HIPONATREMIA ASSOCIADA AO EXERCÍCIO

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Existem estudos apresentando outros fatores de risco como tempo de corrida superior à quatro horas, o uso de anti-inflamatórios não-esteroidais , porem os dados ainda são conflitantes, e ainda o índice de massa corporal parece influenciar no desenvolvimento de hiponatremia, quando se fala que o risco de mulheres desenvolverem hiponatremia sintomática devemos antes corrigir os dados pelo índice de massa corpórea e tempo de corrida, assim não parece haver relevância estatística para tal afirmação.

Os estudos acerca da hiponatremia associada ao exercício é relativamente novo, em 1985 foi publicado o primeiro estudo sobre o tema, descrevendo o ocorrido em uma ultramaratona nos Estados Unidos em 1982. Após esse estudo vários outros foram publicados buscando elucidar seus mecanismos que até hoje não são completamente compreendidos devido sua infinidade etiológica e sintomatologia, assim sendo é difícil traçar um tratamento ideal e bem definido.

Até hoje artigos de revisão e consenso internacionais tem relatado fatores de risco, fisiopatologias, sinais e sintomas, prevenção e estratégias de gestão de pacientes.

A hiponatremia associada ao exercício tem sido mais comumente observada em provas de resistência, por exemplo em ultramaratonas e triatlos, podendo ser sintomática ou assintomática, essa última é a mais comumente observada sendo diagnosticada somente por análises bioquímicas, a hiponatremia sintomática é a mais severa e podendo apresentar quadros de edema cerebral e pulmonar nos quadros mais sérios, outros sintomas são: dor de cabeça, vômitos, diarreia, alteração no humor, dores abdominais e etc. Como esses sintomas não são específicos da hiponatremia e igual aos sintomas de complicações que ocorrem em atividade física extenuante fica difícil seu diagnóstico.

INDICAÇÕES DE TRATAMENTO

Para prevenirmos a hiponatremia algumas estratégias podem ser utilizadas como consumir água somente quando o mecanismo de sede for ativado, isso provavelmente fará que não ocorra hiponatremia por sobre hidratação e nem que haja uma desidratação por falta de ingestão de líquido.

Alguns estudos mostram que a suplementação de sódio não se mostrou eficaz para a prevenção da hiponatremia, o que se mostra mais eficaz é a quantidade de líquido ingerida e não a quantidade de sódio.

O tratamento da hiponatremia aguda sintomática é indicada quando há intoxicação aguda de água, aumento da pressão intracraniana, convulsões ou coma.

Esse tratamento tem como objetivo evitar danos neurológicos utilizando soluções salinas intravenosas aumentando a concentração plasmática para 4-6 mmol/L.

O tratamento da hiponatremia crônica é indicada para pacientes com hiponatremia com duração maior que 48 horas que podem ser adquiridos em pacientes ambulatoriais ou por ação medicamentosa, se a concentração de sódio for maior que 120 mmol/L a intervenção pode não se fazer necessária.

Se a concentração de sódio for menor que 120 mmol/L é necessário o uso de medicamentos com intervalos de 4 a 6 horas entre as dozes até que a hiponatremia chegue à 125 mmol/L.

Em pacientes com alto risco de desenvolver síndrome de desmielinização osmótica (OSD) é posto que a correção não deve passar de 8 mmol/L por dia.

EXEMPLOS DE TRABALHOS:

Baixa prevalência de hiponatremia associada ao exercício em corredores de 100 km ultra-maratona masculinos na Suíça

RESULTADOS: esse artigo mostra em contraste com outros trabalhos que houve baixo número de indivíduos hiponatremicos (7 hiponatremicos para 138 normotremico) e que esses hiponatremicos não estão associados com a diminuição da massa corpórea, a principal causa segundo o artigo é a temperatura ambiente mais amena na Suiça.

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Hiponatremia entre corredores na maratona de Boston:

RESULTADOS: Nesse estudo 13% dos corredores tiveram hiponatremia e 0,6% tiveram hiponatremia severa, nesse estudo a hiponatremia foi associada com o ganho de peso diferentemente do ocorrido com o que aconteceu na maratona da Suiça.

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Hiponatremia associada ao exercício e hidratação em maratona de 161 km:

RESULTADOS: Esse trabalho mostra que a hiponatremia está relacionada a temperatura ambiente, ou seja, quanto maior a temperatura maior a risco de desenvolver hiponatremia, em temperatura muito alta é mais comum que ocorra a hiponatremia por desidratação.

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BIBLIOGRAFIA:

http://rd.springer.com/article/10.1007/s00421-010-1729-7/fulltext.html

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1080603214002713

http://www.amjmed.com/article/S0002-9343(13)00605-0/pdf

http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/nejmoa043901

http://journals.lww.com/acsm-msse/Fulltext/2013/04000/Exercise_Associated_Hyponatremia_and_Hydration.23.aspx

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jbmr.380/full