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Epidemiologia: Leptospira

Por:   •  19/12/2017  •  1.489 Palavras (6 Páginas)  •  326 Visualizações

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O período de incubação é de uma a duas semanas, podendo variar de 2 a 30 dias. Tipicamente a doença apresenta um caráter bifásico, mas a distinção entre a primeira e a segunda fase nem sempre é tão evidente. A primeira fase, ou fase de bacteremia, corresponde à disseminação das bactérias no sangue e em outros líquido corporais, e dura de 4 a 7 dias. A segunda fase, ou fase imune, inicia-se com o aparecimento de anticorpos, tem duração de aproximadamente 10 q 30 dias e as bactérias são eliminadas na urina de forma intermitente.

Forma anictérica- O inicio é quase sempre súbito, com febre alta e contínua com calafrios. Há cefaléia intensa e constante algumas vezes com fotofobia(sensação de sensibilidade ou aversão a qualquer tipo de luz, caracterizada por ofuscamento, lacrimejamento e vermelhidão ocular). Dor abdominal, diarréia, náuseas e vômitos são freqüentes e podem levar à desidratação. O comprometimento pulmonar manifesta-se através de tosse, dor torácica e, em poucos casos, com hemoptise(expulsão sanguínea ou sanguinolenta através da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória.)

Forma ictérica-Leptospirose grave, leptospirose ictero-hemorrágica ou síndrome de Weil. A síndrome de Weil é caracterizada por icterícia, insuficiência renal, distúrbios hemorrágicos e alta mortalidade.

A insuficiência renal corre geralmente durante a segunda semana de doença. Hipovolemia e perfusão sanguinea renal diminuída contribuem para o desenvolvimento de necrose tubular aguda com oligúria ou anúria.

O compromeimento pulmonar é comum, resultando em tosse, dispnéia, dor torácica, hemoptise e ate insuficiência respiratória.As manifestações hemorrágicas mais comumente observadas são epistaxe (sangramento nasal),petéquias (pequeno ponto vermelho no corpo), púrpuras (manchas roxas), equimoses (mancha escura ou azulada na pele). Mais raramente encontram-se hemorragias gastrintestinais e subaracnóidea( sangramento no espaço entre o cérebro e a camada que o rodeia).

RaRabdomiólise, hemólse, miocardite, percardite, insuficiência cardíaca congestiva, choque cardiogênico e insuficiência de múltiplos órgãos têm sido descritos durante o curso da leptospirose grave.

Sinais e sintomas da doença

A doença pode ser assintomática. Quando se instalam, os sintomas são febre alta que começa de repente, mal-estar, dor muscular especialmente na panturrilha, de cabeça e no tórax, olhos vermelhos, tosse, cansaço, calafrios , náuseas, diarréia, desidratação, manchas vermelhas no corpo, meningite.

A leptospirose é autolimitada, costuma evoluir bem e os sintomas regridem depois de três ou quatro dias.Essa melhora pode ser transitória. Ictericia, hemorragias, complicações renais,e coma são sinais da forma grave da doença.

Tratamento

A conduta terapêutica depende da gravidade do caso. A hidratação deve ser indicada para todos os pacientes, considerando que febre alta, anorexia e vômitos resultam em algum grau de desidratação.

Casos graves com alteração do nível de consciência, presença de hemorragias, miocardite e choque, haaverá necessidade de executar procedimentos de reposição rápida da volemia, inclusive através de acesso venoso profundo, seja por punção ou dissecção venosa se for o caso. A reposição de potássio é importante devido á hipocalemia, presente até mesmo em pacientes oligúricos.

Diálise peritoneal ou hemodiálise são indicadas nos casos selecionados que cursam com insuficiência renal.

A maioria dos pacientes recupera-se completamente. A mortalidade é mais alta em pacientes mais velhos.

Prevenção

Meio ambiente: Diferentes estratégias podem ser necessárias para controlar populações de roedores e diminuir o risco em situações distintas. Não há duvidas de que a redução das populações de roedores em áreas urbanas resulta em redução no numero de casos humanos. Medidas de saneamento básico também são efetivas. O uso dos equipamentos de proteção individual , é recomendado para grupos de risco ocupacional como trabalhadores de esgoto. Processos de desinfecção podem ser aplicados a pequenas áreas , mas não são praticáveis em grandes áreas, lagos ou rios.

Profilaxia: Os tratamentos com antibióticos podem ser indicados para indivíduos ou grupos expostos ao risco por períodos curtos e deve ser iniciado imediatamente após a exposição. O uso de antibióticos para o tratamento em massa não é recomendado.

Vacinas: A variedade de sorovares dificulta a obtenção de uma vacina única para prevenir a doença humana em regiões distintas. Vacinas contra cepas locais para grupos de risco são utilizadas em alguns países, estando disponíveis em estoques estratégicos com quantidades limitadas. A proteção é de curta duração e há efeitos colaterais indesejáveis.

Conclusão

Enquanto nos países desenvolvidos a leptospirose é considerada uma patologia reemergente e ocupacional, a mesma constitui um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, que carecem da estrutura sanitária básica. A ineficácia ou inexistência de rede de esgoto e drenagem de águas pluviais e a coleta de lixo inadequada

são condições favoráveis à alta endemicidade e a ocorrência de epidemias.

No Brasil, a doença apresenta-se de forma endêmica, sendo notificados cerca de 10.000 casos de leptospirose humana anualmente, durante o período de elevados índices de precipitações pluviométricas,

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