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Argumentação em busca de um conceito

Por:   •  29/4/2022  •  Resenha  •  1.265 Palavras (6 Páginas)  •  591 Visualizações

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RESUMO: ARGUMENTAÇÃO: EM BUSCA DE UM CONCEITO

Pierre Alexandre Vieira Rodrigues

O artigo trata-se de uma reflexão sobre como a argumentação sempre foi entendida como uma parte de sistemas retóricos e dialélitcos até o final do século 19. A autora inicia fazendo um retrospecto a cerca da argumentação e a forma como a mesma era utlizada desde esse período até o início década de 50. De acordo com o autora a partir desse período, começou a haver um interesse pelas técnicas da persuação e desta forma, surgiu um pensamento mais “autonomo” sobre a argumentação. Essa mudança de entendimento vem de encontro com os eventos políticos e socias da época como a guerra fria. As divergências de opiniões da época corroboram para o uso da argumentação nas discussões políticas e desta forma a argumentação se torna prática essencial na sociedade como forma de exercício de poder da palavra. Possuindo até mesmo mais relevância e significado do que a força física segundo a autora. Esse contexto histórico e ideológico em que os estudos da argumentação foram construídos foi muito importante para o entendimento da argumentação nos dias de hoje. De acordo com a autora o período pós-guerra se caracterizou em um “divisor de águas” para os estudos da argumentação.

O retorno da argumentação para o foco das reflexões nas ciencias humanas trouxe de acordo com o artigo uma retomada de conceitos aristotélicos sobre a retórica clássica. Esse evento trouxe o surgimento de diferentes formas de abordagens teóricas como os estudos no campo da psicossociologia que visa estudar as práticas da linguagem moderna; produção e divulgação de discursos persuasivos de caráter político e publicitário, e tantos outros trabalhos de ordem filosófica, lógica, linguistica, entre outros. Com base na exposição deste contexto histórico político-social, os autores terminam suas considerações chamando a atenção para os estudos lógico filosóficos e lógico-linguísticos desenvolvidos por autores como Perelman, Olbrechts-Tyteca, Anscombre, Ducrot,e Vignaux e faz uma reflexão separada de cada um deles nas seções seguintes.

A autora em seguida inicia um capítulo no artigo trazendo as perspectivas de Anscombre e Ducrto sobre a teoria da argumentação no campo da retórica e da linguística. Para a autora, refere que por volta da década de 1970 foi reformulada e ainda nos dias de hoje é considerada inovadora. Na “teoria da argumentação na língua”, de Anscombre a argumentação não é composta apenas de construções retóricas, técnicas e figuras. Para Anscombre e Ducrot a argumentação é formada por sua própria estrutura linguística. Os autores aceitam a hipótese de que a argumentação está inscrita, estruturamente na língua, ou seja, que os “processos argumentativos em um discurso está ligado à estrutura dos enunciados e não somente às informações que são transmitidas”.  A autora chama a atenção também para a corrente estruturalista e a sua influencia no deslocamento do entendimento da argumentação naquele período. Para a autora, na perspectiva linguística a atividade argumentativa é entendida como “coexistente” a atividade de fala. O indivídio ao falar já está argumentando. Outro fato que deve ser destacado é que o estudo normativo que era valido nas teorias anteriores à teoria da argumentação, deu lugar à uma prática descritiva da argumentação. Esta prática foi fundamentada em um novo quadro teorico-metodologico, colocado no domínio dos estudos semânticos. De acordo com a autora, os enunciados também passaram a ter um papel muito importante na intenção argumentativa. Isso se deve porque o enunciado faz parte dessa influência que a autora denomina de força argumentativa. Ao exemplo proposto, “significar” para um enuunciado é “orientar”. Dessa forma, a linguagem, a medida que contribui para determinar o sentido dos enunciados, contribui para a argumentação.

A autora enfatiza também que a teoria da argumentação na língua, passou por muitas adaptações e mudanças ao longo do tempo. Um exemplo salientado pela autora é o uso dos operadores argumentativos. Eram atribuídos à eles a função de encadeamento de um argumento do discurso e sua relação argumentativa era vista de forma binária. Contudo, Anscombre e Ducrot perceberam que em um mesmo discurso argumentativo, pode haver conclusões divergentes dos objetos de argumentação. Isso fez com que os operadores argumentativos fossem reformulados e a relação argumentativa passou a ser representada como tripla (E/NÃO/OU). Caracterizou-se desta forma a teoria dos topos. De acordo com Anscombre e Ducrot, o topos, considerado um princípio argumentativo, possui algumas características como ser universal, podendo então ser compartilhado por uma comunidade linguística em que haja minimamente um locutor e um alocutário; é geral, pois é possível ser aplicado à imumeras situações; e é gradual pois estabelece uma relação gradual entre duas escalas argumentativas. Em versões mais atuais da teoria da argumentação na língua, a autora reforça que alguns autores adeptos dessa teoria parecem deixar de lado o conceito de topos e passaram a se interessar pelo conceito de “bloco semântico” que poder ser definido como um único objeto semântico que se desenvolve de forma gradual na argumentação. A autora esclare ainda que apesar de todas essas mudanças, a teoria da argumentação na língua de Anbscombre e Ducrot tem uma importância inestimável. Ao longo do tempo as diferentes versões dessa teoria continua sustentando a sua idéia central de que a argumentação está presente no sistema de língua e trata-se do elemento principal para dar sentido aos enunciados de forma geral.

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