A enfermagem e o processo do envelhecimento

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- Desenvolvimento

- População idosa e o crescimento populacional

No Brasil é considerado idoso o indivíduo que possui 60 anos ou mais, segundo o Estatuto do Idoso 2003, e essa população vem ganhando destaque devido o aumento populacional, que segundo o IBGE, no Brasil, no ano de 2011 era de 20.5 milhões, e existem pesquisam que indicam que em 2020 a população idosa será de 30.9 milhões. (berlindes).

O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da esperança de vida. Esse aumento populacional começou a surgir em decorrência da diminuição da mortalidade, após a revolução industrial, e os fatores determinantes foram o progresso de estratégias de produção e distribuição de alimentos, melhora das condições sanitárias e de habitação e os programas de saúde pública e de erradicação de doenças. Também houve queda da mortalidade com o desenvolvimento de antibióticos e imunizações.

No início do século XX a expectativa de vida era de aproximadamente 45 anos, raramente alcançava-se 60 anos, porém alguns estudos já indicam que no ranking mundial dos países com maiores populações de idosos, o Brasil deverá passar de décima sexta colocação em 1960, para a sétima colocação em 2025. Entre os anos de 2000 e 2020 a proporção de idosos com 65 anos ou mais passará de 5% para 10%. E em 2050, 38 milhões de brasileiros ou 18% da população terão mais de 65 anos. Chaimowicz, F.2013.

Portanto são necessárias demandas sociais, políticas públicas efetivas que visem agregá-los na sociedade, respeitando e resguardando os seus direitos. No Brasil, a Constituição de 1988, a Política Nacional do Idoso de 1994 e o Estatuto do Idoso de 2003 considera que o suporte aos idosos seja de responsabilidade da família, do Estado e da sociedade; e as leis e medidas que forem elaboradas tem que ter por objetivo proteger o idoso, fornecer subsídios que garantam sua participação da comunidade, a defesa da dignidade, zelar pelo bem estar e garantir o direito a vida.

De acordo com o Estatuto do Idoso de 2003. “Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

- O envelhecimento e suas consequências

O envelhecimento é um fenômeno que atinge a todas as pessoas, independentemente, sendo caracterizado por um processo dinâmico, progressivo e irreversível, esse processo está ligado a fatores biológicos, psicológicos e sociais. O envelhecimento é caracterizado por um declínio gradual das funções, porém há variações para cada indivíduo, para alguns pode ser um processo lento e gradativo e para outros pode ser rápido e progressivo, essas variações e oscilações dependem de fatores como, estilo de vida (alimentação, rotinas de exercícios etc.), condições socioeconômicas e doenças crônicas. (Berlindes)

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento como “um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”.

As mudanças que constituem e influenciam o envelhecimento são complexas, nos aspectos biológico, o envelhecimento é associado ao acúmulo de uma grande variedade de danos moleculares e celulares. Com o tempo, esse dano leva a uma perda gradual nas reservas fisiológicas, um aumento do risco de contrair diversas doenças e um declínio geral na capacidade intrínseca do indivíduo, podendo levá-lo ao falecimento.

De acordo com Rommel, B. 2012 as principais alterações orgânicas do envelhecimento são:

- Sistema cardíaco: diminuição da força dos batimentos cardíacos, diminuição da frequência cardíaca em repouso, aumento do colesterol, calcificação das artérias, aumento da pressão arterial, aterosclerose,

- Sistema respiratório: diminuição da função pulmonar, doenças associadas ao tabagismo.

- Músculo esquelético: diminuição da massa muscular e elasticidade dos tendões e ligamentos e da viscosidade dos fluidos sinoviais,

- Sistema nervoso: alteração nas sensações, movimentos, funções psíquicas e funções biológicas, como, diminuições do número de neurônios, diminuição da condução nervosa, diminuição da intensidade de reflexo.

- Neoplasias.

As principais causas de internações hospitalares de idosos estão relacionadas à insuficiência cardíaca, e pneumonia, porém observa-se um declínio das principais doenças e a elevação de doenças neuropsiquiátricas, como por exemplo, Parkinson e Alzheimer, e também acidentes e suas consequências, como, fraturas. Chaimowicz, F.2013.

O envelhecimento não acarreta apenas alterações biológicas, mas também gera consequências nas questões psicológicas e sociais do individuo, que são resultados de:

- Dificuldade de adaptação à novos papeis sociais, ou perda de papeis sociais,

- Falta de motivação,

- Perda ou baixa autoestima e autoimagem,

- Dificuldade de mudanças rápidas,

- Perda orgânica e afetiva,

- Crise de identidade,

- Desemprego,

- Aposentadoria,

- Dependência para realização de atividades simples,

- Depressão.

- O processo do envelhecimento

O envelhecimento é caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e irreversível, está ligado intimamente a fatores biológicos, psíquicos e sociais, muitos autores dividem o envelhecimento, em fases, subdivisões, etapas, entre outros.

Para o autor Birren e Schroots (1996) pode ser subdividido em: Envelhecimento primário, envelhecimento secundário e envelhecimento