Estudo de Caso - Lupus Eritematoso Sistêmico

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o papel do glicocorticoide foi na redução da exsudação de líquidos, que não ocorre já que os eicosanoides, que promovem aumento da permeabilidade vascular com consequente saída de líquido, não estão presentes.

Dentre os possíveis efeitos colaterais do anti-inflamatórios esteroidais, está a supressão do eixo HHSR (Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal) em caso do uso farmacológico de doses suprafisiológicas de glicocorticoides. Além disso, pode ocorrer anormalidades hiroeletrolíticas, hipertensão, hiperglicemia, aumento da suscetibilidade à infecções, miopatias, transtornos de comportamento e alterações metabólicas de maneira geral. A maioria desses efeitos pode ser encontrado na síndrome de Cushing, quadro clássico e também desenvolvido nessa paciente. Ela consiste em adelgaçamento da pele, membros superiores e inferiores finos, aparecimento de equimoses, aumento do tecido adiposo na região dorsal do pescoço e na face (“face da lua cheia”), além dos outros sintomas já descritos.

As estratégias terapêuticas para evitar esses efeitos adversos são a redução gradual da dose do medicamento, que começa com uma dosagem alta, no caso de doenças graves ou potencialmente fatais, visando controle rápido da crise. Não deve ser feita interrupção abrupta do tratamento com glicocorticoides, pois pode ocasionar insuficiência suprarrenal, que pode ser fatal. Levar em conta o horário de administração do medicamento e possíveis interações medicamentosas que potencializam ou diminuem os efeitos do anti-inflamatório em questão também é um ponto importante.

A conduta terapêutica neste caso foi adequada, visto que a prednisona tem potência anti-inflamatória considerável, tempo de duração da ação intermediário (12-36h) e, como a paciente foi demonstrando evolução no quadro, não foi necessário manter dosagens mais altas. A redução da dose evita maiores efeitos colaterais ao passo que mantem o efeito terapêutico necessário.