em direção ao núcleo. As cápsides são capazes de entrar no núcleo pelo complexo poro nuclear intactas. Como este vírus não possui recursos para transcrição autônoma ele necessita que a célula hospedeira esteja em fase S do ciclo de divisão celular para usar suas vias de síntese(VIEIRA, 2011).
A leucopenia é um achado hematológico que usualmente é proporcional a severidade da doença (ETTINGER et al., 2000). Em alguns casos é observada anemia, como consequência da perda de sangue nas fezes. Leucocitose e leucopenia foram identificadas até os cinco primeiros dias de infecção (OLIVEIRA, 2007).
Com a destruição dos tecidos linfáticos e dos mieloblastos podemos encontrar panleucopenia aguda. Há relatos de neutrofilia, monocitopenia e de trombocitopenia dependendo do grau de severidade da doença instalada (FRAZÃO, 2008). Recentemente uma pesquisa realizada em Patos, PB, mostra que a leucopenia, bem como a trombocitopenia, foi um achado consistente encontrado no hemograma dos pacientes acometidos(MENDES, 2011).
5 METODOLOGIA
Relatar as alterações hematológicas de 11 cães com resultados positivos para Parvovírus Canino. Os exames para Parvovírus canino foram realizados por meio de amostras de fezes ou swab retal em testes rápidos pelo método de ELISA e de Imunocromatografia.
O kit utilizado para detecção de antígeno do Parvovírus canino pelo método de ELISA foi o da IDEXX® SNAP Parvo e o kit utilizado para detecção qualitativa do antígeno do vírus da Parvovirose pelo método de imunocromatografia foi o Bioeasy® ANIGEN RAPID CPV/CCV Ag TEST BIOEASY.
O Anigen Rapid CPV/CCV Ag Test Kit detecta qualitativamente o antígeno do vírus da Parvovirose e da Coronavirose canina em amostras de fezes ou swab retal pelo método Imunocromatográfico.
O teste apresenta as letras T e C como linhas de controle e de teste na sua superfície. As linhas de controle são invisíveis antes da aplicação das amostras. Estas linhas devem aparecer sempre que o procedimento do teste estiver correto e se os reagentes das linhas de controle estiverem funcionando. Uma linha roxa aparecerá na janela de resultado se o antígeno estiver presente na amostra.
Para fazer o teste é necessário coletar fezes ou friccionar a área anal com o swab próprio do kit. Inserir o swab em um tubo contendo diluente tampão, agita-se o swab por 10 segundos na parede do tubo, aguarda-se a sedimentação das partículas, remove-se o dispositivo de teste da embalagem de alumínio e o qual deve ser colocado em uma superfície plana, seca e limpa. Coleta-se a solução amostra + diluente utilizando-se um conta gotas. Adiciona-se quatro gotas da amostra + diluente, vagarosamente, nos orifícios do cassete. Observa-se uma cor rosa movendo-se através da janela de resultado no centro do dispositivo de teste. Interpreta-se o resultado entre cinco e dez minutos.
O kit SNAP Antigeno do Parvovírus Canino detecta, pelo teste imunoenzimático rápido, o antígeno proteico da superfície do Parvovírus canino nas fezes.
Para recolher uma amostra de fezes utiliza-se uma zaragatoa, desacopla-se o tubo com a ampola do swab e com a ponta do swab recolhe-se uma amostra fecal, retirando o excesso de fezes. Em seguida acopla-se os dois lados novamente. Quebra-se a válvula púrpura existente no interior da ampola, direcionando-a também para o lado oposto. Aperta-se a ampola de reagente três vezes e mistura-se. Coloca-se o SNAP em uma superfície plana e goteja-se cinco gotas do fluido a zaragatoa, como se a ampola fosse uma pipeta. Quando a cor azul aparecer no primeiro circulo de ativação, empurra-se o ativador com firmeza até ficar paralelo a base do SNAP.
O resultado deverá ser avaliado pela coloração de cada círculo de ativação, comparando a intensidade da cor do círculo da amostra com a do círculo de controle negativo.
No momento da consulta ambulatorial foram colhidos 2 mL de sangue, pelos Médicos Veterinários do Centro Médico Veterinário Vetsan, mediante punção da veia jugular, armazenados com anticoagulante etilenodiaminotetracético (EDTA) . As amostras foram devidamente identificadas e conduzidas ao Labsan Laboratório Clinico
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