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Trabalho de situações cirúrgicas

Por:   •  17/12/2018  •  5.177 Palavras (21 Páginas)  •  309 Visualizações

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A paciente estudada D. R. O., sexo feminino, 74 anos. Conta com uma úlcera péptica duodenal, com esteanose pilórica. Foi realizado procedimento cirúrgico de Antrectomia, somado a reanastomose de gastroduedonostomia.

A paciente se encontrava internada na Clínica Cirúrgica para receber terapia nutricional e antibioticoterapia, antes da realização da cirurgia, estando sob cuidados da equipe multiprofissional de saúde do HUB.

- IDENTIFICAÇÃO DA PACIENTE

A paciente estudada D. R. O., sexo feminino, 74 anos. Internada pois demonstrava subnutrição, apresentando no início da internação, massa corporal de 35 kg. Devido a terapia nutricional parenteral com dieta oral, após 15 dias já apresentava aumento do peso que passou a ser 38,8 kg. Têm 1,64 de altura. Com IMC de 14,4, ainda abaixo do peso normal. É casada, reside em São Sebastião-DF, porém sua família é de São Miguel de Palmas-PA. Têm amostra reagente para HIV1, o qual o responsável viria a ser o marido, segundo ela.

- HISTÓRIA DA DOENÇA

A paciente foi internada no dia 03/09/17, ás 08:40. Em sua admissão, paciente refere que há 10 anos iniciou quadro de Epigastralgia em queimação, associada á emagrecimento e vômitos. Na época procurou atendimento médico e realizou EDA-Endoscopia Digestiva Alta (Exame de investigação de doenças do esôfago, estômago e duodeno), que evidenciou úlcera gástrica e duodenal com pesquisa para H. pylori positiva. Fez tratamento com antibioticoterapia e inibidor de bomba, resolvendo o quadro. Também relata que há 1 ano passou a apresentar epigastralgia diária, em queimação, de leve intensidade, sem irradiação, com piora ao jejum e melhora com chás caseiros, porém com perda ponderal de 10 kg com a evolução do quadro. Negou náuseas, vômitos, alteração do ritmo intestinal e sangramentos.

O diagnóstico da internação, viria a ser devido a retrovirose. No dia 10/09, o parecer da dermatologista foi herpes simples disseminada. úlcera péptica e estenose pilórica. Desnutrição. Faz uso de fraldas, refere diurese e evacuação preservadas.

- EXAMES CLÍNICOS E LABORATORIAIS

Foi realizado no dia 15/09 exame de Raio-X pois estava com sinais de pneumonia.

Dia 19/09 foi solicitado fundoscopia, CD4 e CV + HMC para fungos e microbactérias. TC de tórax com contraste para nódulos hepáticos. E DHL.

Tendo no dia 20/09 os resultados para úlcera péptica duodenal, estenose pilórica, 16º DIH, Pneumonia, e retrovirose. Exame dermatológico, apresenta Herpes simples disseminado.

- EXAME FÍSICO

No dia 19/09 foi realizado alguns exames: Exame de regular (REG), que aponta emagrecimento, cianótica, anictérica, hipocorada (1+/4+), hidratada;

Pele: Crostas em face, tronco e membros, secundárias a processo vesico-bolhoso prévio.

AR-(MVF) Motricidade voluntária funcional presente e simétrico, crepitações em ambas as bases. RCR- sem sopros. Abdomêm: Plano, flácido, sem visceromegalias. FC: 88 bpm, PA: 120 x 80mmHg, FR 20, Sat 95%

Extremidades: Bem perfundidas, sem sinais de Trombose venosa profunda (TVP), edema em pé direito, aquecido, com presença de varizes.

- LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DAS DOENÇAS

A úlcera péptica é uma escavação que se forma na parede da mucosa do estômago, no duodeno (primeira parte do intestino delgado). A erosão de uma área circunscrita de mucosa é a causa. Essa erosão pode estender-se profundamente, até as camadas musculares ou através do músculo até o peritônio. Em geral ocorrem isoladamente, mas podem ser múltiplas. A doença ulcerosa péptica ocorre na maior frequência em indivíduos entre 40 e 60 anos de idade. Depois da menopausa, a incidência nas mulheres torna-se quase igual á dos homens. No passado acreditava-se que as úlceras eram causadas por estresse e ansiedade, porém com as pesquisas hodiernas, comprovou-se que resultam da infecção pela bactéria gram-negativa H. pylori, que pode ser adquirida através da ingestão de alimentos e água. A transmissão interpessoal também acontece através do contato íntimo e exposição ao vômito. Além disso, a secreção excessiva de HCL no estômago pode contribuir para a formação de ulceras pépticas, e o estresse pode estar associado a sua secreção aumentada. (BRUNNER, 2011)

A doença ulcerosa péptica ocorre predominantemente no estômago e na parte proximal do duodeno. É definida como uma deterioração da mucosa secundária à secreção de pepsina e à secreção ácida gástrica. As úlceras crónicas podem ser assintomáticas, particularmente no caso de utilizadores de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), em que a hemorragia e a perfuração da úlcera podem representar as primeiras manifestações da doença. (GONÇALVES, 2012)

Muitas evidências implicam o H. pylori como principal causa de doença ulcerosa duodenal. Esse bacilo curvo gram-negativo microaerofílico pode ser encontrado colonizando placas de metaplasia gástrica no interior do duodeno em 90% dos pacientes com essa doença. Os bacilos mantêm-se sobre a superfície da mucosa sem invadi-la; supõe-se que deixem o duodeno mais vulnerável aos efeitos deletérios do ácido e da pepsina por meio da liberação de uréase ou outras toxinas.

A epidemiologia da doença ulcerosa péptica reflete a prevalência da infecção por H. pylori nas diferentes populações. Nas áreas do planeta em que a úlcera péptica é incomum a infecção em humanos é rara. A doença ulcerosa duodenal passou a ter importância clínica na sociedade ocidental apenas desde o fim do século XIX. A incidência chegou ao pico há 35 anos e então declinou para atingir o platô mais baixo há poucos anos. Supõe-se que essas alterações sejam explicadas por variações na infecção por H. pylori resultantes de fatores de saúde pública. Em países como os Estados Unidos, a distribuição do H. pylori se explica pela teoria da transmissão fecal-oral. A prevalência da infecção é maior em grupos socioeconômicos menos favorecidos. É interessante observar que apenas a minoria dos indiviuod infectados desenvolve ulcera. O H. pylori também tem papel importante na etiologia das ulceras gástricas, sendo 10% das ulceras que não estão associadas á infecção por helicobacter, são causados por anti-inflamatórios não esteroides e outros agentes. (DOHERTY M, 2017)

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