O Desenvolvimento civilizacional da Humanidade foi acompanhado pelo Desporto e deu origem ao jogo
Por: Juliana2017 • 3/12/2018 • 1.984 Palavras (8 Páginas) • 386 Visualizações
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não podiam nem assistir (excetuando a sacerdotisa), embora tenham havido épocas em que foram realizados jogos para mulheres e juvenis masculinos, sem continuidade. Todavia, já existia corrupção nestes primórdios dos Jogos, em que atletas recebiam dinheiro para facilitar a sua derrota, os quais, quando descobertos, eram assinalados com pequenas estátuas com a inscrição do seu nome no túnel de entrada dos atletas. Assim, as práticas desportivas tornaram-se não só uma exigência de preparação militar, como também um espetáculo para entreter multidões. Entretanto, continuou a realização dos Jogos Olímpicos, em Olímpia, embora já apresentasse sinais de enfraquecimento, aquando do pedido do Bispo de Milão para acabar com os Jogos, pedido este que foi concedido pelo Imperador e assim estes foram suprimidos por algum tempo.
A crescente propagação do cristianismo e do catolicismo foi deixando para trás o exercício físico, tornando-se uma prática pouco frequente. Com o tempo, os nobres praticavam equitação e manejo das armas em tempos livres, enquanto a montaria e falcoaria e até o simulacro de combates se tornaram atividades de carácter desportivo. Ao mesmo tempo, as classes menos favorecidas mantinham os seus jogos populares tradicionais, não possuindo os meios de outras classes.
Um pouco por toda a Europa surgiram novos “desportos” locais, como o “soule” na França, o “hurling at goales” na Inglaterra e o “cálcio” na Itália. Na Inglaterra, os povos britânicos dedicaram-se a variados tipos de jogos, como jogos com bolas, lançamentos primitivos da pedra, do martelo do ferreiro, corridas e até saltos, como atividades tradicionais. A disputa estava na façanha negativa dos reis de Inglaterra e França em relação a estas práticas, tendo até, em certa altura, o Rei Eduardo III de França publicado um decreto em que proibia algumas delas. Ao longo do tempo as monarquias absolutas fortaleceram-se, os jogos de interior foram incrementados (tais como bilhar, xadrez ou damas), a falta de jogos e exercícios físicos era evidente, tanto na sociedade em geral como nos estabelecimentos de ensino. Vários filósofos conceituados na altura, como o inglês John Locke, criticaram a disciplina demasiado intransigente dos colégios e a falta de prática desportiva nos mesmos.
Entretanto surgiram, no Reino Unido, os primórdios do golfe, críquete e ainda as corridas pedestres, praticadas maioritariamente pela plebe. Com este crescendo de atividades físicas, foi necessário rebalancear a atividade física na educação dos jovens, para que esta fosse mais completa e equilibrada. Em Inglaterra iniciou-se, assim, um movimento (que deu origem a polémicas) que apoiava as práticas desportivas nas escolas, chamado “Muscular Christians” e cujo pioneiro foi um reverendo chamado Kingsley. Na sequência destas teorias, os práticos surgiram, aqueles que efetivamente davam o caráter empirico a estas teorias. Dentro destes, destacaram-se Amorós, defensor de um sistema variado de exercícios; Ling que elaborou o famoso sistema de “ginástica sueca”; Jahn, fundador dos pilares da ginástica desportiva/de aparelhos/olímpica; e ainda Thomas Arnold, que conseguiu introduzir o desporto e suas práticas no sistema escolar dos internatos ingleses, encorajando os jovens a terem uma vida desportiva mais ativa no presente e futuro (todos estes ao longo do século XVIII).
O século que se seguiu destacou-se pela expansão que trouxe ao Desporto, que passou a ser alvo de interesse por parte das classes altas (embora mais para ver do que praticar), e foram surgindo novos desportos como a caça à raposa, corridas de cavalos, boxe ou ainda corridas pedestres.
A atividade desportiva escassa em referências portuguesas, sendo que fomos influenciados pela ideia de educação desportiva que crescia na europa, sendo que o Real Colégio dos Nobres possuía professores de esgrima, equitação e dança. Porém, o maior avanço do ramo verificou-se na Grã-Bretanha onde, com a redução do horário de trabalho, surgiram os primeiros clubes desportivos, onde se praticava o “hurling at goales”, o corta-mato, o “cricket”, o remo e até o atletismo, que foi “reencontrado”. Alguns destes clubes foram originados em igrejas. No século seguinte, a prática desportiva foi alargada ás mais avariadas classes sociais (aconteceu a 1º competição de Atletismo). Assim, surgiram três vertentes principais do desporto: profissional, escolar e seletivo amador. Como referido anteriormente, Portugal havia sido “influenciado” pelos “ecos do movimento desportivo que grassava nos países europeus mais desenvolvidos”, sendo que foram sendo instalados ginásios, expandidas competições de vela e de remo, nascendo clubes nacionais, entre outras coisas. Desportos como o futebol, em Portugal, ou o “hurling at goales”, na Inglaterra, foram sofrendo alterações e promoveram a evolução das modalidades, como por exemplo a criação de ligas (ex. Liga Inglesa de Futebol, que em 1892 contava já com 28 clubes e duas divisões). Além disto, os ingleses acolheram os mais variados desportos, desde o ténis ao badmington, que foi trazido da Índia por oficiais britânicos; o ping-pong ou ténis de mesa, expandido pelo aparecimento das raquetes de borracha; a natação, que por sua vez se equiparou ao atletismo, adotando provas de distâncias mais curtas; o voleibol, inventado em Portugal; o ciclismo, que logicamente nasceu com a invenção da bicicleta; e ainda outros novos desportos (alguns que na verdade são adaptações) surgidos nos Estados Unidos da América, tais como o basebol, futebol americano e ainda o basquetebol, este último que deriva de um “engano”, pois um professor de educação física de um colégio americano requisitou duas caixas para uma aula, e deram-lhe dois cestos da apanha de pêssegos.
Os primeiros clubes foram, então, formados nos estabelecimentos de ensino, onde se realizaram encontros inter-clubes, o que promoveu não só a competição desportiva como também a criação de ainda mais clubes. Assim foi-se criando o que hoje chamamos de desporto federado.
O Desporto infiltrou-se na sociedade em geral, o que se refletiu na construção de cada vez mais infraestruturas para a sua prática, como ginásios, campos de futebol e râguebi, pistas para atletismo com caixas de salto e círculos de lançamento, piscinas, velódromos, entre outras. Após esta modernização do Desporto, um jovem dirigente francês de nome Pierre de Coubertin teve a ideia de instituir
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