A OBSERVAÇÃO EM UMA PERCEPÇÃO ANTROPOLÓGICA NA ENFERMAGEM
Por: Kleber.Oliveira • 29/8/2018 • 1.386 Palavras (6 Páginas) • 305 Visualizações
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OBSERVAÇÃO
Wanda de Aguiar Horta preconizou os Instrumentos Básicos de Enfermagem (IBE), afim de que fossem utilizados para se alcançar um objetivo ou conseguir um resultado, eles são o conjunto de conhecimentos e habilidades fundamentais para o exercício das atividades profissionais. Daremos ênfase aqui ao instrumento da observação.
A observação refere-se à ação e o resultado de observar algo ou alguém. Quando se observa alguma questão o que se faz é examinar com muita atenção, analisar minuciosamente objetivando advertir as vantagens e desvantagens.
Tipos de observação:
- Sistemática: caracterizada por obtenção de conhecimento de maneira casual realizadas espontaneamente, sem meios técnicos especiais, roteiros ou perguntas específicas. Serve para quando queremos as relações sociais humanas.
- Assistemática: realizada para responder propósitos preestabelecidos. Utiliza-se roteiro ou instrumento para coleta de dados específicos.
- Participante e não participante: respectivamente o observador é um espectador, tem contato com a realidade observada, porém sem envolvimento. O outro por sua vez tem a integração do observador.
- Individual e em equipe: os dados obtidos variam de acordo com a personalidade do observador. Na de equipe várias pessoas observam um mesmo aspecto de uma situação.
- Vida real : a observação é feita no momento em que ocorre.
- Laboratório: realizada dentro de condições estabelecidas, onde os fatores que podem interferir na ocorrência são controlados.
A ANTROPOLOGIA NA PRÁTICA DA OBSERVAÇÃO
Tradicionalmente, o modelo biomédico costuma tratar as doenças dos indivíduos com base na explicação biológica para suas causas e mecanismos de tratamento. Em geral, o significado que a doença assume para cada sujeito é pouco considerado e compreendido pelos profissionais da saúde que atuam embasados, prioritariamente, na biomedicina, fato que tem gerado conflitos e dificuldades na relação profissional-paciente. É indiscutível que as ações propostas com base no modelo biomédico trazem o alívio do sofrimento, da dor e, frequentemente, a cura das doenças, contribuindo para a melhor qualidade de vida do ser humano. Por outro lado, esse modelo também apresenta limites, em especial na esfera da subjetividade humana, como a compreensão particular da doença e a vivência do processo de adoecimento e sofrimento. Esse processo é bastante complexo e envolve várias dimensões, como a psicológica, a social, a cultural ou a transcendental.
Podemos apontar como uma das causas dessas dificuldades o processo de formação profissional, que ainda se faz pautado, prioritariamente, pela lógica biomédica, que tem como base do raciocínio clínico disciplinas como a Biologia, a Anatomia, a Fisiologia, a Fisiopatologia, etc. O acadêmico se empenha mais nessas disciplinas, pois estão mais voltadas a entender o corpo humano e esquece a importância das outras, como a Antropologia, que ajudam também a entender melhor quais os fatores poderiam ter influenciado para que o paciente esteja acometido de certa doença.
Após muitos debates em cerca desse modelo biomédico e na dificuldade que o profissional da saúde tem encontrado em sua relação com o paciente, observou-se os aspectos positivos do olhar da antropologia para a saúde, resultando em diversas produções teóricas interessadas em ampliar a compreensão do complexo processo de adoecimento e sofrimento das pessoas.
A observação participante é considerada o método por excelência da antropologia. Consiste em o pesquisador se inserir, ser aceito e participar dos eventos do grupo (familiar, comunidade) que está estudando para assim entender a logica que move essas pessoas. Dessa forma o profissional da saúde poderá obter uma grande variedade e profundidade de informações que podem contribuir para o diagnóstico e tratamento do paciente/cliente.
A importância e o significado dados ao adoecer estão, normalmente, relacionados às experiências e vivências de cada um dos indivíduos envolvidos no processo saúde-doença, dentre os quais destacamos: o indivíduo, a família e o profissional da saúde. Assim, tanto os modos de entender saúde como as práticas adotadas variam de indivíduo para indivíduo. A antropologia propõe um olhar mais amplo sobre o individuo, ou seja, não se observa o individuo só, mas tudo que de algum modo possa influenciar na vida dele.
Durante a assistência da enfermagem a observação é primordial, para que a equipe médica saiba quais as decisões a serem tomadas. Quando um paciente recebe alta hospitalar e vai pra casa, mas precisa de certas medicações, é importante, para que seu tratamento não seja interrompido, que seja levado em consideração sua situação financeira para isso pode utilizar a antropologia social, e com essa informação poder receitar medicamentos viáveis a esse paciente.
CONCLUSÃO
Diante das premissas elencadas compreende-se a interdisciplinaridade do instrumento básico de enfermagem, observação, junto a disciplina curricular antropologia, tendo-os como essenciais na prestação do cuidado ao paciente. Pois trazem contribuições inimagináveis e novos olhares sobre representações e práticas no processo saúde-doença, e por isso, a antropologia da saúde e da doença não pode ficar desvinculada de outras disciplinas que compõe a grade curricular,
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